Brasil
Postos de saúde do RJ registram filas para vacina contra febre amarela
Advogado esperou mais de duas horas para ser vacinado
Muitas pessoas acordaram mais cedo nesta quinta-feira (16) para tomar vacina contra a febre amarela no Rio de Janeiro, um dia após a confirmação da primeira morte causada pela doença no estado – em Casimiro de Abreu, no interior. O RJTV percorreu alguns postos de saúde na Região Metropolitana e mostrou filas que duraram até duas horas.
Em Botafogo, o movimento começou logo pela manhã no posto de saúde do bairro. "Eu viajo sempre para o interior e preciso tomar a vacina", disse uma pessoa que tinha acabado de ser vacinada.
Um pai, que levou o filho para ser vacinado, contou que o processo de espera foi tranquilo e rápido. Quem não teve a mesma sorte foi o advogado Marcus Figueiredo, que esperou mais de duas horas na fila para receber a vacina.
Fila para vacina contra febre amarela no posto de saúde Dom Hélder Câmara, na Rua Voluntários da Patria, em Botafogo (Foto: Cristina Boeckel/G1)
O posto em Botafogo distribuiu 90 fichas de vacinação durante a manhã e 90 durante a tarde.
No posto de saúde da Gávea também teve muita fila. Cem pessoas foram imunizadas durante a manhã e cem senhas foram distribuídas para a parte da tarde. Funcionários do posto informaram que há vacina para todo mundo, entretanto, a distribuição de senhas acontece para que não haja superlotação nos postos.
Veja municípios onde a campanha de vacinação foi antecipada para esta quinta-feira:
Araruama
Bom Jardim
Cabo Frio
Cachoeiras de Macacu
Casimiro de Abreu
Conceição de Macabu
Cordeiro
Duas Barras
Macaé
Macuco
Nova Friburgo
Rio Bonito
Rio das Ostras
Silva Jardim
Sumidouro
Tanguá
Trajano de Moraes
Campos dos Goytacazes
Cantagalo
Cardoso Moreira
Carmo
Santa Maria Madalena
São Fidélis
São Sebastião do Alto
Sapucaia
Quem não deve se vacinar?
Para a ação de vacinação implementada pela SES, são contraindicações: gestantes, mulheres que estejam amamentando, pessoas com alergia a algum componente da vacina e alergia a ovos e derivados; pessoas com doença febril aguda, com comprometimento do estado geral de saúde; ou ainda pacientes com doenças que causam alterações no sistema de defesa (nascidas com a pessoa ou adquiridas), assim como terapias imunossupressoras - quimioterapia e doses elevadas de corticosteroides, por exemplo; indivíduos portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico ou com outras doenças autoimunes; pacientes que tenham apresentado doenças neurológicas de natureza desmielinizante (Síndrome de Guillain Barrè, ELA, entre outras) no período de seis semanas após a aplicação de dose anterior da vacina; pacientes transplantados de medula óssea; pacientes com histórico de doença do Timo; pacientes portadores de HIV; crianças menores de seis meses de idade; crianças menores de dois anos de idade que não tenham sido vacinadas contra febre amarela não devem receber as vacinas tríplice viral ou tetra viral junto com a vacina contra FA. O intervalo entre as vacinas deve ser de 30 dias. Nesta campanha, não serão vacinados bebês com idades abaixo de 9 meses e maiores de 60 anos.
Qual é a orientação para quem perdeu o cartão de vacinação e não tem conhecimento da própria situação vacinal?
A recomendação é para que a pessoa procure o serviço de saúde que costuma frequentar para tentar resgatar seu histórico. Caso isso não seja possível, a pessoa deve iniciar o esquema vacinal normalmente.
No caso das crianças que precisam se vacinar, quais são os riscos de receber a vacina contra a febre amarela junto com outras vacinas?
A vacina de febre amarela não deve ser aplicada ao mesmo tempo em que as vacinas tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) ou tetra viral (contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Se a criança tiver alguma dose do Calendário vacina em atraso, ela pode tomar junto com a de febre amarela, com estas exceções citadas – tríplice e tetra viral. Já as crianças que não receberam nenhuma destas três vacinas e forem atualizar sua situação vacinal, a recomendação é para que elas recebam a primeira dose contra febre amarela e posteriormente, com intervalo de pelo menos 30 dias, deve ser agendada a vacinação com tríplice viral ou tetra viral.
O que é febre amarela?
Há dois tipos de febre amarela – silvestre e urbana. As duas são causadas pelo mesmo vírus, mas se diferem pelo vetor de transmissão. A urbana é transmitida pelo Aedes aegypti e, de acordo com o Ministério da Saúde, desde os anos 40, o Brasil não registra casos deste tipo da doença. Já a silvestre é transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabeths, insetos de hábitos estritamente silvestres. A febre amarela silvestre é endêmica em algumas regiões do país, principalmente na região amazônica. Os sinais e sintomas mais comuns da doença são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos que duram, em média, três dias. Nas formas mais graves da doença, podem ocorrer icterícia (olhos e pele amarelados), insuficiências hepática e renal, manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. Trata-se de uma doença infecciosa febril aguda, transmitida exclusivamente pela picada de mosquitos infectados.
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