Cidades
Brincadeiras ajudam na evolução saudável das crianças, diz psicólogo
Diversão faz parte do treinamento para a vida adulta, segundo especialista em crianças e adolescentes
Brincar. Impossível não associar esta palavra à infância. Porém, nos dias de hoje, com o advento da internet seguida de novas tecnologias, as crianças estão perdendo o hábito de se divertirem em conjunto, não contribuindo para o desenvolvimento da vida adulta.
O psicólogo Edberto Lessa, que trabalha com crianças e adolescentes, explica que o brincar é fundamental e contribui para uma vida social, emocional e afetiva, psicológica e cognitiva dos pequeninos. “Faz parte do crescer delas, é um treinamento para a vida adulta essa interação. Com o passar do tempo, os jogos eletrônicos fizeram com que essas crianças focassem na compra de brinquedos eletrônicos e o lado lúdico do aprender ficou debilitado. Consequentemente, as crianças não irão se desenvolver a contento, embora elas também tenham que brincar com estes brinquedos por meio do celular, vídeo game, entre outros”.
O especialista comentou que uma das reclamações dos pais e que acontece com as crianças de uma maneira geral é o isolamento por conta dos jogos eletrônicos. Ele diz que brincar não é só entretenimento, mas, sobretudo desenvolvimento. “Aquela criança que tem dificuldade de relacionamento, ela começa a ficar presa nos jogos eletrônicos dentro do quarto e não sai. O jogo realmente é muito hesitante e ocupa espaço. Se ela não sair para interagir acaba crescendo com limitações na vida adulta”, ressaltou.
Para Edberto Lessa brincar faz com que a criança amadureça e cresça em todos os processos de desenvolvimento, “o brincar é uma situação lúdica que influência, desde um simples brinquedo até os mais sofisticados”, lembrou. “Muitos vezes os pais não querem retirar os brinquedos tecnológicos por conta da violência nas ruas, mas não pode deixar que os filhos deixem de ter acesso a outras brincadeiras lúdicas”, ressaltou.
Segundo ele, outra queixa dos pais no atendimento de consultório diz respeito ao limite das brincadeiras, que extrapolam, não sabendo como controlar impondo regras. “Há pessoas jovens que ainda brincam e assumem que ainda brincam. Desde que não afete a vida profissional e pessoal, é saudável”, frisou.
Edberto Lessa observa que em alguns bairros de Maceió, é raro, mas ainda acontece, de encontrar muitas crianças brincando com bola, amarelinha, pipa, ximbra. “Tem tempo para tudo. Os pais devem impor limites. Brincar dá muito prazer, só que deve acontecer com moderação. Há casos de crianças que nem se lembram de comer, não querem tomar banho e até se seguram para não fazer xixi na roupa, só para não perder o ritmo da brincadeira”, mencionou.
Brincadeiras antigas são resgatadas em escola
Que adulto não recorda dos velhos tempos de criança, quando as brincadeiras eram aprendidas entre os amigos, vizinhos e promoviam, além de divertimento, a manutenção da saúde e do desenvolvimento psicomotor?
Pensando desta maneira, uma escola particular em Maceió, criou vários projetos nesta linha, para que as brincadeiras antigas não caíssem no esquecimento. Pelo menos uma vez na semana minutinhos são dedicados a pular corda, amarelinha, bambolê, balanço, passa anel, entre outros.
Para a coordenadora pedagógica Eveline Costa, brincar estimula o desenvolvimento cognitivo e as crianças aprendem a se relacionar por meio do trabalho de interação social, sem deixar de impor limites e regras. “A gente realiza atividades com jogos ensinando a estimular a imaginação e aprendendo a dividir e partilhar”, disse.
“Para tudo há um tempo e devemos trabalhar com este direcionamento. Tem criança que chega com um comportamento difícil e as mães se queixam, mas aos poucos vai se modificando. Tem hora para brincar e fazer atividades”, evidenciou.
Eveline destaca que ler para uma criança é de fundamental importância não somente na escola, mas em casa com os pais ou algum adulto, sobretudo antes de dormir. “Criança e TV não combinam. A imagem hesita o pequeno e faz com que ele tenha resistência e dificuldade de concentração”, analisou.
Estudos feitos na Inglaterra por cientistas esportivos mostram que as crianças de agora são mais fracas do que as crianças de dez anos atrás. A análise mostrou que crianças passam pouco tempo ao ar livre sem fazer exercícios e muito tempo no computador navegando na internet e estão perdendo a força muscular.
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