Brasil
Noivos gravaram vídeo agradecendo produtora antes de queda de helicóptero
Um mês antes, ao lado do noivo, agradeceu empresa onde trabalhava fotógrafa Nayla Cristina
Os noivos Udirley Damasceno e Rosemeire Nascimento da Silva gravaram um vídeo cerca de um mês antes da cerimônia de casamento para agradecer o trabalho da produtora onde a fotógrafa Nayla Cristina Neves, grávida de seis meses, trabalhava. Tanto Rosemeire quanto Nayla morreram no acidente de helicóptero ocorrido na tarde deste domingo (5) em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo. Elas estavam a caminho do local onde seria celebrado o matrimônio.
"Gostamos muito do trabalho de vocês. Foi um prazer trabalhar com vocês. Que Deus abençoe a todos", agradece o sorridente noivo. "Estamos aqui somente para agradecer. Foi muito prazeroso. Gostamos do resultado até o momento e sei que vai ser melhor ainda", completa a noiva também com sorriso no rosto. O vídeo foi publicado pela produtora em uma rede social em 10 de novembro.
Apenas um pequeno número de convidados sabia que Rosemeire chegaria ao casamento de aeronave. Segundo Marcos Camargo, tio dela, “no meio de 400 pessoas, umas 6 pessoas sabiam. O noivo também não sabia dessa informação. Era surpresa para todo mundo”.
O tio também contou que ficou sabendo pela internet que um helicóptero havia caído na região, a cerca de 3,5 km de onde amigos, familiares e o noivo esperavam pela chegada de Rosemeire. “Fomos averiguar. Chegamos lá, conseguimos ir até o local, e reconhecemos todos que estavam na aeronave. Eram todos que estavam indo para o casamento”, lamentou. Também morreram no acidente o piloto, Peterson Pinheiro, e o irmão da noiva, Silvano Nascimento da Silva.
Noiva que morreu em acidente de helicóptero no domingo (4), na Grande São Paulo (Foto: Redes Sociais)
A noiva tinha o sonho de chegar ao casamento de helicóptero, segundo o dono do buffet e responsável pela organização da festa, Carlos Eduardo Batista. O noivo a aguardava no altar quando soube do acidente.
“O noivo não sabia que ela chegaria de helicóptero. Seria uma surpresa para ele e para todas as pessoas da festa. Todas as noivas têm um sonho e o dela era chegar de helicóptero a seu casamento sem que ninguém soubesse”, também relembrou Carlos, um dos poucos que sabiam da surpresa para poder organizá-la.
O dono do buffet afirmou que estranhou quando o helicóptero não pousou no campo de futebol do sítio e procurou a empresa responsável pela aeronave. “O dono disse que o helicóptero já tinha subido e que já deveria ter chegado”. “Pouco depois, ele mesmo me disse que uma aeronave tinha caído, mas que não imaginava que seria a sua própria”, completou.
Quando recebeu a confirmação da queda e das mortes, Carlos comunicou primeiramente o noivo. “Chamei o pastor que estava na cerimônia e ele foi comigo comunicar para tentar acalantar o noivo. Ele ficou em estado de choque. Depois, os demais convidados [cerca de 300] souberam e ninguém sabia como agir. Foi uma tragédia”. Alguns familiares e convidados permaneceram no local da festa e outros foram embora.
O helicóptero que caiu é do modelo Robinson 44, matrícula PRTUN, segundo a Aeronáutica. Peritos do Instituto de Criminalística e especialistas da Aeronáutica foram a São Lourenço da Serra para apurar as causas do acidente. Conforme informou o SPTV, as duas principais hipóteses são falha mecânica e o mau tempo - uma forte rajada de vento pode ter desestabilizado a aeronave.
A queda ocorreu na Estrada da Barrinha. A aeronave caiu em uma região de mata fechada, próxima à Rodovia Régis Bittencourt. O Globocop sobrevoou a área poucas horas depois do acidente e havia muita neblina e chuva no local.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a aeronave estava com inspeção válida até 16 de dezembro, que o certificado de aeronavegabilidade estava normalizado e que poderia voar até dia 1º de fevereiro de 2017. A capacidade era de 3 pessoas, sem contar o piloto.
Familiares das vítimas estiveram na manhã desta segunda no Instituto Médico Legal (IML) em São Paulo para a liberação dos corpos. O do piloto Peterson foi reconhecido por um amigo, já que os pais são idosos e não conseguiriam ir até o local. Ele não quis gravar entrevista, mas disse que o colega era experiente e que o trajeto de Osasco, de onde o helicóptero levantou voo, até o local do casamento era razoavelmente simples. O percurso é feito em cerca de 15 minutos.
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