Cidades
Jovem deficiente dá palestra sobre superação com músicas em escolas
Electro School pretende viajar o Brasil e ir até outros países, levando valores e trazendo a discussão temas instigantes do universo escolar
Electro School. Esse é o projeto que o jovem Dj Felipe, o “Cara de Sorte”, está levando às escolas de Arapiraca e de cidades da região. A iniciativa inclui muita música e um bate-papo descontraído sobre superação, bullying, igualdade e inclusão.
O projeto do jovem Felipe, um rapaz portador de paralisia cerebral e que ficou conhecido nacionalmente por sua luta pela revisão da prova de redação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ano passado, já passou por duas unidades da rede municipal de ensino de Arapiraca e também do vizinho município de São Sebastião.
Idealizado pelos pais de Felipe, o empresário Luiz Alfredo e a jornalista Mônica Nunes, o Electro School pretende viajar o Brasil e ir até outros países, levando valores e trazendo a discussão temas instigantes do universo escolar, como o preconceito e a amizade.
A palestra, conduzida por Felipe e também pelo empresário Luiz Alfredo e sua mulher, a jornalista Mônica Nunes, apresenta um pouco da história do rapaz que nasceu com hidrocefalia, enfrentou 14 cirurgias e que hoje se profissionaliza como Dj, além de cursar a faculdade de Pedagogia.
Nas escolas, além de contarem essa trajetória, são debatidos temas universais, embalados com muita música.
A proposta da família, que mantém o projeto Viver a Vida Sem Limites, é de levar para o universo de crianças e adolescentes temas importantes e que fazem parte do cotidiano. “A melhor maneira de convencer um jovem sobre qualquer tema é apresentar a ele uma prova real. E se isso é feito com um fundo musical alegre e atual o diálogo fica muito mais fácil”, comentou a jornalista Mônica.
Viver a Vida Sem Limites é um projeto familiar que inclui a profissionalização musical do filho, uma viagem a Patagônia a bordo de uma kombi, a publicação de um livro e um canal no YouTube. Tudo isso, segundo eles, ferramentas para que a inclusão seja vista como uma coisa natural e que pode ser feita em todos os ambientes, desde que haja amor e envolvimento social.
DE ZERO A DEZ
Luiz Felipe Alves Pereira, 20 anos, nasceu com hidrocefalia e já enfrentou uma série de desafios. Um deles aconteceu esse ano, quando sua mãe, a jornalista Mônica Nunes, travou uma batalha com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação das provas do Enem.
Felipe foi desclassificado no exame, realizado ano passado, porque havia tirado nota zero na prova de redação. Sua família entrou na Justiça e, após uma briga intensa e que ganhou repercussão nacional, acabou sendo vitoriosa.
Com uma nova avaliação, atendendo às peculiaridades dos portadores de necessidades especiais, o jovem teve a prova revista, obtendo então pontuação de 500.
A família aguarda a abertura do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para tentar uma vaga em alguma universidade federal.
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