Quatro presos, todos com antecedentes por homicídio, além de outros crimes, fugiram da Delegacia de Pronto Atendimento de Canoas (DPPA), na Região Metropolitana de Porto Alegre, neste feriadão. Para conseguir escapar, eles serraram as grades das celas da carceragem.

Para que os policiais não escutassem o barulho da ação, os presos começaram a cantar e batucar dentro da carceragem, aproveitando o período de carnaval. A cantoria chamou atenção da polícia, que até gravou um áudio com a batucada. A fuga aconteceu na madrugada de segunda-feira (27).

"O que a gente tem certeza é de que eles realizaram essa cantoria para abafar o barulho dessa serra (...) Claro que chamou a atenção [a cantoria], e os policiais se deslocaram para pedir silêncio. Isso acabou acontecendo, pelo que foi apurado, mas, nesse momento, quando se inicia uma investigação, a gente sempre diz que nenhuma hipótese pode ser descartada”, afirma o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, delegado Fábio Motta Lopes, em entrevista à rádio Gaúcha.

No momento da fuga, quatro agentes e a delegada plantonista estavam no local. A Polícia Civil fez uma ocorrência e uma sindicância foi aberta para apurar as circunstâncias da fuga. Duas serras foram encontradas e uma das celas.

Conforme o delegado, a polícia investiga se as serras podem ter entrado nas celas por meio de alimentos levados por familiares, se eram restos de obras realizadas no local anteriormente, ou até mesmo se houve facilitação.

Os presos que fugiram foram identificados como Daniel Ricardo Bornemann, de 33 anos, com 13 antecedentes criminais, David William Ferreira dos Santos, 26 anos, com 17 passagens pela polícia, Paulo Luis Pereira, de 39 anos, com 11 passagens, sendo três por homicídio, e Paulo Anderson Rocha, de 35 anos, com 12 passagens. Um quinto preso estava na mesma cela, mas não quis fugir, segundo o delegado.

Em janeiro, na mesma delegacia, foi descoberto um plano de fuga no qual os bandidos planejavam render um policial e fugir. Por conta da falta de vagas no local, os presos já chegaram a ser algemados no corrimão da calçada.