O engenheiro, de 44 anos, que foi vítima de um assalto enquanto curtia um dia de sol na Praia do Sangava, em Guarujá, no litoral de São Paulo, disse ao g1 nesta segunda-feira, que sofreu tortura psicológica. Ele foi vítima de dois criminosos, em uma trilha de mata, por aproximadamente 4 horas.

"Eu nunca [tinha sido] assaltado na minha vida e ficar refém, ter que conversar e dialogar [com os criminosos] em um momento tão difícil (...) está sendo complicado ainda. Tentando me recuperar psicologicamente", disse.

A vítima, que não quis se identificada, disse foi até a faixa de areia e estava retornando ao caiaque quando foi abordado por dois homens, neste domingo (12). Inicialmente, eles roubaram uma corrente de ouro e um boné que ele usava.

A dupla levou o engenheiro para dentro da mata. Ele diz que foi ameaçado e permaneceu com os criminosos por aproximadamente 4 horas. Antes de iniciar as transações via PIX, os homens ligaram para o pai dele para pedir um resgate. "Um valor de R$ 30 mil. Ele ficou apavorado sem saber onde eu estava". No entanto, negou o pedido dos criminosos.

"Fizeram transações do que podia e não podia [da minha conta]. Precisei ligar no banco para inteirar algumas coisas e foi uma tortura tremenda (...). Dentro da mata, não sabia o que podia acontecer", afirmou.

Os criminosos o ameaçaram e obrigaram a realizar três transações bancárias que totalizaram R$ 9.750. Eles só liberaram o homem quando a bateria do celular dele acabou. Eles, ainda, jogaram o aparelho da vítima no meio da mata e fizeram com que ele os acompanhasse até a Trilha do Góes.

Assim que chegaram lá, os homens autorizaram a vítima a retornar sozinha pelo mesmo trajeto e pegar o caiaque para deixar o local. "Uma trilha muito ruim. Me perdi, fui parar em outro lugar. Tive que acessar o mar e nadar".

O homem conseguiu encontrar o celular jogado na mata e foi até o Deck do Pescador, na Ponta da Praia, em Santos. A vítima cortou o pé e as pernas durante a trilha. "A gente nunca pensa que vai acontecer conosco (...) é de difícil acesso, de dia é uma coisa, mas a noite é pior ainda", disse.

Aos policiais, a vítima contou que a dupla estava armada. O caso foi registrado como roubo na Delegacia Sede de Guarujá, onde é investigado. Por enquanto, ninguém foi preso.