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'Acabaram com a minha vida', diz mãe de bebê morta em atropelamento em Copacabana

Família não conseguiu a liberação do corpo da bebê de oito meses; Motorista invadiu calçadão e atropelou 17 pessoas na noite de quinta-feira (18)

Por G1 19/01/2018 10h59
'Acabaram com a minha vida', diz mãe de bebê morta em atropelamento em Copacabana
Reprodução - Foto: Assessoria

A mãe da bebê Maria Louise Araújo Azevedo, de oito meses, que morreu em um atropelamento na Praia de Copacabana, lamentou a morte da criança na manhã desta sexta-feira (19). Ela foi com a família tentar a liberação do corpo no Instituto Médico-Legal (IML), mas não conseguiu porque a certidão da criança molhou em uma chuva e rasgou. A família terá que tirar um novo documento para fazer a liberação. Além de Maria e da mãe, outras 15 pessoas ficaram feridas.

"Foi tudo rápido. eu só lembro quando eu estava já no chão. Eu não vi mais nada", contou Niedja da Silva Araújo.

Ela estava dentro de um carro, sentindo muitas dores. Niedja também foi uma das vítimas do acidente e pediu que o motorista, Antonio de Almeida Anaquim, de 41 anos, responda pelo acidente. "A minha Maria, que eu amo tanto, que ele tirou de mim. Acabaram com a minha vida", disse ela.

Detran-RJ afirma que motorista omitiu sofrer de epilepsia

O motorista omitiu que tem epilepsia quando tirou carteira de habilitação, informou o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RJ) nesta sexta-feira (19). Anaquim disse à polícia que teve um ataque epilético ao volante e perdeu o controle do carro.

A mulher que acompanhava Antonio no veículo confirmou a versão de que ele desmaiou depois de ter o ataque. Outras testemunhas já foram ouvidas pela Polícia Civil.

Segundo o Detran, pessoas com epilepsia podem ter CNH. No entanto, precisam passar por uma avaliação neurológica antes de tirar o documento, e o exame médico tem validade menor. Os motoristas com epilepsia só podem ter habilitação na categoria B, para carros.

Ainda de acordo com o Detran, Antonio estava com carteira suspensa desde maio de 2014. No entanto, ele não cumpriu a determinação de devolver o documento e fazer um curso de reciclagem. Por dirigir e continuar a cometer infrações com a CNH suspensa, o órgão instaurou um processo de cassação do documento.

Laudo diz que motorista não bebeu

Antonio não tinha consumido bebida alcoólica antes de dirigir na noite de quinta-feira, de acordo com exame feito pela Polícia Civil e divulgado nesta sexta.

O laudo diz que Antonio estava desperto e se apresentou calmo para o exame, fornecendo respostas com clareza de raciocínio, pensamento bem articulado e orientação no espaço e no tempo.

Após o acidente, Antonio foi detido e levado para a 12ª DP (Copacabana), delegacia que abriu inquérito para investigar o caso.

Segundo a Polícia Civil, a principal hipótese é de que o motorista tenha mesmo sofrido um ataque epilético. Como não fugiu do local do atropelamento, Antonio vai responder em liberdade por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.