Brasil

Erupção, terremotos e o clima: quando tragédias climáticas no mundo podem impactar o Brasil

Por Assessoria 21/08/2025 11h47
Erupção, terremotos e o clima: quando tragédias climáticas no mundo podem impactar o Brasil
Pesquisador Urandir Fernandes e o ecossistema Dakila investigam anomalias sísmicas no Mato Grosso do Sul - Foto: Divulgação



O planeta vive, nas últimas semanas, uma sucessão de eventos naturais extremos que chamam a atenção de cientistas e populações ao redor do globo. No dia 30 de julho, o vulcão Krasheninnikov, adormecido havia seis séculos, entrou em erupção na península de Kamchatka, extremo leste da Rússia. O fenômeno pode estar ligado a um terremoto de magnitude 8,8 registrado no país poucos dias antes.

Nos Estados Unidos, alertas permanecem ativos para furacões e tornados, alguns já responsáveis por destruir casas e deslocar famílias e na Turquia, um terremoto de 6,1 graus atingiu regiões densamente povoadas, causando danos consideráveis. Esses episódios ilustram como desastres naturais, embora localizados, podem provocar repercussões que se espalham pelo planeta.

Como esses eventos afetam o clima?
Erupções vulcânicas, terremotos e tsunamis não afetam apenas quem vive nas áreas atingidas, já que eles podem alterar a temperatura dos oceanos, modificar correntes marítimas e, assim, influenciar os padrões de chuva em outras partes do mundo. No Brasil, essas mudanças podem resultar em ondas de calor mais intensas, secas prolongadas ou tempestades mais severas. Alterações na distribuição das chuvas também comprometem a produção agrícola, impactando diretamente a segurança alimentar e a economia.

O Brasil está seguro? Nem tanto.
Por estar no centro da placa tectônica Sul-Americana, o Brasil é menos vulnerável a terremotos devastadores, porém, ainda assim, o país não está imune. Entre maio e junho deste ano, nove tremores foram registrados no Mato Grosso do Sul, com magnitudes entre 1,6 e 3,5 relativamente moderados, mas suficientes para assustar moradores.

“Em Sonora, houve 16 réplicas originadas a partir de um tremor que atingiu diferentes partes do estado e, por isso, o ecossistema de Dakila iniciou uma investigação para identificar a origem das anomalias que precederam e acompanharam os eventos. Os sinais se conectam a um fenômeno estudado há décadas, chamado Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), que representa uma janela energética em uma zona de enfraquecimento eletromagnético que pode influenciar tanto o ambiente físico quanto manifestações antes invisíveis”, pontuou o pesquisador Urandir Fernandes.

A AMAS é a área do planeta onde o cinturão de Van Allen é formado por partículas carregadas que envolvem a Terra e chega mais próximo da superfície. Esse “afundamento” magnético expõe a região a níveis mais altos de radiação, provocados por prótons energéticos originados quando raios cósmicos colidem com moléculas da atmosfera.