Cidades
Programa Menor Aprendiz do TJ de Alagoas beneficia 35 adolescentes
Jovens têm entre 14 e 18 anos e estudam em escolas públicas e privadas; projeto também atende adolescentes que estão em unidades de acolhimento
Há mais de 20 anos, o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) apoia o projeto de menores aprendizes, proporcionando uma primeira oportunidade de experiência profissional a adolescentes de 14 a 18 anos. Atualmente, participam do programa 35 jovens, provenientes de escolas públicas, privadas e também de unidades de acolhimento.
A ideia de contemplar os jovens que estão nos abrigos surgiu durante conversa entre o juiz auxiliar da presidência Ygor Figueirêdo e a coordenadora do programa, Gleide Guedes de Farias. “Aqui no Tribunal já tínhamos uma série de adolescentes prestando serviços para aprender um ofício. Assim que o desembargador Otávio Praxedes assumiu, tivemos a ideia de expandir esse projeto também para os jovens que estão em unidades de acolhimento, porque lá são adolescentes que têm dificuldade de ser reinseridos numa família e é importante que consigam caminhar com as próprias pernas após atingirem a maioridade”, ressaltou o magistrado.
O contrato firmado entre o Tribunal e cada jovem aprendiz é de um ano, podendo ser prorrogado por mais um. Ygor Figueirêdo destacou ainda a importância dessa ação para a construção da identidade do jovem enquanto indivíduo, já que nos abrigos a vida é partilhada em quase todos os momentos.
“Também tem a questão da individualidade. Nas instituições de acolhimento, apesar de em Alagoas termos condições razoáveis, eles não têm individualidade, não se sentem um ser humano próprio, então é de extrema importância esse trabalho aqui, porque aumenta a autoestima deles, eles se sentem valorizados, pessoas com autonomia”, comentou.
Menores aprendizes
Gleide explica que para a inserção no programa de menor aprendiz do TJ/AL, o adolescente deve estar regulamente matriculado na escola e frequentar as aulas todos os dias. As atividades desenvolvidas por eles são na parte administrativa, como arquivamento de processos, entrega de documentos, digitalização, entrada e saída em processos, entre outras.
“Eles trabalham quatro horas por dia e recebem meio salário-mínimo. Nós damos almoço para eles, pois muitos vão direto para o colégio. Aqui eles vêm ter a parte prática, a teórica eles têm nas escolas aos sábados”, frisou Gleide Farias.
Para a coordenadora, o programa incentiva o estudo e o aprendizado. “Quando saem daqui, já estão mais desenvolvidos, numa faculdade. Temos vários meninos aqui trabalhando que passaram por a gente e continuam trabalhando aqui dentro. Essa é uma vitória muito boa para o Tribunal, fazer com que esses menores cheguem até o ensino superior”, comentou.
Função social
Para o juiz Ygor Figueirêdo, o Poder Judiciário tem também a função de atuar na transformação dos indivíduos na sociedade. “É importante que o Tribunal também tenha esse lado social. A gente tem que contribuir que o nosso estado cresça mais”, enfatizou.
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