Brasil
Grupos pró e contra Lula protestam em São Paulo após condenação
Ex-presidente foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex em Guarujá
Grupos favoráveis e contrários ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protestavam nesta quarta-feira (12) na Avenida Paulista, em São Paulo, após a condenação do petista a 9 anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Os manifestantes de ambos os grupos não tinham estimativa de público. A PM também não divulgou números. Os dois protestos terminaram por volta das 21h. Apesar de provocações das duas partes, não houve confronto.
O grupo pró-Lula foi o primeiro a chegar. Eles se reuniram no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) pouco depois das 17h, após convocação pelas redes sociais. Com instrumentos de percussão, manifestantes gritavam palavras de ordem e seguravam cartazes em defesa do ex-presidente petista. Eles ocuparam a pista sentido consolação.
Contra LulaNo início da noite, o grupo contrário a Lula se reuniu em frente ao prédio da Fiesp, a um quarteirão dos manifestantes favoráveis ao petista.
Com bandeiras do Brasil e faixas elogiando a Operação Lava Jato e o juiz Sérgio Moro, eles pediam aos motoristas que passavam pela pista sentido Paraíso que buzinassem. Eles ocupavam a faixa de pedestres quando o semáforo fechava.
A sentença do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, é relativa ao processo que envolve o caso da compra e reforma de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo.
A sentençaÉ a primeira vez, desde a Constituição de 1988, que um ex-presidente é condenado criminalmente. A sentença foi publicada nesta quarta-feira (12) e não determina a prisão imediata de Lula. Na decisão, Moro permite que petista recorra em liberdade.
"[...] Considerando que a prisão cautelar de um ex-Presidente da República não deixa de envolver certos traumas, a prudência recomenda que se aguarde o julgamento pela Corte de Apelação antes de se extrair as consequências próprias da condenação. Assim, poderá o ex-Presidente apresentar a sua apelação em liberdade", diz a decisão. Veja a íntegra da decisão de Sérgio Moro.
Por "falta de prova suficiente da materialidade", o juiz absolveu Lula das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o armazenamento do acervo presidencial numa transportadora, que teria sido pago pela empresa OAS.
Por meio de nota, a direção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) afirmou que a condenação é um "ataque à democracia". "Embora seja uma decisão de primeira instância, trata-se de medida equivocada, arbitrária e absolutamente ilegal, conduzida por um juiz parcial, que presta contas aos meios de comunicação e àqueles que não aceitam a trajetória de sucesso de Lula na presidência", diz a nota do PT.
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