O incêndio que atingiu a fábrica da Cacau Show em Linhares, no Norte do Espírito Santo, nesta terça-feira (7), destruiu toda a linha de biscoiteria, tabletes e trufas de chocolates, além de uma parte da linha de ovos de Páscoa do próximo ano. Todos esses produtos atendem à demanda nacional. A informação sobre as perdas foi confirmada pela assessoria de imprensa da empresa ao g1.

Toda a linha de biscoiteria que foi lançada recentemente pela marca ficava na fábrica capixaba e foi completamente comprometida. A unidade de Linhares representa 19% da produção total da empresa e funciona na região desde 2022.

Nela, trabalham 387 funcionários ao todo. Porém, no momento do incêndio, havia 90 trabalhadores no local. A Cacau Show ainda está mapeando o tamanho do prejuízo. A ideia da empresa é usar outras duas plantas industriais da marca para suprir a defasagem da produção após o incêndio.

Parte da produção de ovos de Páscoa que seriam vendidos em 2024 estavam no local e também foi destruída.

Nesta terça-feira (7), Alê Costa, fundador da Cacau Show, visitou a fábrica e acompanhou de perto os trabalhos dos bombeiros. Em visita ao local, ele disse ter o "coração tranquilo" por nenhum funcionário ter se ferido e afirmou que a meta, agora, é reconstruir.

"A gente deve ter um impacto de 10% na nossa produção, que a gente certamente vai organizar as outras duas fábricas para dar conta dessas delícias que a gente fabrica. Então, pessoas seguras, o material se foi, a gente vai reconstruir", voltou a frisar.

Assessoria de imprensa da Cacau Show também falou como já está atuando para tentar amenizar os impactos. "Vamos analisar todo plano de ação e perdas para começarmos a colocar a mão na massa e impactar o menor número de pessoas possível", disse por nota.

Combate ao fogo continua e laudo sai em 30 dias

O Corpo de Bombeiros prossegue no combate ao incêndio na fábrica da Cacau Show. Durante toda esta quarta-feira (8), 23 militares atuaram em quatro frentes de combate simultâneas. Segundo a corporação, os focos remanescentes estão cada vez menores e o planejamento prevê que a fase de rescaldo comece entre a madrugada e a manhã de quinta-feira (9). O rescaldo consiste em resfriar totalmente o ambiente para evitar a reignição.

O combate ao incêndio teve início às 4h50 da manhã de terça-feira (7), tendo completado, na tarde desta quarta, 36 horas de trabalho ininterrupto. Nas primeiras 24 horas, foram utilizados, aproximadamente, 300 mil litros de água. Ao logo desta quarta-feira (8), os caminhões pipa que prestam apoio no combate realizaram 48 viagens, transportando entre 15 e 20 mil litros de água em cada viagem.

A previsão inicial é que a análise seja concluída no prazo de 30 dias, com a emissão de laudo. A causa das chamas ainda é desconhecida.

No local, a equipe do Departamento de Investigação, Pesquisa e Prevenção de Incêndios dos Bombeiros começou a coletar informações, mas não pode entrar na edificação enquanto é feito o combate ao fogo. Depois, ainda será necessário aguardar o rescaldo, que é o resfriamento da área para impedir a retomada de focos.

Segundo coronel Sartório, do Corpo de Bombeiros de Linhares, há um grande volume de trabalho pela frente. "O prazo dos trabalhos são 30 dias, nada impede de ser antes, mas caso tenha um volume de trabalho considerável que é a realidade daqui, pode ser até que seja adiado, mas um tempo previsto são 30 dias", disse o oficial.

Início do incêndio

A fábrica da Cacau Show, localizada no bairro Canivete, em Linhares, foi atingida por um incêndio na manhã desta terça-feira (7). Os bombeiros foram acionados por volta das 4h40. Funcionários chegaram a fazer vídeos do momento em que as chamas avançavam sobre linhas de produção da fábrica.

"Meu Deus. Olha isso! Nossa! Meu Deus. Está pegando fogo em tudo. Está vindo pra cá o fogo. Olha isso", disse um funcionário.

Uma fumaça densa cobriu o céu da região e podia ser avistada a quilômetros de distância. Moradores vizinhos da fábrica relataram ter escutado um estrondo muito alto no mesmo horário em que o incêndio começou.

"Com o barulho forte algumas pessoas foram até lá (fábrica). Quem chegou viu o começo do incêndio e da fumaça na fábrica. É bem triste", disse um morador que preferiu não se identificar.

Mesmo com a descrição dos moradores, os bombeiros ainda estão investigando as causas do incêndio.

Segundo a companhia, os colaboradores da empresa que estavam presentes no momento do fogo conseguiram deixar o local em segurança. Um funcionário teve escoriações na cabeça, foi socorrido e retornou ao local para ajudar nos trabalhos.

Segundo o Corpo de Bombeiros, não há previsão para terminar os trabalhos no local, uma vez que o incêndio atingiu a parte de produção, onde é usada uma grande quantidade de açúcar e gordura.