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Pais doam órgãos de menino baleado em casa em São João de Meriti, no RJ

O menino foi atingido por um tiro quando estava em casa, brincando com os irmãos

Por G1 03/11/2017 08h35
Pais doam órgãos de menino baleado em casa em São João de Meriti, no RJ
Reprodução - Foto: Assessoria

Os pais de Vitor Gabriel Leite, de 3 anos, que teve morte cerebral diagnosticada pelos médicos do Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, decidiram doar os órgãos do filho. O menino foi atingido por um tiro quando estava em casa, brincando com os irmãos.

“Pelo menos vai salvar outras vidas, que eu sei que as filas de espera são grandes. Infelizmente eu não sei como vai ser a minha vida daqui para frente sem meu nego. Só Deus sabe”, contou Adriana Maria Leite Matheus, mãe da criança.

"Foi aberto o protocolo de transplante (de órgãos) ontem. Esse protocolo na criança precisa de 24 horas de observação. E o exame de eletroencefalograma confirmou agora pouco a morte cerebral", disse nesta tarde o diretor geral do Hospital da Posse, José Sestello.

O pai conta que o menino era a alegria da família. “ele era muito alegre, um garoto brincalhão, um garoto que corria, um garoto que jogava bola, que corria, o garoto andava de bicicleta, tudo ele fazia de bom, destacou Anderson de Oliveira.

Ele contou ainda que ouviu um estrondo e pensou que o filho tivesse caído do sofá. Ele encontrou Vitor caído com a cabeça sangrando. No hospital, o menino foi diagnosticado como baleado.

A família teve esperança até o último momento. A mãe contou que o sonho do menino era estudar. “Eu fiquei pensando que o meu filho estava em coma e ia voltar, sabe? Depois foi caindo a ficha, que eu estava ali rezando para meu filho voltar e agora está caindo a ficha que não vai voltar. Um garoto tão amável, tão sorridente, todo lugar tinha amizade. E agora ver que meu filho, dentro de casa, não foi protegido”, refletiu Adriana.

A história do menino surpreendeu a equipe médica. "Nós estamos surpresos a cada dia. Nós temos 584 baleados só este ano. em 2012, nós tivemos 172 baleados o ano inteiro. e ainda nem terminou o ano. A cada dia é uma história mais triste", explicou Sestello.