Brasil
Mulher diz que viveu "filme de terror" com namorado ex de Luana
Empresário foi preso na última quarta (3), após se aproximar da ex-companheira em academia no bairro de Ondina, em Salvador
A ex-namorada do empresário Christiano Rangel, Aída Nunes, falou com a imprensa após o ex-companheiro voltar a ser preso, na última quarta (3), por descumprir a medida protetiva expedida pela Vara de Violência Doméstica que determinava que ele não se aproximasse dela. A mulher declarou que viveu um "filme de terror" quando foi agredida e que três anos após ser agredida por ele, ainda não vive tranquila. "Eu sofro os impactos disso. É, para mim, um filme de terror o que eu vivi. Eu vivi um filme de terror. Não desejo isso nem para o meu pior inimigo", destacou.
Christiano foi condenado a quatro anos de prisão por ter agredido Aída, em 2013. No entanto, cerca de dois anos após a sentença, em 2016, a Justiça reduziu a pena dele para dois anos e oito meses, em regime aberto.
Na última quarta-feira, no entanto, Christiano foi preso quando estava em um shopping de Salvador. A prisão foi pedida pela juiza Márcia Lisboa, 1ª Vara de Violência Doméstica, após o rapaz ter ido a uma academia onde Aída costuma fazer exercícios, no bairro de Ondina, no início de abril.
O advogado de Christiano , Fabiano Pimentel, disse que o cliente não sabia que ela estava na academia. "Não houve nenhuma intenção dele de procurá-la ou de deixá-la em situação que pudesse causar qualquer tipo de constrangimento. Foi um encontro não intencional", afirma.
O advogado disse, ainda, que a juíza da Vara de Violência Doméstica não tem competência para pedir a prisão do cliente. "Redecreta a prisão sem competência para tanto. Ou seja, desrespeitando as regras do processo penal, desrespeitando as regras da Constituição". O advogado disse que ingressou com pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.
A juíza, por sua vez, disse que a Vara pode, sim, pedir a prisão, já que, segundo ela, ao descumprir a medida protetiva, foi aberto um novo processo.
"O personal viu que ele estava lá [na academia], olhando-a. E isso ele não pode fazer. Ele sabe que não pode fazer. Isso é decumprimento da ordem judicial. É a terceira vez que ele faz isso. A competência é minha nesse fato, porque é um fato novo. O fato que passou, é lógico, está no Tribunal de Justiça e eu não tenho mais competência. Mas esse fato é um fato novo", disse a juiza Márcia Lisboa.
Christiano e Aída vão ficar frente a frente pela primeira vez em uma audiência sobre o caso, que será realizada na proxima quarta-feira (10), na 1º Vara de Violência Doméstica de Salvador. Aida já compareceu à Vara para prestar depoimento sobre o que ocorreu em 2013, mas, segundo a juiza do caso, Christiano foi intimado várias vezes mas nunca compareceu. Desta vez, a audiênia vai ser para tratar do descumprimento mais recente da medida protetiva.
Prisão
De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), a promotora Luciana Meirelles pediu a prisão do empresário à Justiça, após Aída Nunes comunicar ao órgão a violação da determinação judicial de não se aproximar dela.
Rangel foi levado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), no bairro de Brotas, no período da tarde, e encaminhado para o Centro de Observação Penal (COP), do Complexo Penitenciário da Mata Escura.
O Caso
A amazona Aída Nunes, que tinha 30 anos à época da agressão, acusou o empresário e ex-namorado dela de agressão física. Eles namoraram cerca de um ano e meio. O casal chegou a morar junto entre abril e novembro de 2012, quando chegou ao fim o relacionamento. Christiano ficou conhecido por já ter namorado a atriz Luana Piovani.
Aída revelou ter sido agredida na madrugada do dia 12 de janeiro de 2013, na casa do empresário, no bairro da Barra, orla de Salvador quando já estavam separados. Segundo contou, ele teria levado ela para o imóvel e o agrediu. A versão de Rangel foi diferente, ele disse através do advogado, que Aída teria caído dentro do apartamento.
A ocorrência de agressão foi registrada na Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (Deam), no bairro de Brotas. A vítima passou por exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT) da capital.
Em 2014, Rangel foi condenado a quatro anos de prisão e a pena foi reduzida para dois anos e oito meses, no ano passado. Conforme a sentença, ele foi absolvido do crime de ameaça e foi mantida a condenação sobre lesão corporal grave.
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