Cidades

Moradores protestam contra mudança de itinerário de linha de ônibus

Usuários do Village Campestre e Graciliano Ramos dizem que fusão de linhas causa transtorno para quem depende do transporte público

Por Lucas França com Tribuna Independente 17/07/2018 08h58
Moradores protestam contra mudança de itinerário de linha de ônibus
Reprodução - Foto: Assessoria
Moradores do Graciliano Ramos e Village Campestre, na parte alta de Maceió, estão reclamando da mudança de itinerário nos ônibus que passam pelos conjuntos. As comunidades alegam que a prefeitura fez mudanças em linhas dos coletivos. Segundo o representante da Associação dos Moradores do Village Campestre, houve a fusão das linhas, mas não teve aumento de frota. “Nenhum ônibus sai dos terminais dos dois conjuntos até uma resposta da Prefeitura. As alterações não foram comunicadas de forma antecipada. É impossível a quantidade de ônibus atender as duas comunidades. Foram feitas mudanças que não estão agradando aos moradores. Queremos que as linhas continuem como estavam. Se não houver diálogo, nenhum ônibus sai do Village”, disse representante da Associação dos Moradores do Village Campestre, Cícero Alves. As mudanças atingem as linhas Trapiche, Centro e Ponta Verde. No terminal do Graciliano Ramos, os moradores se concentraram desde as primeiras horas de deste segunda-feira (16), e informaram que não vão sair até uma resposta concreta do Município. A comunicóloga Alcilene Vieira moradora do Conjunto Graciliano ramos disse que com o percurso atual o tempo será mais demorado. “Os ônibus que saí do Graciliano não dão conta. Imagina com essa fusão. Só no Village são 60 mil pessoas. Aqui no Graciliano ramos são 10 mil pessoas. O percurso vai ficar muito grande. Normalmente, a linha Graciliano/Centro demora 1h10, com essa mudança vai passar de 2h porque terá que passar no Village. É muito desgastante”, expôs Alcilene. “Não podemos concordar com isso. Nem que seja preciso dormir aqui a gente dorme. Mas não vamos aceitar isso. Eles não estão pensando no trabalhador. Estamos lutando pelo nosso direito”, disse a moradora Sandra Maria Bernadino. MUDANÇA A mudança começou no sábado (14), mas a decisão não agradou os moradores que reclamam que com a modificação do itinerário, a viagem vai ficar mais longa e os veículos vão ficar ainda mais cheios. No sábado, para chamar atenção do poder público e dos empresários, os moradores impediram que os ônibus saíssem do terminal do Graciliano Ramos entre as 6h e 8h30. Depois disso, as viagens foram liberadas. No entanto, nesta segunda, os moradores das duas comunidades voltaram a impedir a saída dos ônibus e convocaram para esta terça-feira (17) a continuação do protesto a partir das 5h. A convocação está sendo feita através de serviço de carro de som. A reportagem entrou em contato com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), e através de nota, o órgão explicou que as mudanças vão aumentar o número de viagens dos coletivos, diminuindo a espera da população nos pontos de ônibus dos conjuntos. As alterações foram feitas de acordo com o previsto no edital da licitação do transporte coletivo. “A SMTT informa ainda que as mudanças foram apresentadas às comunidades, por meio dos líderes comunitários e associações”. Questionados sobre a reclamação dos moradores, prefeitura explicou que “de acordo com a Superintendência, são previstos, pelo menos, 20 dias de testes do novo itinerário para que sejam feitas adequações, caso haja necessidade”. A empresa Real Alagoas, responsável pelos coletivos dos bairros, diz que o principal objetivo da mudança é otimizar o sistema de transporte na região. “As mudanças foram realizadas após um estudo técnico feito pela SMTT, para que fosse cumprido uma exigência que consta no contrato de licitação das empresas assinado em 2015 junto à Prefeitura de Maceió. A Real lamenta que a população não tenha sequer testado as mudanças, já que nenhum dos 40 veículos chegou a sair dos terminais para realizar as viagens nesta terça. Diariamente essas linhas transportam mais de 20 mil passageiros. A empresa ainda não tem uma estimativa de prejuízo com esses protestos”.