Brasil
Henrique Meirelles diz que "Congresso tem que mostrar que não vai parar"
Ministro da Fazenda defendeu nesta terça-feira (23) a agenda de reformas econômicas
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu nesta terça-feira (23) a necessidade do avanço das reformas no Congresso e disse que a agenda econômica não pode ser interrompida pela crise política.
"O Congresso tem que mostrar que não vai parar e vai continuar votando as questões fundamentais para o país", afirmou Meirelles em seminário sobre infraestrutura, em São Paulo.
Em sua primeira aparição pública após a divulgação da delação da JBS na semana passada, que provocou uma crise política envolvendo o presidente Michel Temer, Meirelles não comentou diretamente o assunto nem respondeu a perguntas, e evitou falar em crise. Disse estar numa “agenda intensa de trabalho” com membros do legislativo e agentes econômicos “visando assegurar que todo esse projeto continue”.
“A última coisa que nós precisamos agora é a economia começar a ter problema porque temos aí essas questões que estão sendo discutidas na área da política”, disse o ministro, que voltou a afirmar que o país “já está em trajetória de crescimento”.
Segundo Meirelles, é preciso, no entanto, avançar com as reformas para “sustentar essa trajetória de crescimento” e garantir o ajuste das contas públicas.
"Existe uma consciência nacional de que as reformas precisam ser feitas", disse Meirelles citando que Rodrigo Maia, presidente da Câmara, estima que a votação da reforma da Previdência aconteça no começo de julho.
Meirelles também citou também a conversa que teve com investidores em teleconferência feita na véspera, na qual disse ter questionado os analistas se “existe dúvidas de que a política econômica que está sendo seguida vai continuar”.
Em teleconferência com investidores na segunda-feira, Meirelles também ressaltou a importância das reformas. Ele admitiu, no entanto, que a votação da reforma da Previdência poderia atrasar "semanas" diante da crise política.
O ministro foi aplaudido pela plateia ao comentar que muitos poderiam estar “preocupados com o que vai acontecer amanhã”, enquanto ele decidia usar a oportunidade para falar sobre a agenda de reformas defendida pelo governo para aumentar a produtividade da economia brasileira. “É nisso que eu acredito”, destacou.
Embora o seu nome esteja sendo ventilado como um possível candidato à Presidência no caso de uma eventual eleição indireta, Meirelles procurou enfatizar que seu compromisso é de médio e longo prazo, através da condução de uma agenda de reformas estruturantes e de micro reformas que visem a melhora da produtividade.
“Aposto no futuro do país, estou comprometido a isso, e estou de fato trabalhando dia e noite nessa direção”, disse o ministro ao encerrar sua palestra.
A organização do evento chegou a anunciar que o ministro daria uma entrevista coletiva e reservou uma área para o encontro com jornalistas, mas Meirelles deixou o local sem falar com a imprensa.
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