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Ex-bbb e influenciador Nego Di, suspeito de estelionato, é transferido para presídio no RS

Conforme a Polícia Civil, o influenciador debochava das vítimas em vídeo

Por Conexão 424 16/07/2024 17h11
Ex-bbb e influenciador Nego Di, suspeito de estelionato, é transferido para presídio no RS
Nego Di é influenciador, humorista e ex-BBB - Foto: Reprodução/Instagram

O humorista e influenciador Nego Di, preso nesse domingo (14), em Santa Catarina, foi levado sob custódia para o Rio Grande do Sul, onde ocorre o processo em que é acusado de estelionato. As investigações a partir de agora está entrando em uma nova fase, de ‘aprofundar a questão patrimonial’, de acordo com o Chefe da Polícia do RS, Delegado Fernando Sodré.

“Verificar a questão da lavagem de dinheiro, algum tipo de bem patrimonial, crime patrimonial envolvido”, detalha Sodré, ao g1. Ainda conforme a PC o prejuízo das 370 vítimas no esquema liderado pelo humorista Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, ultrapassa a casa dos R$ 5 milhões de reais.

O humorista chegou a Porto Alegre no domingo (14), após ser preso preventivamente pela Polícia Civil do RS na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, Santa Catarina. Na última sexta (12), ele havia sido alvo de uma operação do Ministério Público por suspeita de lavagem de dinheiro. Segundo Sodré, o humorista foi direcionado para a Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan).

Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, participou do Big Brother Brasil (BBB) em 2021. Ele entrou como integrante do grupo Camarote, pois já trabalhava como influenciador digital e comediante, e foi o terceiro eliminado do programa, com 98,76%. O trabalho nas redes sociais iniciou após o reality, quando o ex-bbb promoveu rifas, divulgando no regulamento que “quem comprar mais números” ganha o prêmio.

Nego Di já sofreu sanções da Justiça do Rio Grande do Sul por divulgação de fake news em seus perfis nas redes sociais. Em decisão em maio deste ano, o Tribunal de Justiça (TJ), ele teve que apagar publicações sobre as enchentes.


Como aconteceu a prisão de Nego Di?

A prisão foi decretada pela Justiça do Rio Grande do Sul por crime de estelionato após denúncias de que o influenciador participava de um esquema de venda online de produtos que nunca foram entregues. O humorista divulgava em seus perfis nas redes sociais os produtos à venda, como aparelhos de ar-condicionado e televisores, vendidos a preços abaixo do de mercado.


Sócio está foragido


Anderson Bonetti, o sócio de Nego Di, também é suspeito de estelionato, e está foragido com mandado de prisão preventiva expedido. Boneti também teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, no ano passado. Ele foi preso na Paraíba em 25 de fevereiro de 2023, mas solto dias depois.

O esquema

Segundo as investigações, Nego Di vendia produtos incluindo TVs, ar-condicionado e aparelhos celulares por um preço abaixo do mercado e não os entregava. Nas redes, ele dizia ter sido contratado por Boneti para apenas divulgar os produtos, mas em um outro vídeo dizia ser o dono e garantia a entrega do produto aos clientes.

Uma das vítimas do golpe, que teve um prejuízo de R$ 30 mil, ao comprar dois celulares e alguns ar-condicionado, contou à CNN sobre o modus operandi de Nego Di.

Segundo ela, o suspeito vendeu, em 2022, aparelhos celulares com valores bem abaixo do mercado e fez a entrega, para dar veracidade ao golpe. Logo após, ele anunciou que criaria uma loja virtual, vendendo produtos em preço baixo para todos pudessem ter acesso. O prazo de entrega dos produtos eram de 50 dias, o que para a polícia foi um plano idealizado por Nego Di, para poder ludibriar outras pessoas, fazendo mais promoções para atrair outros clientes nesse tempo.

A partir da procura das vítimas à polícia, houve quebra de sigilo bancário, demonstrando que, em um curto período de tempo Nego Di recebeu mais de R$ 300 mil reais, confirmando o dolo de estelionato.

Investigação

A loja virtual, “Tadizuera”, operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022 — momento em que a Justiça determinou que ela fosse retirada do ar. Parte dos seguidores do influenciador comprou os produtos, mas nunca recebeu, segundo a Polícia Civil. A investigação aponta que não havia estoque, e que Nego Di enganou os clientes prometendo que as entregas seriam feitas, apesar de saber que não seriam. Ainda assim, movimentou dinheiro que entrava nas contas bancárias da empresa.

A Polícia Civil afirma que tentou por diversas vezes intimar Nego Di para prestar esclarecimentos, mas ele nunca foi encontrado.

Antes da prisão, Nego Di se manifestou na sua conta de X, o antigo Twitter. “Estávamos preparados para o que aconteceu ontem [sexta]. Nós sabíamos que iria acontecer mais cedo ou mais tarde, e todo mundo sabe o porquê do que aconteceu ontem”, escreveu ele.