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Juiz suspendeu Instituto Lula por iniciativa própria e não do MP, diz Justiça

Ele atendeu a pedido de diligências feito pelo MP e, por ato de ofício, decidiu suspender atividades do instituto

Por G1 11/05/2017 01h17
Juiz suspendeu Instituto Lula por iniciativa própria e não do MP, diz Justiça
Reprodução - Foto: Assessoria
A Justiça Federal informou nesta quarta-feira (10) que a decisão de suspender as atividades do Instituto Lula foi tomada por iniciativa própria do juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília e não a pedido do Ministério Público Federal. O MP pediu diligências no instituto, autorizadas pelo juiz nesta terça (9).

A informação de que havia um pedido do Ministério Público com a finalidade de suspender as atividades do instituto constava do despacho do juiz, divulgado nesta terça.

Ao justificar a decisão, Ricardo Leite afirmou que há indícios “veementes” de “delitos criminais” que podem ter sido iniciados ou instigados na sede do instituto, localizada em São Paulo.

“Como o próprio acusado [Lula] mencionou que no local [sede do Instituto Lula] se discutiam vários assuntos, e há vários depoimentos que imputam pelo menos a instigação de desvios de comportamentos que violam a lei penal, a prudência e a cautela recomendam a paralisação de suas atividades. Há indícios abundantes de que se tratava de local com grande influência no cenário político do país, e que possíveis tratativas ali entabuladas fizeram eclodir várias linhas investigativas”, escreveu o juiz.

O Instituto Lula é objeto de um dos processos aos quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva responde na Operação Lava Jato. Lula é acusado pelo Ministério Público Federal de receber como propina um terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do petista, em São Bernardo. De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, os imóveis foram comprados pela Odebrecht em troca de contratos firmados pela empreiteira com a Petrobras. O ex-presidente nega as acusações.