Brasil

Associação diz que coronavírus já afeta 70% da produção de eletrônicos no Brasil

Segundo a Abinee, 21% das empresas do setor estimam que não irão atingir o volume previsto para o 1º trimestre

Por G1 10/03/2020 15h30
Associação diz que coronavírus já afeta 70% da produção de eletrônicos no Brasil
Reprodução - Foto: Assessoria
A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) afirmou na segunda-feira (9) que os impactos do surto do novo coronavírus já são sentidos por 70% das empresas do setor no país. As informações são parte da terceira sondagem sobre os impactados da doença que a associação realizou com fabricantes de eletrônicos, e refletem um aumento em relação às pesquisas anteriores, que apontavam 57% de impacto negativo na segunda sondagem, e 52% na primeira. De acordo com as novas informações, 6% das fabricantes pesquisadas já funcionam com paralisação parcial — alta em relação à sondagem anterior, que apontava 4%. Metade das empresas (48%) disse que não tem previsão de parar as atividades. A nova pesquisa trouxe também informações sobre problemas para entrega de produto final: 54% das empresas afirmaram que, caso a situação se prolongue por mais um mês e meio, pode haver risco na entrega. É a primeira vez que a indicação aparece nos levantamentos. O problema está na cadeia de fornecimento, com falta de insumos que viriam da China, país mais afetado pelo coronavírus. Nesta segunda, a doença já havia infectado 113 mil pessoas ao redor do mundo, com quase 4 mil mortes. Além da China, a Itália também sofre com o surto da doença — quase 10 mil pessoas já foram infectadas e o país declarou quarentena em algumas cidades. A China é justamente a principal fonte de componentes do Brasil, com 42% do volume total. O país é um dos principais vendedores de chips, circuitos integrados e outras partes e peças que vão se tornar celulares, máquinas de lavar, televisores e diversos outros eletrônicos em outros países. Produção do 1º trimestre Subiu também o número de empresas que afirma que não conseguirão atingir a previsão de produção para o primeiro trimestre, de 17% para 21% das consultadas. Conforme estas companhias, o período deve ter resultado 31% abaixo do esperado inicialmente. De acordo com a Abinee, 48% das empresas dizem que as projeções estão mantidas, enquanto que 31% afirmam que ainda não é possível medir o impacto