Brasil

Lubrificante de cannabis estava entre produtos mais vendidos por traficantes presos no DF

Conhecido como 'Xapa Xana', óleo vaginal é ilegal no Brasil e custava mais de R$ 900. Comercialização era feita pelas redes sociais e entrega pelos Correios

Por G1 26/09/2024 12h06
Lubrificante de cannabis estava entre produtos mais vendidos por traficantes presos no DF
Lubrificante vaginal feito com maconha apreendido no DF - Foto: Polícia Civil do DF

Na terça-feira (24), a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu um grupo suspeito de prescrever derivados da maconha para humanos e animais de estimação. Segundo a investigação, um dos produtos mais vendidos pelos traficantes era um lubrificante vaginal feito com cannabis, conhecido como "Xapa Xana", que é ilegal no Brasil.

O frasco do óleo custava R$ 929. Ele era vendido pela internet para todo país e entregue pelos Correios, que auxiliaram a polícia na investigação.

Ao todo, quatro pessoas foram presas na operação que levou o nome de "Aruanda". As prisões ocorreram em Brasília e em Pirenópolis (GO).

De acordo com a Polícia Civil do DF, esta é a primeira vez que a Delegacia Especializada em Repressão às Drogas (CORD) apreende esse tipo de material.

Todos os produtos apreendidos serão incinerados, conforme a polícia.

A operação Aruanda contou com a colaboração da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) e dos Correios. Segundo a investigação, os suspeitos prometiam a "cura" para diversas doenças mediante o uso dos produtos feitos com cannabis.

Conforme a Polícia Civil do DF, por meio das redes sociais, os traficantes vendiam os produtos, realizavam diagnósticos, faziam prescrições e indicavam quantas vezes a pessoa deveria usar o "medicamento", "exercendo ilegalmente a medicina e praticando curandeirismo".

A investigação mostra que o grupo também prescrevia as drogas para animais de estimação. Ainda conforme a polícia, também eram comercializados alimentos com entorpecentes, como chocolates e brownies com maconha, e há indícios de que o grupo vendia produtos comestíveis feitos com cogumelos alucinógenos.

O laboratório do grupo criminoso ficava em Pirenópolis. Segundo o delegado Waldek Fachinelli, que comandou a operação, as sementes das plantas foram trazidas de outros países de forma ilegal. Se condenados, os suspeitos podem pegar até 39 anos de prisão, pelos crimes de:

Exercício ilegal da medicina
Curandeirismo, charlatanismo
Tráfico de drogas interestadual
Associação para o tráfico
Disseminação de espécies que possam causar dano à agricultura, à flora e aos ecossistemas (crime ambiental)