Brasil

Atleta britânica que sumiu em rio no Amazonas foi vítima de latrocínio

Desde o mês passado ela viajava de caiaque, em uma jornada que começou no Peru

Por Fonte: G1 19/09/2017 17h00
Atleta britânica que sumiu em rio no Amazonas foi vítima de latrocínio
Reprodução - Foto: Assessoria

A Polícia Civil do Amazonas confirmou, à 14h28 desta terça-feira (19), que a atleta britânica Emma Kelty que desapareceu no Rio Solimões, no Amazonas, foi vítima de um latrocínio - roubo seguido de morte. Desde o mês passado ela viajava de caiaque, em uma jornada que começou no Peru. Dois suspeitos do crime foram identificados, um deles é adolescente.

O Governo Britânico informou ao G1, nesta terça-feira, que está em contato com as autoridades e "dando apoio à família da britânica que morreu no Brasil".

O delegado-geral da instituição, Frederico Mendes, informou, por meio da assessoria, que o adolescente, de 17 anos, apreendido em Codajás, a 240 Km de Manaus, suspeito de envolvido no latrocínio, deu detalhes sobre o crime.

Outros seis indivíduos, que já foram identificados pela Polícia Civil e estão sendo procurados, também participaram do crime.

Conforme a polícia, o adolescente relatou, em Termo de Declaração, que a britânica estava acampando na Ilha do Boieiro, localizada em frente à Comunidade Lauro Sodré, em Coari, 363 Km da capital, quando foi abordada por dois infratores. Em seguida, outros cinco indivíduos chegaram ao local, dentre eles o adolescente. A mulher teve dinheiro e pertences roubados pelo grupo. Não há informações se a mulher reagiu à ação.

Caiaque encontrado no Amazonas (Foto: Divulgação / Marinha)

O adolescente informou, ainda segundo a Polícia Civil, que a britânica foi atingida por tiros de espingarda calibre 20, com o cano serrado, e depois os infratores jogaram o corpo da mulher no Rio Solimões.

"Os sete infratores tentaram vender os objetos roubados da vítima, dentre eles dois aparelhos celulares, um tablet e uma câmera GoPro, em comunidades dos municípios de Codajás e Coari", disse a polícia.

Os seis indivíduos já foram identificados e tiveram os mandados de prisão e de busca e apreensão representados à Justiça da Comarca de Coari, informou a polícia.

A Marinha do Brasil e o Corpos de Bombeiros Militar do Amazonas continuam as buscas para tentar localizar o corpo da esportista. Os dois órgãos refizeram o trajeto percorrido por ela nas proximidades de onde o adolescente apontou que o grupo teria jogado o corpo da vítima.

Últimas postagens

"Uma mudança dramática em apenas um dia, mas o rio é assim mesmo. Cada quilômetro é diferente, e só porque uma área é ruim não significa que...".

Esta é a última postagem, no Twitter, da atleta britânica que desapareceu no rio Solimões. Foi ao ar na madrugada de quarta-feira, 13 de setembro. A atleta usava a rede social para documentar a viagem pela região.

A britânica foi desestimulada a seguir o trajeto sozinha. Chegou a fazer piada da situação em um tuíte no último dia 10: "Em Coari ou perto (a 100 quilômetros acima do rio) meu barco será roubado e eu serei assassinada. Legal".

Segundo escreveu em um blog, o plano era descer o rio "sem apoio ou assistência". A postagem foi feita em 9 de agosto, quando ela ainda estava em Iquitos, no Peru. No fim do texto, disse que estava ciente das dificuldades, mas que não tinha nenhum arrependimento.

Entenda o caso

Na quarta-feira, dia 13, por volta das 22h, uma empresa ligou para o Comando do 9° Distrito Naval (Com9ºDN) informando que o localizador de emergência da britânica, que estaria realizando canoagem esportiva no Rio Solimões, havia sido acionado. Na manhã de quinta-feira, dia 14, a Marinha do Brasil iniciou as buscas. Já na tarde de sexta-feira, dia 15, alguns objetos que seriam da mulher, como roupas, sapatos e o caiaque foram encontrados na Comunidade Lauro Sodré.

No último domingo, dia 17, a Marinha do Brasil encaminhou os objetos ao 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde foi realizado o Auto de Exibição dos materiais. Na 78ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), que fica em Codajás, foi instaurado um Inquérito Policial (IP).

Marinha faz buscas em área compreendida entre os municípios de Codajás e Coari (Foto: AVG/Rede Amazônica)