Brasil
Empresário é preso pela Lava Jato em aeroporto antes de voo para Londres
Mariano Marcondes Ferraz é suspeito de pagar propina de US$ 800 mil
O empresário Mariano Marcondes Ferraz foi preso na tarde desta quarta-feira (26) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, pela Operação Lava Jato. A Polícia Federal (PF) informou que ele será levado a Curitiba na manhã de quinta (27) para ficar detido na carceragem da corporação.
O mandado de prisão preventiva – que é por tempo indeterminado – foi expedido pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.
Corrupção e lavagem de dinheiro
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), responsável pelo pedido de prisão, o empresário ia embarcar em um voo para Londres nesta noite. Há indícios, segundo o MPF, de que Mariano Marcondes Ferraz tenha praticado crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
O executivo do Grupo Trafigura e representante da Decal do Brasil pagou vantagens indevidas, entre 2011 e 2013, que passaram de US$ 800 mil, conforme o MPF. O pagamento relacionado a contratos firmados com a Petrobras foi feito a Paulo Roberto Costa, que, à época, era o diretor de Abastecimento da estatal e é delator da Lava Jato.
Ainda de acordo com o MPF, o pagamento foi realizado por meio de depósitos em offshore mantida no exterior por genros de Paulo Roberto Costa. O ex-diretor da Petrobras já foi condenado pela Operação Lava jato e, atualmente, cumpre pena em regime aberto.
Em depoimento do acordo de colaboração premiada, Paulo Roberto Costa afirmou ter recebido propina de Mariano Marcondes Ferraz devido a contratos firmados com a estatal. As investigações apontaram que o pagamento de propina aconteceu por vários anos – pelo menos, até 2014.
O G1 tenta localizar a defesa do empresário.
Ordem pública e aplicação penal
Os procuradores pediram pela prisão do empresário para garantir a ordem pública e evitar o risco à aplicação da lei penal. Segundo o MPF, Mariano Marcondes Ferraz possui dupla nacionalidade – brasileira e italiana – e mora no exterior, onde trabalha e tem recursos financeiros depositados.
O MPF ainda alegou que foi verificada uma mudança no padrão de viagens do empresário ao Brasil depois da deflagração da Lava Jato. Para o MPF, este fato é um indicativo de que Mariano Marcondes Ferraz tinha medo de uma eventual prisão e responsabilização.
Também foi apurado que o empresário, conforme o MPF, poderia não retornar mais ao Brasil e, assim, atrapalhar a efetividade do processo e da aplicação de pena, caso seja condenado.
O MPF averiguou o domicílio eleitoral do empresário. Ele está registrado em zona eleitoral no exterior e, por essa razão, vota somente em eleições presidenciais. Portanto, como ele não vota no segundo turno das eleições municipais, que ocorrerá no domingo (30), o cumprimento do mandado de prisão preventiva pode ser realizado nesta quarta.
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