O 9º Encontro Nacional de Editores, Colunistas, Repórteres e Blogueiros (9º Enecob) entrou, nesta quinta-feira (24), no seu segundo e último dia. O evento acontece em Salvador, capital baiana, no Sheraton Hotel da Bahia, e tem como tema neste ano ‘Exportação e Atração de Investimentos’. Durante a manhã, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Roberto Jaguaribe, palestrou para a plateia de comunicadores sobre o importante papel da agência nas relações exteriores da economia brasileira.

Roberto Jaguaribe foi apresentado à imprensa do evento pelo jornalista Leandro Mazzini, que está à frente do Enecob. O presidente da Apex-Brasil afirmou que a agência, embora autônoma, está trabalhando em consonância com o Governo juntamente com o Ministério das Relações Exteriores.

“A Apex tem uma rede de contatos com áreas de produção no Brasil. O Itamaraty tem contato com áreas do exterior. Então, resolvi promover a integração plena com o Itamaraty”, disse Jaguaribe, que completou afirmando que havia um ‘distanciamento equivocado’ entre as duas instituições. Jaguaribe disse que a Apex contempla a valorização do setor agropecuário do País e afirmou que a capacidade da agropecuária brasileira é muito forte.

“A função da Apex é ajudar a promover exportações no Brasil, mas se você tem um produto comercial que não é competitivo, a Apex não pode ajudar muito, por isso despertamos para parcerias”, disse o presidente. Jaguaribe afirmou que tais parcerias surgem através de buscas por atores relevantes que dão apoio a Apex, para que a agência atinja o objetivo de melhorar a imagem do produto.

Jaguaribe discursou sobre o Nordeste e afirmou que, apesar da região ser uma forte produtora dentro do Brasil, é a última no País quando a questão é exportação. Por causa desses dados e para ajudar a região a se desenvolver nesse sentido, foi criado em Recife, Pernambuco, no segundo semestre de 2016, um escritório da Apex.

O presidente da agência afirmou que a exportação de flores, por exemplo, é promissora para o Nordeste brasileiro e é algo que deve ser desenvolvido ao longo dos próximos anos. “O Estado do Ceará está mais bem posicionado na região para este segmento”, afirmou.

“A Apex tem uma atenção especial para o potencial natural do turismo no Nordeste, apesar de já haver a Embratur [Instituto Brasileiro de Turismo] dando suporte a esta área”, disse.

Alagoas

Ainda durante a quinta-feira, a gerente de Inteligência de Mercado, Sueme Andrade, apresentou pesquisas da Apex realizadas sobre o mercado do Nordeste brasileiro, focando especialmente no setor de exportações.

Segundo dados apresentados pela gerente, Alagoas teve um crescimento altíssimo no setor de exportações neste ano. “O Estado de Alagoas cresceu 117% só em 2017. É um Estado que tem como o forte a fabricação de alimentos”, disse Sueme Andrade, que completou afirmando que o Nordeste tem uma produção diversificada e cada Estado exporta produtos compatíveis com suas áreas.

China

Roberto Jaguaribe não economizou palavras ao falar da China. “Atualmente, a China é o maior exportador do mundo. Desde 2009, é o maior parceiro do Brasil. Já é, com certeza, o maior ator financeiro global”, disse. O presidente da Apex afirmou que a dimensão da China é tão imensa dentro do cenário financeiro mundial que merece uma atenção especial. “Esse país tem um idioma totalmente diferente do português, mas, no futuro, quem quiser ser competitivo no mercado vai ter que aprender mandarim”, disse.

O presidente da Apex declarou que, em 2030, o país asiático terá uma produção duas vezes maior que a do segundo mercado mundial, os Estados Unidos. “A China domina a produção de peixes, ou seja, a aquacultura. O Brasil é o país com mais potencial de água do mundo. Por que não é líder nesse segmento então? Falta iniciativa”, afirmou.

*O repórter viajou a Salvador a convite do evento.