
Mentes brilhantes empreendem para salvar o Planeta
Mulheres à frente de negócios de impacto socioambiental ajudam na conscientização e preservação, geram renda e ainda deixam seu legado de contribuição para o mundo
Por Ricardo Rodrigues e Valdirene Leão: Repórteres / Bruno Martins: Revisão / Edilson Omena: Foto de capa | Redação
O príncipe William, duque de Cambridge e segundo na linha de sucessão do trono britânico, disse que as grades mentes e cérebros de empreendedores bilionários deveriam se concentrar em achar soluções para salvar o Planeta. A declaração foi dada ao programa Newscast, da BBC, em 2021, diante de investimentos de tempo e dinheiro em viagens espaciais feitos por três homens entre os mais ricos do mundo. Para Willian, grandes mentes e cérebros deveriam estar “tentando consertar o Planeta e não buscar encontrar o próximo lugar para se viver.”
É provável que as empresas Virgin Galactic, Blue Origin e SpaceX, de Richard Branson, Jeff Bezos e Elon Musk, respectivamente, estejam focadas no potencial do turismo espacial para enriquecê-los ainda mais. O problema é que essas grandes mentes, além de não ajudarem a salvar o Planeta, ainda focam em um mercado capaz de impactar negativamente ainda mais o clima na Terra, visto que essa alternativa de lazer dos super-ricos levará a altas emissões de gás carbônico (CO₂) na atmosfera. Um relatório divulgado pela Organização Não Governamental (ONG) britânica Oxfam alertou para o problema na COP26, que aconteceu no Reino Unido em 2021. A instituição disse que os bilionários precisam parar de “saquear o planeta” e colocar o mundo em uma rota climática perigosa.
Mas ainda há esperança. Na contramão do uso da genialidade em prol do egoísmo, existem grandes mentes no Brasil e no mundo que estão, há todo instante, focadas em desenvolver soluções para mitigar os impactos, fazer justiça climática e salvar o Planeta. Em Alagoas, mulheres de pensamentos acelerados investem tempo em atividades voltadas para a preservação do meio ambiente e colaboram para transformar a vida das pessoas inseridas nele. Elas estão à frente de negócios de impacto socioambiental (Nisa), que já apresentam resultados e só crescem.
“São mentes brilhantes que pensam em deixar a sua contribuição, deixar o seu legado e a certeza que estão contribuindo para a preservação ambiental, para a conscientização das pessoas, bem como para a geração de renda associada à sustentabilidade”, avaliou o administrador e professor universitário Francisco Bahia.
O portal Tribuna Hoje ouviu mulheres alagoanas que desenvolvem projetos nessa área. Elas falaram de suas trajetórias, como administram o negócio e sobre o segredo para se manterem firmes no papel de guardiãs da natureza e na missão de melhorar a vida das pessoas. Mayris Nascimento do Nosso Mangue, Lilian e Liliane Vicente da Amitis e Lisania Pereira do Instituto Mandaver são da opinião que, para querer transformar o mundo em um lugar melhor, é preciso ter propósito. Com essa ideia, elas mostram que empreender vai muito além de obter lucro. Envolve responsabilidade com a natureza, valor, inovação e contribuição para o desenvolvimento social e econômico. A realização pessoal é consequência do impacto positivo na sociedade e na vida das pessoas.
Os negócios de impacto socioambiental fazem parte de um mercado verde que tem crescido a cada ano em todo o mundo, diante das mudanças climáticas e da necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, os GEEs. E o Brasil está numa posição estratégica para impulsionar as soluções sustentáveis. A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada este ano em Belém do Pará, deve trazer grandes oportunidades para a economia verde do país e para que mais pessoas como essas mulheres consigam financiamento para enfrentar as desigualdades.
CEO do Nosso Mangue avalia que o sucesso do negócio depende do propósito de vida
A CEO do Nosso Mangue, Mayris Nascimento, guardiã dos manguezais às margens da Lagoa Mundaú, no Pontal da Barra, e moradora do bairro, avalia que o sucesso de seu negócio reside em ter um propósito. “Eu sou muito da filosofia de fazer com que as pessoas, assim como eu, enxerguem um propósito e se entreguem de coração.”
Apaixonada pela natureza, a jovem de 29 anos descobriu sua vocação dentro de projetos sociais desenvolvidos na comunidade. Ela queria preservar os manguezais do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM), mas não tinha recursos para fazê-lo. Então procurou o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) a fim de buscar uma solução viável para combater a degradação do ecossistema. Foi aí que descobriu que tinha nas mãos um negócio de impacto.
“A lagoa para mim tem um significado muito grande, porque é o ambiente onde eu brincava quando era criança. Toda minha vivência, toda minha história gira em torno da lagoa. Costumo dizer que a Lagoa Mundaú é uma grande mariscada que a gente come, nos dá sustança e nos dá forças para a gente tocar o barco, tempo suficiente para poder navegar e alcançar o que a gente tanto almeja”, brincou Mayris.
Foi nesse lugar fonte de pertencimento para a ambientalista que o Nosso Mangue nasceu. O projeto começou em 2019 sem muitas pretensões. No período de pandemia foram feitas algumas ações pontuais. Mas a empresa só entrou em operação em 2022. Logo, a ação inovadora mostrou a que veio. Tem recuperado e regenerado áreas de manguezais a partir do turismo regenerativo e da compensação da pegada de carbono, além de promover a educação ambiental entre os pescadores da região e a comunidade local.
Do início do negócio até então, a empresa soma mais de 25 mil mudas plantadas das três espécies: vermelha, branca e preta. O índice foi divulgado e comemorado no perfil da empresa no Instagram: “não são apenas números, é o impacto da nossa jornada”.

A paixão pelo que faz é o motor responsável por girar a mente para fazer as coisas acontecerem. Mas, conforme Mayris, é preciso ter cuidado para não cair no gatilho de se apaixonar tanto e esquecer que é preciso ter lucratividade e sobreviver do que faz.
“A gente ama muito o que faz. Acho que isso é nítido quando eu falo do Nosso Mangue para todo mundo. Mas a gente tem que conciliar a junção do amor pelo que se faz com a questão financeira. E aí tem uma frase que diz: entre gerar impacto e ter lucro, sempre escolha os dois. Porque as pessoas pensam que a gente que trabalha com esse modelo de negócio não consegue sobreviver. E hoje, graças ao nosso trabalho, eu sou 100% full time do Nosso Mangue, me dedico integralmente ao modelo de negócio”, declarou.
Mayris avalia que o segredo do sucesso é estar conectada com o que ela é. “Não é sobre ter, é sobre ser. As pessoas pensam ‘eu quero ter sucesso’, mas não é necessariamente que você precisa ter sucesso. Você tem que ser uma pessoa com honestidade, humildade, simplicidade. Porque o ter sucesso é a consequência de quem você é. Primeiro para ter a gente precisa ser. Aí sim a gente vai chegar nisso que a gente tanto quer.”
Mas não é só isso. A menina do mangue, como gosta de ser chamada, reforça que quem trabalha com negócios de impacto precisa deixar a individualidade de lado. “Não existe eu, existe o nós. Porque dependemos de diversos outros atores. Então sempre é o que nós podemos fazer para realmente conseguir alcançar os resultados que almejamos. O fato de a gente ter ou chegar a ter sucesso é a fonte de tantos outros atores, assim como o Sebrae que colaborou para a gente poder chegar nesse sucesso que é almejado por tanta gente, mas também pela gente. Ou seja, para mudar o mundo de alguma forma com cada sementinha que a gente planta, com cada conversa que a gente tem com cada liderança e aplica o que essa liderança trouxe pra gente, a sugestão, então, é um conjunto. O processo é um conjunto de como a gente trata, de como a gente é. E aí, a consequência é o sucesso.”
“Eu sou a carinha do Nosso Mangue, ele está atrelado à minha história”
Não dá para falar do Nosso Mangue sem falar de Mayris. “Eu sou a carinha do Nosso Mangue. Ele está muito atrelado à minha história”, disse ela, que, além de garota propaganda do negócio, é responsável por atender os clientes, dar entrevistas à imprensa, conduzir os passeios pela Lagoa Mundaú e apresentar a laguna e sua história às pessoas que embarcam nessa atividade de turismo regenerativo, promover a educação ambiental e representar a empresa no estado e fora dele.
Isso porque ela conhece bem o produto que está entregando. “As pessoas ainda consideram nosso estado como uma região muito de turismo praiano, sol e mar. E a gente traz a oportunidade de elas conhecerem um pouco da história e do contexto da laguna. Conhecer como a comunidade é formada pela pesca artesanal, a importância do ecossistema e plantar uma mudinha de mangue, ao mesmo tempo em que compensa as emissões da pegada de carbono. Os gases, emitidos pelos meios de transporte que utilizamos, por exemplo, poluem o meio ambiente. E essas mudinhas de mangue que plantamos absorvem os gases para ajudar no crescimento delas e esse processo libera oxigênio. Ou seja, elas acabam realmente trazendo o retorno ambiental maior, compensando essas emissões nossas. E esse processo beneficia também a pesca artesanal. Porque a cada hectare de mangue preservado e recuperado a gente amplia a quantidade de espécies em torno de 8 a 15 quilos a mais, fortalecendo assim essa cadeia produtiva”.

Até o Nosso Mangue chegar ao formato atual, Mayris precisou caminhar muito e se qualificar. Ela fez cursos básicos e intermediários em gestão, gerenciamento de projetos, extensão em negócio de impacto pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e especialização em mensuração de carbono pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Atualmente, é estudante de graduação em Química pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal). “Estou sempre estudando algo relacionado à área para aprimorar o que a gente faz, o que a gente já vem desenvolvendo e o que a gente pretende fazer.”
Para ela, esse é o caminho para chegar a resultados consistentes. “Eu acredito que é uma forma de a gente respaldar o que já faz. Não é só fazer. Você precisa ter know how técnico-científico para comprovar isso que você faz. Então, é preciso haver a junção da paixão com o conhecimento.”
'São mentes brilhantes que pensam em deixar sua contribuição, seu legado e a certeza de que estão contribuindo à preservação ambiental, conscientização e geração de renda associada à sustentabilidade', avaliou o administrador Francisco Bahia.

Viveiro das mudas de mangues, que serão plantadas e assim regenerar e ampliar o ecossistema (Foto: Edilson Omena)
Olhar para dentro em busca de novas oportunidades
O Nosso Mangue só tem crescido, de modo que seu nome foi projetado para fora do estado e até do país, onde ganhou visibilidade e reconhecimento de grandes empresas e instituições. O negócio foi puxado pelas oportunidades.
E como a CEO do negócio enxerga essas oportunidades? Mayris diz que é preciso ter um olhar atento. A mente está sempre “ligada nos 220. A gente deita para dormir, mas a mente não para. Aí tem que começar a escrever, porque às vezes surgem umas ideias mirabolantes. Aí levanta, começa a escrever para depois no outro dia pensar nas estratégias.”
Identificar e agarrar as oportunidades são situações que caminham juntas com o momento do negócio. “A gente cresceu muito fora do estado. Agora a gente decidiu que é o momento de voltar o olhar para dentro da casa. Como é que a gente pode construir esse elo com instituições e empresas aqui de Alagoas? Fechamos agora um termo de cooperação com o Instituto Federal de Alagoas [Ifal]. E assim a gente vai fechando esses elos de parceria para potencializar essa pauta aqui no estado também e trazer esse olhar para Alagoas na parte de pesquisa e de aprender sobre a importância do ecossistema.”
Nos negócios de impacto, as metas estão atreladas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Atualmente são 18 ODSs. As mais trabalhadas dentro do Nosso Mangue são a ODS 13, que visa combater as alterações climáticas e seus impactos; a ODS 14, que visa assegurar a conservação e o uso sustentável dos oceanos, da vida marinha, dos mares e recursos marinhos; e a ODS 15, cujo objetivo é o de proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
“Então trabalhamos as metas atreladas a essas ODSs. Por exemplo, a ODS 13, que é voltada para a mitigação das mudanças climáticas, a gente contabiliza quantas mudas de mangue a gente produziu, quantas mudas a gente plantou, quais espécies a gente plantou. E aí também atrela muito à educação ambiental. A gente contabiliza quantas pessoas participaram de nossas oficinas temáticas, da experiência de campo. E aí tudo isso a gente vai metrificar para transformar em indicadores, divulgados em relatório em nossas redes sociais a cada seis meses.”

TRABALHO DURO
O trabalho é duro e é muito. A empresária sempre tem que conciliar casa, estudo, família. “A gente sempre trabalha mais. E o trabalho é realmente duro. Não tem como dizer que é um trabalho fácil. Mas a gente tenta conciliar para fazer realmente acontecer e dar certo. Mas eu sou muito daquela dualidade de que nenhum CNPJ [Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica] vale a nossa saúde. Então, tem que conseguir o que a gente faz com saúde, para também ter uma qualidade de vida.”
Para isso é essencial delegar tarefas. “Eu tenho muito ainda um defeito que é a centralização das atividades. Mas tive que mudar. Fui tirando um pouquinho da responsabilidade para poder também dar mais liberdade para as pessoas fazerem acontecer. E aí eu ficar mais livre para tocar outra frente da operação.”
Para solucionar os problemas, entram em cena os conselheiros. “A gente tem um conselho consultivo técnico e um conselho consultivo comunitário, que são diferentes. Um é mais voltado para especialistas nas áreas técnicas de gestão, gerenciamento, administração, parte de projetos, capitação de recursos, para tomadas de decisões e análise. Já o outro é composto de lideranças da comunidade que nos ajudam a ter essa visão ampla de comunidade para a gente se ajustar de acordo com as necessidades do território. Então, a gente sempre acaba consultando nossos conselheiros para chegar a uma tomada de decisão mais plausível em relação aos nossos problemas. Nem sempre a gente consegue resolver tudo, mas a gente tenta minimizar esses riscos.”
Nas tomadas de decisão, Mayris diz que antes analisa as variabilidades do que pode acontecer. No entanto, ciente de que em algum momento vai precisar se arriscar para poder “escalar” e crescer. “Senão a gente vai ficar sempre naquele mesmo nicho, não cresce, fica só aqui no território, não explora outras regiões.”
Este ano, o Nosso Mangue resolveu ampliar o eixo de atuação e ir para outros estados. “Então, é uma decisão arriscada você ir para outro estado, que tem uma cultura totalmente diferente de Alagoas e do Nordeste. Então, existem os riscos em tomar essas decisões. Mas como a gente minimiza? Atuando com quem já está lá.”
E assim foi feito. Primeiro, os profissionais do Nosso Mangue foram conhecer o território onde seria implantado o projeto e as pessoas do local. Depois foi feito o sistema de cooperação e parceria. “Então, você vê que há um risco para a escala do negócio, mas também pode ser minimizado por quem está ali do outro lado e já está atuando de alguma forma, com a gente somando forças para fazer a coisa acontecer.”
Projeto inovador cresce e ganha reconhecimento
O negócio de Mayris começou com o turismo regenerativo, foi para o campo da educação ambiental e agora se prepara para oferecer outro serviço: a compensação da pegada de carbono. A empresa também está expandindo seu negócio para o estado de São Paulo.
O crescimento e sucesso do Nosso Mangue é nítido e o reconhecimento referenda isso. O projeto já rendeu a Mayris sete premiações. Seis voltadas à aceleração do negócio para continuar impactando positivamente o meio ambiente e a comunidade. São elas: 1º Lugar no Startup Nordeste 2022, 1º Lugar no BNDES Garagem 2022, Prêmio Startup Engine, Prêmio GDH Indústria Geração do Hoje, Prêmio Mentoring Time e Prêmio BTG Soma Meio Ambiente. Soma-se a esses o Prêmio Mulheres que Inspiram, promovido pela Rádio Nova Brasil Maceió e pelo Parque Shopping em parceria com o Governo do Estado, em que Mayris foi homenageada pela sua atuação como empreendedora socioambiental.

Embora seja um tipo de negócio que ainda tem muito a crescer em Alagoas e no mundo, por conta da aceleração do aquecimento global e das mudanças climáticas, há dificuldades para fazê-lo prosperar. A ambientalista conta que no começo foi difícil fazer com que as pessoas diferenciassem o negócio de impacto de uma organização social e contratassem o serviço.
“Desmistificar essas questões foi um processo. Existe ainda muito um clichê em torno disso, mas bem menos comparado a antes. As pessoas estão começando a entender que o negócio de impacto tem um viés lucrativo assim como uma empresa tradicional, mas também consegue contribuir para melhorar o meio ambiente e a vida das pessoas”, disse Mayris.
Amitis: quando o combate à fome vira negócio
Elas são irmãs, sócias e cofundadoras da Amitis, uma startup alagoana voltada para a ODS 2 da ONU, cujo objetivo é o de erradicar a fome, alcançar a segurança alimentar e a melhoria da nutrição, além de promover a agricultura sustentável, e a ODS 12, que visa garantir padrões de produção e de consumo sustentáveis. As jovens empresárias Lilian e Liliane Vicente, de 28 anos, criaram a empresa em 2020, mas as sementes do negócio de impacto socioambiental foram plantadas antes.
Entre 2018 e 2019, as irmãs participaram de um projeto de extensão na Ufal pela Enactus, uma ONG internacional voltada para transformar jovens universitários em líderes comprometidos em construir um mundo melhor e um país mais justo que atua em mais de 30 países. Lilian era estudante de Jornalismo e Liliane, de Administração de Empresas.
Ao entrarem para a extensão da Enactus Ufal, elas foram direcionadas para o projeto Amitis e desafiadas a desenvolver soluções para um dos principais desafios da sociedade: a fome. O projeto tinha o objetivo de instalar hortas hidropônicas em escolas públicas. Mas, conforme Lilian Vicente, estava meio abandonado e não funcionava muito bem. E elas seguiram o caminho de melhorar o mundo pelo empreendedorismo.

“Em 2019, eu entrei na Enactus para trabalhar no projeto Amitis com a Liliane, que estava nele desde 2018. Então, a gente pesquisou mais sobre a técnica hidropônica, reestruturou o projeto e colocou de fato a horta para funcionar. E no final de 2019, a gente tinha atingido um nível alto para um projeto. Então a gente decidiu tirá-lo da rede e também da Ufal e transformá-lo em uma empresa. E esse é o objetivo da Enactus, fazer com que projetos sociais se tornem negócios e nós atingimos esse objetivo”, explicou Lilian Vicente.
Assim nasceu a Amitis, uma solução de agricultura sustentável voltada para comunidades urbanas e que busca combater a fome através de suas causas raízes, por meio de hortas hidropônicas sustentáveis, além de propagar educação ambiental e alimentar através do exemplo da própria horta. “Sabemos a grandiosidade do problema que estamos resolvendo, mas temos a certeza de que já demos o primeiro passo para combatê-lo, a começar por Alagoas. Fazemos tudo isso, não só porque acreditamos, mas também porque provamos diariamente que estamos semeando um futuro sem fome”, diz o perfil da empresa no Instagram.
O nome Amitis surgiu em alusão ao nome da mulher do Rei Nabucodonosor, a quem ele dedicou os jardins suspensos da Babilônia. Isso porque as hortas desenvolvidas nas comunidades também são suspensas, uma adaptação das hidropônicas.
O serviço consiste na instalação da estrutura e na produção de hortas, assessoramento da comunidade por um período de um ano aproximadamente e, no caso das escolas, promoção da educação ambiental e alimentar, com atividades voltadas para os estudantes, de como plantar, regar e colher.

No caso das escolas, o alimento sem agrotóxico vai para a merenda. Já nas comunidades, tudo que é colhido é dividido com as famílias da região. No bairro do Benedito Bentes e no Vergel do Lago, onde a Amitis administra uma horta para a Prefeitura Comunitária, os frutos colhidos são distribuídos com as pessoas beneficiadas pelo projeto.

Mas ainda há esperança. Na contramão do uso da genialidade em prol do egoísmo, existem grandes mentes no Brasil e no mundo que estão, há todo instante, focadas em desenvolver soluções para mitigar os impactos, fazer justiça climática e salvar o Planeta.
Em Alagoas, mulheres de pensamentos acelerados investem tempo em atividades voltadas para a preservação do meio ambiente e colaboram para transformar a vida das pessoas inseridas nele. Elas estão à frente de negócios de impacto socioambiental (Nisa), que já apresentam resultados e só crescem.
B2B: startup ajuda grandes empresas com soluções sustentáveis
A empresa nasceu com foco nas escolas da rede pública para incrementar a merenda das crianças. No início eram apenas duas hortas. Mas o negócio foi crescendo e as meninas das hortas verticais com base hidropônica passaram a ser solicitadas por empresas preocupadas com a responsabilidade social corporativa, que adotam um modelo de negócio atrelado à agenda Ambiental, Social e Governança (ESG) [do inglês Environmental, Social and Governance]. E os serviços foram voltados especificamente para o B2B [business to business, que quer dizer de empresa para empresa], em que uma empresa atende as necessidades de outra.
“Essas empresas têm, por lei, que compensar os danos que elas causam. Então é aí que a gente entra vendendo esses projetos, que são implementados em comunidades que elas atuam. Por exemplo, hoje a gente está implantando uma horta para a Braskem no Flexal [comunidade afetada pelo isolamento social decorrente do esvaziamento de bairros vizinhos em razão do afundamento do solo em Maceió]. A gente também tem outros clientes como a Coca-Cola, Caixa Econômica Federal, Fundação Cargill”.
Todo o impacto positivo gerado na comunidade é metrificado. “Elas ganham um relatório trimestral com todo o impacto que a horta está causando nessa comunidade. Então a gente mensura, através de indicadores da merenda escolar, da redução de CO₂. A nossa horta é inovadora. A estrutura é em garrafas pet, onde são plantados os alimentos. Então a gente consegue impedir a emissão de mais de 1 tonelada de CO₂ por mês e por horta na atmosfera. As nossas hortas são de baixo carbono. Uma horta comum não consegue atingir esse indicador. Então é interessante isso para a empresa utilizar esse dado”, destacou Lilian.
Atualmente, elas atendem seis empresas com instalação de hortas em três cidades: Maceió, Marechal Deodoro e Rio Largo. “São parcerias firmadas para trabalhos ao longo do ano”, disse Lilian.
DIFICULDADES
Apesar de terem saído da Enactus com alguma base, elas contam que fazer o negócio acontecer e funcionar não foi tarefa fácil. Assim como Mayris, do Nosso Mangue, elas também sentiram os problemas decorrentes das pessoas não entenderem o que são negócios de impacto e tiveram o problema do pouco conhecimento sobre o que estavam lidando. Foi preciso buscar mais qualificação e investimentos, além de mergulharem em consultorias e acelerações, que lhes deram mais conhecimento e apoio financeiro.
“Nem eu nem Liliane somos formadas em Agronomia. A gente tinha conhecimento zero sobre isso, logo quando entrou. Então a gente foi buscando. A nossa técnica é uma técnica adaptada, porque a hidroponia convencional utiliza água, bota muda na água e a planta cresce. Já a nossa não. A gente fez uma adaptação para atender a essas questões ambientais. Então, a nossa tinha um substrato, um nutriente e a gente não tinha esse conhecimento. Então, por algum tempo tentávamos e a horta não frutificava como queríamos. E a gente não desistiu, foi resiliente. E hoje eu olho para trás e fico: como é que eu não desisti? Porque a gente passou um ano e meio tentando e nada dava certo. Até que, depois de muitas tentativas, a gente conseguiu, porque não desistiu, mas foi difícil”, desabafou Lilian. “Então, quando a gente saiu da rede, não saímos só eu e minha irmã, saíram também outras pessoas para empreender junto com a gente. Porém nesse percurso aí elas foram desistindo.”
Para ela, a persistência é um dos segredos para que pudessem inovar e obter sucesso. “Não foi fácil, mas hoje, por exemplo, a gente conseguiu observar e identificar tudo o que tinha de defeituoso, que não fazia funcionar. Hoje nossas hortas são automáticas, funcionam totalmente todos os dias sem intervenção humana e os cultivos crescem.”
E as irmãs da Amitis estão sempre inovando a cada dia. A estrutura das hortas que sustentam as garrafas pet onde as sementes são plantadas antes era de madeira, mas as empreendedoras perceberam que o material tinha tempo de vida útil curto. Uma duração em torno de dois anos. Então, resolveram adotar o plástico prensado, que, assim como a garrafa pet, também é reutilizável.
Sucesso traduzido em números
Hoje, a empresa já está consolidada. “Demorou, mas hoje andamos com as próprias pernas. Temos funcionários, folha de pagamento e a perspectiva para 2025 é crescer mais”, avaliou Lilian.
O sucesso se traduz em números. Nesses cinco anos de atuação, a Amitis já instalou 12 hortas, está com mais duas em processo de instalação e já impediu a emissão de 460 toneladas de CO₂.
Entre o time de sete funcionários, são três pessoas no marketing, duas na tecnologia, uma na coordenação de operações das hortas e uma pedagoga no trabalho de educação ambiental e alimentar nas escolas.
Elas também conquistaram algumas premiações. Em 2020, no Global Student Entrepreneur Awards no Brasil, (GSEA Brasil na sigla em inglês), representaram o Brasil e ficaram no top 3. A premiação ainda rendeu uma quantia em dinheiro, o que ajudou a estruturar a empresa no começo das atividades. Em 2022, veio o Expo Favela - o Desafio, um reality da Rede Globo com a Cufa Brasil. Elas representaram Alagoas, enfrentaram mais de 20 mil empresas e levaram o segundo lugar.
Em 2023, elas conquistaram o BNDES Garagem, uma espécie de Oscar dos negócios de impacto. A Amits disputou com mais de mil negócios de todo o país e levou o primeiro lugar. “Foi uma realização incrível”, vibrou Lilian.
Ainda em 2023, a Amitis participou do maior reality show de empreendedorismo do mundo, o Shark Tank Brasil, pela rede de televisão Bandeirantes. No programa, empreendedores apresentam suas ideias, sua empresa e seus produtos para investidores que compõem a bancada, com o objetivo de obter parcerias para impulsionar o negócio. Esses investidores são empresários já consolidados no mercado brasileiro e internacional.
A participação rendeu à Amitis um investimento de dois empresários, chamados de sharks, que contribuíram com o montante de R$ 250 mil, o que pôde dar à empresa um bom fôlego para continuar a escalar.

Para o futuro, os planos são de alçar voos mais altos e expandir para outras regiões do país. Lilian adianta que, para este ano, há perspectiva de expansão para outros estados e de conquistar novos clientes. Isso porque a empresa já está em negociação com uma multinacional, cliente que já adota os serviços da Amitis em Maceió.
As conquistas de uma pequena trajetória e o foco para alcançar novos objetivos mostram o potencial desta dupla, pronta para mais uma escalada rumo à fome zero e à agricultura sustentável.
Paixão pelo 3º Setor fez de Lisania Pereira, CEO do Instituto Mandaver, uma vitoriosa
A emoção de lidar com os mais necessitados e criar oportunidades para uma vida melhor é o que move a administradora de empresa Lisania Pereira, a CEO do Instituto Mandaver – uma ONG sem fins lucrativos fundada em 2018, cujo propósito é transformar a realidade das comunidades localizadas às margens da Lagoa Mundaú, no bairro do Vergel do Lago, em Maceió.
“Uma conexão entre causa e propósito foi o que me motivou a trabalhar com o terceiro setor. Propósito de vida e de ajudar as pessoas, por meio de projetos sociais e comunitários, fazendo isso com muita paixão”, diz ela, que impõe muita personalidade e responsabilidade no trabalho à frente do Mandaver.

“Atualmente, o Instituto promove a emancipação social das pessoas, por meio de oficinas culturais e esportivas, aulas de balé, ações de cidadania e geração de renda. Essas atividades estimulam o desenvolvimento pessoal e profissional dos participantes, além de promover a inclusão social e o senso de comunidade”, acrescenta ela, com uma pitada de orgulho do crescimento da entidade, que começou de forma modesta e se revelou em pouco tempo um dos projetos sociais mais importantes da capital alagoana.
SURUROTE
Segundo Lisania Pereira, os melhores projetos nasceram com a comunidade, das ideias dos moradores, levando em consideração as necessidades. Foi assim que nasceu, em 2019, o Projeto Sururu, com o objetivo inicial de aproveitar as cascas do marisco, reduzir o impacto do descarte desses resíduos e gerar renda a partir disso.
No entanto, como o projeto se mostrou atraente, com o Sururote, moeda social que foi bem aceita pelos comerciantes locais, surgiu a necessidade de replicá-lo para outras atividades. Com isso, a moeda passou a ser usada como pagamento de material reciclável comercializado pela cooperativa dos catadores de lixo do Vergel do Lago.

O Sururote vem movimentando a economia local e proporcionando uma melhor condição de vida para a comunidade do bairro, considerado um dos mais pobres de Maceió. Até então, o ciclo do sururu acabava na venda do marisco despenicado, com o descarte da casca. Com a moeda de troca, o ciclo do sururu se estendeu até o aproveitamento da casca, que passou a ser comprada para aumentar a renda das marisqueiras. O Instituto usa a casca do sururu na fabricação de materiais de construção, como o Cobogó Mundaú.

“A comunidade convalida a nossa atuação. Tem uma expectativa muito grande no nosso trabalho. Pena que ainda não dá para atender 100% das demandas, mas estamos sempre avançando na prestação de serviços e assistência social”, afirma Lisania Pereira.
“Foi assim que nasceu o Banco Laguna como projeto de economia social inovadora e é uma resposta direta ao problema ambiental do acúmulo das casas de sururu. E se revelou também como uma alternativa de renda para as marisqueiras, que tinham uma baixa renda e cerca de 15 mil toneladas de cascas que eram desperdiçadas. Hoje, o projeto gera essa economia circular, recolhe as cascas e remunera as mulheres que despenicam o sururu”, explica a CEO do Mandaver, que está à frente do Instituto há sete anos.

Para ela, que nasceu numa família de baixa renda e teve que se esforçar muito para se formar, proporcionar oportunidade de renda e bem-estar social para a comunidade onde vive é um privilégio.
“O Instituto começou como uma resposta à vulnerabilidade social das crianças do nosso território. Tirando a criançada da ociosidade e da marginalidade social, como o envolvimento com a violência, as drogas e a prostituição”, explicou Lisania, acrescentado que as primeiras ações do Instituto foram voltadas para a cultura e o esporte. “Posteriormente, vendo a situação das famílias onde essas crianças estavam inseridas, surgiu a necessidade de trabalhar o campo social e a geração de renda”, acrescentou.
Atualmente, o Instituto se sustenta com a ajuda de muitas mãos, de voluntários e a ajuda financeira de instituições da sociedade. “Já são sete anos trabalhando com muita ética e responsabilidade social à frente desse Instituto, onde eu consegui encontrar no terceiro setor um lugar em que eu pude colocar em prática a minha parte técnica com o social, foi a junção perfeita”, concluiu.
Professor de Administração diz que vontade de transformar sonho em realidade faz a diferença
O administrador de empresas e professor universitário Francisco Bahia diz que a vontade de querer transformar sonhos em realidade para o bem comum da população, como a sentida por Mayris Nascimento do Nosso Mangue, Lilian e Liliane Vicente da Amitis e Lisania Pereira do Instituto Mandaver, faz toda a diferença na hora de empreender.
Essa vontade de querer transformar é motivação para persistir, continuar e alcançar os objetivos. “A motivação realmente é o amor, essa vontade dele querer transformar a sociedade visando o bem comum da população faz muita diferença. E quando você fala na questão socioambiental, você está verificando a questão social, a questão econômica, a questão ambiental. Isso é muito importante porque você está fixando, você está trabalhando e essas pessoas estão tendo essa conscientização de preservar o meio ambiente e através disso gerar renda de uma forma sustentável, bem como também de fixar aquelas famílias dentro da sua propriedade ou, por exemplo, de fazer um trabalho para gerações futuras”, avalia.

No contexto geral do empreendedorismo, Bahia avalia que para obter sucesso é importante identificar oportunidades ou aperfeiçoá-las, enxergar as necessidades dos clientes, analisar experiências de outros empreendedores, inovar, ter um olhar no futuro e estar disposto a aprender sempre. “É necessário ter a curiosidade para entender o mercado, verificar tendências e as necessidades dos clientes. Então, tem que pensar e executar. Ao pegar ideias de outras regiões, por exemplo, ver os erros e acertos e adaptá-las a sua região.”
Há um ditado que diz: o olho do dono é que engorda o gado. Essa afirmação não é à toa. Conforme Bahia, para alcançar resultados consistentes e duradouros, a presença é fundamental. “O empreendedor de sucesso está cada vez mais antenado para colocar seus produtos e serviços em destaque e, para isso, tem que estar presente verificando o que está acontecendo no mercado consumidor, no mercado fornecedor, no mercado concorrente, estar sempre se adaptando, estar sempre inovando, não esperar o tempo passar na janela, porque de repente já não dá mais tempo para qualquer recuperação. São muitas informações, são muitas transformações que ocorrem a cada segundo”.
Conforme o professor, empreendedores de sucesso estão sempre com um olhar no futuro, observando as tendências das redes sociais, lendo materiais e procurando informações. “A sede do aprender deve ser cada vez mais uma constante, porque aquele que se sente saciado do saber é um vencido. Então, ele sempre está observando, estudando e identificando essas oportunidades para cada vez mais aperfeiçoar o seu negócio.”
Bahia avalia que pessoas de mentes brilhantes para o negócio estão sempre dispostas a sair da zona de conforto. “Elas não têm medo de arriscar.” E transformam dificuldades em oportunidades. “Claro que cada um tem suas limitações, cada um tem suas especificidades, mas eu vejo que o empreendedor abre portas, independente de qual a área que ele quer enveredar.”
Pesquisa revela perfil das mulheres empreendedoras
Uma pesquisa recente realizada pelo GoDaddy trouxe detalhes importantes sobre o perfil atual da mulher empreendedora. De acordo com a Pesquisa Global de Empreendedorismo GoDaddy 2024, as empreendedoras são predominantemente jovens e pertencem à classe média.
O estudo revela que 50% das mulheres que comandam negócios fazem parte da geração millennial (entre 25 e 39 anos), superando a Geração X (30%), a Geração Z (14%) e os Baby Boomers (7%).
Essas mulheres já não são mais minoria. Afinal, mais da metade da população brasileira é feminina. Para ser mais preciso, estima-se que haja 104.548.325 mulheres no país, enquanto a população masculina soma 98.532.431, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além de representarem a maioria da população, elas têm se destacado no mercado empreendedor, aumentando sua participação no mundo dos negócios. Em resposta a essa tendência, o Banco do Nordeste (BNB) tem direcionado parte de seus serviços e produtos ao público feminino.
Crescimento do empreendedorismo feminino e apoio do BNB
O número de mulheres à frente de seus próprios negócios tem crescido significativamente nos últimos anos. Por isso, o Banco do Nordeste tem disponibilizado linhas de crédito e capital de giro específicas para elas.
Segundo o setor de comunicação do banco, a estratégia para atrair empreendedoras foi traçada com base em pesquisas recentes, que demonstram o crescimento constante da presença feminina no setor empresarial.
Para o setor de negócios do BNB, “a pesquisa que revela o perfil da mulher empreendedora no Brasil é de extrema importância, pois oferece insights valiosos sobre os avanços e desafios enfrentados pelas mulheres no mundo dos negócios”, destaca a instituição, por meio da assessoria.
De fato, um levantamento do Sesc revelou que 80% das mulheres que empreendem no Brasil o fazem por necessidade ou devido à falta de emprego. O relatório do GoDaddy confirma essa tendência, mostrando que 18% delas iniciam seus negócios como forma de obter uma fonte adicional de renda.
Linhas de crédito voltadas para mulheres empreendedoras
Para incentivar o empreendedorismo feminino, o Banco do Nordeste oferece opções específicas de crédito, como o Crediamigo Delas.
A instituição disponibiliza diversas linhas de crédito voltadas para mulheres de todos os setores produtivos e portes de negócio, atendendo desde microempreendedoras do setor informal até empresas de grande porte. Os financiamentos são direcionados a projetos produtivos, que geram emprego e renda.
Por ser uma instituição federal, o BNB trabalha com recursos subsidiados, garantindo juros reduzidos e maiores prazos de pagamento. O principal financiamento vem do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).
Além disso, o banco gerencia o Programa Crediamigo, considerado o maior programa de microcrédito da América do Sul, que atende microempreendedores urbanos por meio de crédito e consultoria de negócios. No meio rural, há o Agroamigo, que apoia agricultores familiares.
Economia verde: financiamento para projetos sustentáveis
No campo da economia verde, o BNB oferece linhas de financiamento para projetos de preservação ambiental, garantindo prazos mais longos e encargos reduzidos. Os chamados créditos verdes podem ter contratos com até 34 anos para pagamento.
Os recursos desse programa apoiam produção agroecológica, grandes obras de saneamento, recuperação de áreas degradadas e iniciativas de Agricultura de Baixo Carbono.