Brasil

Seis escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro entram na Sapucaí neste domingo (11)

Na 1ª noite, saem Unidos do Porto da Pedra, Beija-Flor de Nilópolis, Acadêmicos do Salgueiro, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos da Tijuca e a atual campeã, Imperatriz Leopoldinense

Por g1 11/02/2024 14h10
Seis escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro entram na Sapucaí neste domingo (11)
Marquês de Sapucaí - Foto: Marcos Serra Lima/g1

Seis escolas de samba abrem, neste domingo (11), o Grupo Especial do Rio de Janeiro. A partir das 22h, yanomamis, onças e ciganos serão algumas das estrelas a pisar na Marquês de Sapucaí.

Na 1ª noite, saem Unidos do Porto da Pedra, Beija-Flor de Nilópolis, Acadêmicos do Salgueiro, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos da Tijuca e a atual campeã, Imperatriz Leopoldinense. Cada escola terá entre 1 hora e 1 hora e 10 minutos para desfilar.

Confira detalhes do enredo de cada escola e veja o que esperar de cada desfile!

Porto da Pedra, 22h


Lunário Perpétuo: a profética do saber popular

Que enredo é esse?
De volta ao Grupo Especial, o Tigre de São Gonçalo vai explorar o elo entre o místico e o terreno ao retratar o Lunário Perpétuo, livro trazido ao Brasil com a colonização portuguesa.

De origem espanhola, o Lunário é famoso por seus conselhos e previsões que influenciaram a cultura nordestina.

O desfile da Porto reconta a memória e legado do povo indígena e africano, exaltando a importância do saber popular nordestino.

A lenda diz que os ensinamentos do livro foram ditados pelas estrelas para guiar os homens na terra, retratando a conexão com o divino através da natureza para buscar bênçãos e cura em tempos de seca e doenças.

O livro mostra a diversidade cultural, misturando misticismo, filosofia e arte popular.

Entre as influências do Lunário estão os almanaques de cordel de Manoel Caboclo e o Movimento Armorial de Ariano Suassuna.

A obra também relaciona o Lunário com o carnaval, enfatizando a missão de perpetuar o conhecimento, a cura e a arte popular.

Beija-Flor, entre 23h e 23h10


Um delírio de carnaval na Maceió de Rás Gonguila

Que enredo é esse?
Através da história de Benedito dos Santos, que nasceu em Maceió em 1905, a Deusa da Passarela celebra o encontro entre a realeza das Alagoas, da Etiópia e do carnaval.

Em destaque, a cultura popular alagoana com folguedos e tradições como marujos, coco de roda, bumba meu boi, caboclinhos, pastoril, folia de reis e guerreiros.

Benedito era filho de pais libertos da escravidão; sua família vendia frutas e trabalhava para os ricos. Ele ouvia histórias de seus antepassados reis africanos e da resistência em Palmares. Acabou líder do bloco Cavaleiro dos Montes, em Maceió.

Assumiu parentesco com o imperador etíope Haile Selassie, tornando-se Rás Gonguila. E assim, junto à cultura popular, Benedito é coroado rei do carnaval de Maceió.

Salgueiro, entre 0h e 0h20


Hutukara

Que enredo é esse?
O desfile do Salgueiro é inspirado no livro “A queda do céu - palavras de um xamã yanomami”, de Davi Kopenawa e Bruce Albert.

“Flecha para tocar o coração da sociedade não indígena”: assim o Salgueiro propõe a defesa da terra e dos povos indígenas, seguindo a sabedoria dos yanomami. Para eles, a terra-ceú, chamada Hutukara, é fundamental para a vida de todos os seres humanos, junto com os rios e a floresta.

Davi Kopenawa, a principal liderança yanomami, nos convida em seu livro a nos apaixonarmos por eles, pela maneira única como veem e criam mundos.

Ele acredita que o respeito pelo seu povo nascerá apenas através da admiração, não da pena. Ou seja, é preciso reconhecer a essência e a humanidade yanomami.

A forma particular de suas pinturas corporais, o formato do cocar e até a musicalização de expressões da língua yanomami estão representadas.

Grande Rio, entre 1h e 1h30


Nosso destino é ser onça

Que enredo é esse?
A Grande Rio se baseou no mito tupinambá descrito no livro “Meu destino é ser onça”, de Alberto Mussa. É um mosaico de histórias de nações indígenas brasileiras que conta sobre a formação do povo brasileiro.

Segundo o livro, somos brasileiros há pelo menos 11 mil anos. Em tantos anos de história, os tupis-guaranis migraram e influenciaram outras populações das Américas.

A onça é um símbolo dessas narrativas míticas. Ela representa as disputas pela identidade. Mais que o animal, é a ideia de “devoração” e “garra” que representa as lutas e a cultura do povo brasileiro, incluindo o carnaval.

Unidos da Tijuca, entre 2h e 2h40


O conto de fados

Que enredo é esse?
O Pavão falará sobre mitos e histórias transmitidas de geração em geração. Inspirados pelas obras “Ilíada” e “Odisseia”, de Homero, e “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, a escola apresenta um enredo que abrange mais de 2 mil anos de histórias entre Portugal, Brasil e África, com aventuras e simbolismos.

Na mitologia grega, Orfeu é um músico que desceu ao submundo por amor. Ele é o narrador do enredo. A obra faz uma ponte com a realidade brasileira, relacionando as histórias com a atualidade e conectados pelo samba.

Em destaque, música, culinária, artesanato, arte e literatura para demonstrar a riqueza de uma nação.

O “fado”, gênero literário e musical português, é recriado no enredo como “samba fadado”, unindo histórias, artes e culturas.

Imperatriz Leopoldinense


Com a sorte virada para a Lua segundo o testamento da cigana Esmeralda

Que enredo é esse?
Ramos mergulha livremente sobre o clássico literário escrito há mais de cem anos pelo paraibano Leandro Gomes de Barros, conhecido como o rei da poesia do sertão.

A obra reúne o imaginário místico do universo cigano reinterpretado pelos delírios da literatura nordestina popular.

O enredo leopoldinense tem como premissa o lúdico da cultura cigana, traduzido em canto, dança e imagens poéticas, para criar uma narrativa que festeja o desejo de bem viver e se alimenta da ânsia pela boa sorte.