Brasil

Mais de 100 detentos fogem de presídio de segurança máxima em João Pessoa

Pelo menos 105 presos fugiram do PB1 e 33 foram recapturados, diz secretaria; Criminosos derrubaram portão principal do presídio e trocaram tiros com policiais militares e agentes penitenciários. Um PM foi baleado

Por G1 10/09/2018 10h09
Mais de 100 detentos fogem de presídio de segurança máxima em João Pessoa
Reprodução - Foto: Assessoria
Pelo menos 105 presos fugiram da Penitenciária de Segurança Máxima Romeu Gonçalves Abrantes, o PB1, na madrugada desta segunda-feira (10) em João Pessoa, segundo nota divulgada pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Até as 7h50, 33 detentos haviam sido recapturados, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). O presídio tem capacidade para 660 presos e atualmente tinha cerca de 680 detentos. Pessoas que moram perto da cadeia começaram a ouvir disparos e uma explosão pouco depois da meia-noite. De acordo com informações da PM, cerca de 20 homens chegaram em quatro carros e dispararam várias vezes contra as guaritas, o alojamento e o portão principal, que foi derrubado após uma explosão. Houve troca de tiros entre os bandidos e policiais militares e agentes prisionais. Em outra ação, que acontecia no mesmo momento, um grupo fechou a rodovia estadual PB-008. Um tenente da PM, de 36 anos, que tentava combater a ação, foi baleado na cabeça e levado ao Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Segundo o boletim do hospital, o tenente Moneta segue internado em estado de saúde gravíssimo. Quem são os alvos do resgate A Polícia Civil investiga o caso e as primeiras informações apontam que o objetivo do ataque ao presídio PB1 era resgatar quatro homens que foram presos no mês de agosto em Lucena, na região metropolitana de João Pessoa, após um ataque a um carro-forte. Eles são acusados de integrar uma quadrilha que atua em todo o país na explosão de caixas eletrônicos e carros-fortes. [caption id="attachment_190988" align="alignleft" width="400"] Quatro homens foram presos em agosto suspeito de ataque a carro-forte, em Lucena (Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)[/caption] Aulas canceladas De acordo com o prefeito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foram canceladas as aulas do Centro de Informática (CI) e do Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional (CTDR), localizados no campus do bairro de Mangabeira, em João Pessoa. As atividades do Núcleo de Processamento de Alimentos (NUPPA) e do Laboratório Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão (LIEPE), na mesma unidade, também foram suspensas. O prefeito explicou que a decisão da suspensão aconteceu para reforçar a segurança na universidade, já que o campus fica localizado em uma área de mata. Serviços públicos suspensos Algumas escolas municipais e Unidades de Saúde da Família (USF) estarão fechadas nesta segunda-feira, por precaução e, segundo a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), “para garantir a segurança de usuários e dos profissionais de saúde”. As atividades devem ser retomadas a partir da terça-feira (11). Os locais públicos que estão abertos, como USFs, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centro Administrativo Municipal estão com a segurança reforçada pela Guarda Municipal. Serviços interrompidos nesta segunda-feira: Escola Municipal Afonso Pereira – Rua da Sucupira – Cidade Verde II Creche Maestro Pedro Santo – Rua da Sucupira – Cidade Verde II Creche Márcia Suênia – Rua Martinho Faustino da Costa – Cidade Verde II USF Cidade Verde Integrada – Rua Leopoldo Pereira de Lima, – Mangabeira VII USF Nova Aliança Integrada – Rua Neli Pessoa de Melo, – Mangabeira USF Quatro Estações Integrada – Rua Jurema Teotonio da Silva – Mangabeira USF Rosa de Fátima Integrada – Rua Oscar Lopes Machado, – Paratibe USF Verdes Mares Integrada – Rua Eustaquio da Fonseca, – Mngabeira VIII USF Paratibe II – Rua Maria Doraci Moreira, – Paratibe Tentativa de fuga e rebeliões no PB1 A Penitenciária de Segurança Máxima Romeu Gonçalves de Abrantes, o PB1, foi inaugurada em julho de 2008. Em maio de 2012, pelo menos 150 detentos do PB1 foram transferidos para presídios de João Pessoa após uma rebelião que durou 18 horas. Os detentos atearam fogo em objetos e um dos presos morreu com um tiro na cabeça. A suspeita é que a rebelião tenha se iniciado por uma briga entre duas facções criminosas. Já no dia 1º de janeiro de 2014, três presidiários do PB1 foram detidos quando tentavam fugir da unidade com auxílio de escadas. Após a captura, um tumulto foi iniciado dentro do presídio, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba (Seap). Na confusão, duas salas do presídio foram queimadas pelos apenados. O fogo só foi controlado depois que os presos foram levados pela Polícia Militar para outras partes do presídio. De acordo com o Corpo de Bombeiros, as duas salas queimadas eram usadas para realização de trabalhos manuais dos apenados como parte do processo de ressocialização.