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Mulher leva morto em cadeira de rodas para sacar empréstimo e é presa

Funcionários da agência bancária, que fica em Bangu, desconfiaram da ação da mulher — que diz ser sobrinha do cadáver — e chamaram a polícia

Por Felipe Freire, Guilherme Santos, Leslie Leitão e Rogério Coutinho / g1 17/04/2024 00h31
Mulher leva morto em cadeira de rodas para sacar empréstimo e é presa
Mulher leva cadáver para tentar sacar empréstimo na Zona Oeste do Rio - Foto: Reprodução / TV Globo

A mulher que levou um cadáver em uma cadeira de rodas para tentar fazer um empréstimo de R$ 17 mil em uma agência bancária de Bangu, na Zona Oeste do Rio, foi presa na noite desta terça-feira (16). Ela foi autuada em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver.

Funcionários do banco suspeitaram da atitude de Érika de Souza Vieira Nunes e chamaram a polícia durante a tarde. Ela tinha sido conduzida a delegacia para prestar esclarecimentos à tarde e, à noite, acabou presa.


Depois da mulher ter levado o cadáver para a agência bancária, o Samu foi ao local e constatou que o homem, identificado como Paulo Roberto Braga, de 68 anos, estava morto – aparentemente havia algumas horas. A polícia apura como e exatamente quando ele morreu.

"Ela tentou simular que ele fizesse a assinatura. Ele já entrou morto no banco", explica o delegado Fábio Luiz.", explicou o delegado Fábio Luiz.

Na delegacia, a mulher disse que sua rotina era cuidar do tio, que estava debilitado. A polícia apura se ela é mesmo parente dele.

Conversa com o cadáver

Um vídeo, feito pelas atendentes do banco, mostra que a todo tempo ela tentava manter a cabeça do homem reta, usando a mão e conversa com o suposto parente – que, claro, não responde.

“Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço”, afirma a mulher.

Ela mostra o documento e afirma que ele tinha que assinar da forma que estava ali e diz: “O senhor segura a cadeira forte para caramba aí. Ele não segurou a porta ali agora?”, pergunta às atendentes, que dizem não ter visto.

“Assina para não me dar mais dor de cabeça, eu não aguento mais”, completa.

Nesse momento, as funcionárias tentam intervir e uma delas comenta sobre a palidez do homem: "Ele não está bem, não. A corzinha não tá ficando..."

"Mas ele é assim mesmo", responde a suposta sobrinha.

A mulher responde: “Ele não diz nada, ele é assim mesmo. Tio, você quer ir para o UPA de novo?”, questiona ela, sempre sem resposta.

Por volta de 19h, a mulher ainda prestava depoimento na delegacia. A polícia apura se ela cometeu furto mediante fraude ou estelionato.

A polícia quer entender se outras pessoas a ajudaram a cometer os crimes e busca imagens de segurança. O corpo do idoso foi levado para o Instituto Médico Legal.

"O principal é: a gente continuar a investigação, pra gente identificar demais familiares, e saber se quando esse empréstimo foi realizado se ele estava vivo, qual é a data desse empréstimo", explica o delegado.