Negacionismo contribui para baixa cobertura vacinal e ressurgimento de doenças perigosas

Doenças consideradas controladas como a coqueluche voltam a registrar casos; especialistas alertam para necessidade de vacinação, evitando surtos considerados erradicados; projeto da Uncisal conscientiza para importância de cobertura vacinal abrangente

Por Lucas França e Thayanne Magalhães / Revisão: Bruno Martins | Redação

O resultado do discurso antivacina disseminado durante a pandemia da covid-19 está fazendo doenças antes controladas, como a coqueluche, sarampo e poliomielite, voltarem a ser preocupação já que as vacinas acabam sendo alvos de desconfianças entre a população. Apesar de, em 2023, o país registrar melhora nas coberturas vacinais em oito vacinas do calendário infantil, segundo o Ministério da Saúde (MS), para especialistas a desinformação nas mídias sociais se reflete na cultura vacinal, mantendo a imunização coletiva abaixo do ideal.

A histeria construída na campanha de vacinação contra a covid-19 de que os efeitos colaterais são colocados acima dos benefícios fez as pessoas ficarem desconfiadas e preocupadas em se vacinar. Para o infectologista do quadro de profissionais da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Fernando Maia, o cenário é preocupante.

“O negacionismo contribuiu para que as pessoas começassem a desconfiar do processo vacinal que é extremamente seguro. Ele influenciou na decisão de várias famílias de não vacinar ou adiar as imunizações. Com certeza, esses casos de doenças já controladas e que estão voltando a serem notificadas é devido à baixa cobertura vacinal que começou com a pandemia e a imunização da vacina da covid-19. Isso acabou se estendendo para outras vacinas”, relata o infectologista.

Ouça o áudio do infectologista sobre o assunto.

O especialista afirma que se não houver uma conscientização os mais afetados pelas campanhas desinformativas acabam sendo as crianças. “Isso é muito triste, é muito preocupante porque são doenças graves que podem deixar sequelas graves, podem matar as pessoas, principalmente as crianças. Então, é algo que preocupa demais a todos”, alerta.

Fernando Maia orienta que as famílias busquem informações seguras e atualizem as cadernetas de vacinação dos seus filhos.

Assim como Maia, a infectologista Luciana Pacheco alerta para o risco que a população corre se o negacionismo pela vacinação continuar. “Vacinas amplamente conhecidas e aplicadas há muito tempo no nosso país fizeram com que várias doenças transmissíveis tenham voltado a ocorrer como sarampo e coqueluche, inclusive óbitos por influenza. Doenças que são prevenidas por vacinas ofertadas pelo SUS [Sistema Único de Saúde], no maior programa de vacinação do mundo! É muito triste ver isso acontecer”, lamenta a médica.

Para Pacheco, as campanhas de conscientização para a cobertura vacinal são muito importantes para alertar toda a população. “As campanhas alertam a população sobre o risco que ela corre sem a vacinação. Existem vacinas que dão uma proteção muito boa e outras como a da covid e influenza que protegem principalmente contra as formas graves das doenças, o que é muito importante”, pontua.

Pneumologista infantil alerta sobre importância da imunização, especialmente para crianças

Imagina passar 90 dias vendo seu bebê tossindo até ficar roxo e perder o ar e não ter como ajudar? O alerta é da pneumologista infantil Rita Silva, que já tem atendido casos de coqueluche em seu consultório em Maceió. “Quando diagnosticamos a coqueluche, precisamos dar a má notícia: a doença vai se manifestar durante 90 dias e o que se pode fazer é monitorar e aguardar. Fazemos um tratamento à base de antibióticos, mas é para evitar contágio”, explicou a especialista.

A médica diz ainda que, apesar dos avanços da medicina, a coqueluche ainda representa um perigo à saúde pública, especialmente para bebês, crianças pequenas e pessoas com sistema imunológico fragilizado. Altamente contagiosa e potencialmente fatal, essa doença respiratória é causada pela bactéria Bordetella pertussis e exige atenção e medidas preventivas, como alertam os especialistas. Para prevenção, a vacina pentavalente é oferecida gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de todas as cidades alagoanas.

Pneumologista Rita Silva (Foto: Edilson Omena)

A pneumologista alerta que a doença pode levar à morte. “A principal característica da coqueluche é a tosse seca e persistente, que pode durar minutos e terminar com um som semelhante a um assobio. Crises de tosse intensas, coriza, febre leve e apneia em bebês completam o quadro sintomático. Em casos graves, complicações como pneumonia, apneia grave, convulsões e até morte podem ocorrer, principalmente em bebês e crianças pequenas”, observou.

Em contato com a bactéria, que se instala na garganta humana, as crianças podem desenvolver insuficiência respiratória e ir a óbito. “A coqueluche pode levar a consequências graves, especialmente para os menores. Tosse seca, falta de ar, febre e cansaço, além da pneumonia são riscos reais em casos mais sérios”, afirmou Rita Silva.

A doença atinge principalmente bebês e crianças. “É altamente transmissível, já que o contaminado pode infectar outras pessoas através de gotículas da tosse, espirros ou mesmo ao falar. O ideal é manter distância de pessoas que apresentem sintomas da coqueluche”, observou a pneumologista.

“Somente a vacina e seus reforços podem proteger as crianças da doença”, concluiu.

'A principal característica da coqueluche é a tosse seca e persistente, que pode durar minutos e terminar com um som semelhante a um assobio. Crises de tosse intensas, coriza, febre leve e apneia em bebês completam o quadro sintomático'

Coqueluche e a preocupação dos órgãos de saúde e de especialistas

A coqueluche é uma infecção contagiosa que afeta as vias respiratórias que levam o ar até os pulmões. Ela também é chamada de “tosse convulsa”, porque um dos principais sintomas de quem a possui é que a tosse sai com um som diferente, similar a um assobio.

A doença em bebês é muito comum e a doença é altamente contagiosa, sendo que um indivíduo pode passá-la para o outro com muita facilidade. Para impedir que crianças desenvolvam a doença, é preciso garantir que a vacina da coqueluche seja dada aos pacientes ainda nos dois primeiros anos de vida.

Adultos também podem desenvolver a doença, sendo que idosos e crianças fazem parte do grupo de risco, que pode acabar por desenvolver complicações pulmonares por conta da coqueluche, como a pneumonia e a parada respiratória.

(Imagem: Reprodução)

“A coqueluche é conhecida como tosse comprida. Ela vem acompanhada por febre, dor de garganta e uma tosse muito repetitiva, em que a criança pode chegar inclusive, a perder o fôlego. É uma doença que acomete principalmente crianças pequenas. Quanto mais nova a criança, pior a doença, embora ela possa acometer qualquer pessoa. Crianças não vacinadas, ou até crianças que ainda não receberam todas as doses da vacina, podem acabar desenvolvendo alguma forma da doença. Sendo mais comum realmente em crianças que não foram vacinadas”, explica o infectologista Fernando Maia.

Em Alagoas, de acordo com dados da Sesau, até o momento não foram confirmados casos de coqueluche, mas há seis casos suspeitos sendo investigados. No entanto, no mesmo período de 2023 foram nove casos suspeitos da doença com um sendo confirmado.

Ainda conforme o levantamento da secretaria, durante todo o ano de 2023 foram registrados 14 casos suspeitos sendo confirmados dois. Já em 2022, foram 19 registros suspeitos e seis confirmados.

A boa notícia é que o estado não tem ocorrência de mortes causadas pela doença nos últimos três anos.

SINTOMAS DA DOENÇA E TRANSMISSÃO

A coqueluche é uma doença que dura várias semanas e que é dividida em duas fases, com sintomas que são progressivos até que eles passam a diminuir, aos poucos, e o paciente se recupere. Na fase inicial, chamada de estágio catarral, os sintomas podem ser bastante similares com o da gripe.

Entre os principais sintomas de coqueluche, podemos destacar:

– Tosse com silvo, que acontece em acessos e de forma continuada;

– Os acessos de tosse, que podem fazer com que o paciente não consiga respirar entre uma tosse e outra;

– Quando o paciente tenta respirar fundo, pode guinchar ou emitir sons que denotam dificuldade;

– Coriza;

– Febre;

– Mal-estar;

– Falta de ar;

– Cansaço extremo;

– Vômitos pelo esforço durante os acessos de tosse e

– Lábios e extremidades azuladas por causa da falta de ar.

A transmissão da coqueluche acontece por meio do contato direto com um paciente que está doente ou com as secreções que são emitidas pela pessoa infectada com coqueluche.

TRATAMENTO

Para tratar a coqueluche, o paciente precisa ficar em isolamento, evitando que outras pessoas desenvolvam a doença.

O tratamento é feito por meio de medicamentos diversos, que aliviam os sintomas e a tosse constante, além do uso de oxigênio para tratar a falta de ar. Curiosamente, xaropes e medicamentos usados comumente na gripe não têm efeito algum nos pacientes com coqueluche.

VEJA MEDIDAS ADOTADAS PELA SESAU

  • As vacinas pentavalente e tríplice bacteriana (DTP) devem ser aplicadas em crianças mesmo quando os responsáveis refiram história da doença; o Sistema Único de Saúde (SUS) também oferta vacina específica para gestantes e profissionais de saúde que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal, atendendo recém-nascidos e crianças menores de um ano de idade; os pacientes não hospitalizados devem ser afastados de suas atividades habituais (creche, escola, trabalho) por pelo menos cinco dias após o início de tratamento com antimicrobiano;
  • Orientar o isolamento respiratório durante 5 dias após início do tratamento com antibiótico; nos casos não submetidos à antibioticoterapia, o tempo de afastamento deve ser de três semanas após o início dos paroxismos; A vacinação de todas as gestantes com a vacina do tipo adulto-dTpa, é um método adicionado para prevenir a coqueluche. A partir da 20ª semana de gravidez, essa vacina deve ser administrada uma vez por cada gestação. A dose da vacina dTpa pode ser administrada para iniciar ou concluir o programa de vacinação, podendo ser administrada como dose de reforço, a depender da situação vacinal encontrada.
CAMPANHAS

Além do esquema vacinal de rotina, o MS recomenda a vacinação para os viajantes. “Reitera-se que a vacinação é a medida mais eficaz para o viajante se proteger contra doenças infectocontagiosas, e assim recomenda-se a atualização das vacinas, pelo menos 15 dias antes da data de início da viagem, visando minimizar o risco de adoecimento da população que viaja, mas também da população residente no Brasil, ao retorno do viajante. Para a população residente no Brasil que não possui a vacinação em dia, recomenda-se que, ao retornar ao país, busque, imediatamente, os serviços de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) para atualização da situação vacinal, conforme recomendações do Calendário Nacional de Vacinação”.

Conforme a Sesau, em todos os postos e durante todo o ano há vacina contra a coqueluche. As vacinas contendo o componente "pertussis", disponibilizadas pelo Programa Nacional de Vacinação (PNI) e recomendadas são:

Para crianças menores de sete anos de idade

* Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae B (conjugada) - vacina penta: recomendada para vacinação do esquema primário dessas doenças. Administrar três doses (aos dois, quatro e seis meses de idade), com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de 30 dias;

* Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis – vacina DTP: recomendada para doses de reforço do esquema primário de vacinação (realizado com a vacina penta). O primeiro reforço deve ser administrado aos 15 meses de vida e o segundo reforço aos quatro anos de idade.

Para maiores de sete anos de idade, está recomendada a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) - vacina dTpa (tipo adulto) para os seguintes públicos-alvo

* Gestantes: uma dose a partir da 20ª semana de gestação, a cada gestação;

* Puérperas até 45 dias pós-parto, caso não tenham sido vacinadas, oportunamente; e

* Todos os profissionais da saúde e parteiras tradicionais, além de estagiários da área da saúde que atuam em maternidades, unidades de internação neonatal e berçários. Para esses grupos, a dTpa está indicada como dose complementar ao esquema vacinal de difteria e tétano ou como dose de reforço a cada 10 anos, ou a cada cinco anos em caso de ferimentos graves. Oportunamente, reitera-se a ampliação da recomendação de uso da dTpa, em caráter excepcional, para públicos específicos, considerando o alerta sobre o aumento de casos da coqueluche no mundo conforme Nota Técnica Conjunta nº 70/2024-DPNI/SVSA/MS.

O paciente deve permanecer em repouso, manter-se hidratado e usar talheres e copos somente para si, evitando a contaminação de outros indivíduos.

Após três anos, Brasil registra primeira morte

Nos últimos anos, os órgãos de saúde têm observado um aumento significativo nos casos da doença, especialmente entre adolescentes e adultos jovens. São Paulo e Rio de Janeiro estão entre os estados mais afetados.

Até a 23ª semana epidemiológica, que foi encerrada no dia 8 de junho, o estado de São Paulo registrou 139 casos de coqueluche – o que representa um aumento de 768,7% em comparação ao mesmo período no ano passado.

No dia 27 de julho, o Brasil confirmou a primeira morte por coqueluche em 3 anos. A vítima foi uma criança de seis meses, moradora de Londrina, no Paraná.

MINISTRA

No dia 29 de julho, após a primeira morte por coqueluche no país, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou a orientação para que grávidas e crianças sejam vacinadas contra a doença.

Ministra da Saúde, Nísia Trindade (Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado)

De acordo com Trindade, o caso “não liga um alerta”, mas reforça “uma vigilância permanente em relação a qualquer agravo de saúde”.

“É uma doença prevenível por vacina, então recomendamos fortemente a vacinação. Estaremos acompanhando e trabalhando para evitar novos casos”, completou a ministra.

Além do caso do bebê de seis meses, o Paraná também investiga se a morte de um bebê de três meses, em Irati, no sudeste do estado, pode ser atribuída à coqueluche. Até a primeira quinzena de junho, o estado tinha registrado 24 casos de coqueluche. Em todo o ano passado, foram 17.

No Brasil, o último pico epidêmico aconteceu em 2014, quando foram confirmados 8.614 casos. O país e o mundo enfrentam aumento de casos. A reportagem do portal Tribuna Hoje entrou em contato com a assessoria de comunicação do Ministério da saúde solicitando um levantamento de quantos casos já foram confirmados em todo o Brasil no primeiro semestre de 2024, mas até o fechamento do material não obteve retorno.

Cientista política alerta para os riscos do negacionismo da vacina

Em uma análise sobre os impactos do negacionismo da vacina, a cientista política Luciana Santana alerta para um movimento preocupante, não só no Brasil, mas também em outras partes do mundo. Segundo Luciana, esse fenômeno está associado ao crescimento da extrema direita, que tem promovido desinformação sobre a vacinação.

"Esse movimento negacionista tem prejudicado muito o combate contra doenças que já haviam sido erradicadas ou controladas. Atualmente, observamos uma taxa menor de adesão à vacinação, o que é extremamente problemático e resultado de uma irresponsabilidade com a saúde pública e o coletivo. Isso tem causado danos significativos aos resultados de saúde", destaca a cientista em entrevista ao portal Tribuna Hoje.

A cientista política enfatiza a necessidade de campanhas fortes e massivas para desmistificar qualquer desinformação relacionada à vacinação. "É necessário um ambiente de extrema popularização política e conscientização para que possamos combater adequadamente a disseminação dessas doenças. Hoje, estamos enfrentando sérios desafios devido à influência política da extrema direita, ao negacionismo e à desinformação, que têm impactado intensamente a execução de políticas públicas de saúde. Políticas amplas e fortes de conscientização são essenciais para minimizar esse problema", reforçou.

Coqueluche: uma doença que retorna

No passado, a vacinação em massa conseguiu praticamente erradicar a coqueluche em muitos países. Contudo, a recusa à vacinação e a disseminação de desinformação sobre a segurança e eficácia das vacinas têm contribuído para o ressurgimento da doença. Dados recentes indicam um aumento significativo nos casos de coqueluche, sublinhando a importância da vacinação contínua e da conscientização pública para prevenir novas epidemias.

A fala de Luciana Santana e o retorno de doenças como a coqueluche ilustram os perigos reais do movimento antivacina. O combate eficaz a essas doenças depende diretamente de políticas públicas de saúde robustas e de um esforço coletivo para promover a vacinação como um ato de responsabilidade social.


SABER + SAÚDE

Projeto de extensão da Uncisal conscientiza para importância da vacinação

O Projeto de Extensão Saber + Saúde (PESMS), da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, intensifica suas atividades em agosto, com foco na importância da vacinação como medida preventiva essencial. O PESMS realiza uma série de ações de conscientização junto aos estudantes e servidores da Uncisal, abrangendo diferentes unidades e setores.

Os integrantes do projeto realizam visitas para dialogar sobre a relevância das vacinas e a necessidade de manter o cartão de vacinação atualizado. Durante as atividades, são feitos a distribuição de panfletos, a verificação dos cartões de vacina , além de ser dado esclarecimento de dúvidas através do canal digital Vacinazap - plataforma acessível pelo WhatsApp destinada a fornecer informações seguras sobre imunização.

A professora Amanda Macêdo, coordenadora do projeto conta que a ideia é orientar e desmistificar as fake news. “O intuito do projeto é desmistificar as fake news sobre vacinas e reforçar a importância de uma cobertura vacinal abrangente”.

Conforme Macêdo, além de sensibilizar sobre a importância das vacinas, as equipes verificam os cartões de vacinação dos interessados e orientam aqueles com pendências sobre os passos necessários para atualização.

“O projeto nos permite sair da nossa bolha e perceber que uma informação que pode ser clara para alguns pode não ser compreendida ou aceita por outros”, comenta Larissa Varella, aluna participante do projeto.

VACINAZAP

Saindo dos muros da universidade, o projeto criou o Vacinazap, acessível pelo número wa.me/5582988509401, uma inovação que permite que pessoas de todos os 102 municípios de Alagoas tirem dúvidas sobre vacinação e calendário vacinal.

Esse serviço é uma resposta direta ao crescimento da desinformação sobre vacinas e conta com o apoio da Sesau, através da Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde e do PNI Estadual.

“No canal do WhatsApp, respondemos por mensagens escritas ou áudios, promovendo inclusão e garantindo que todos tenham acesso às informações necessárias", explicou a aluna extensionista.

De acordo com os integrantes do PESMS, em 2024 já foram realizadas campanhas de sensibilização no Centro de Maceió, esclarecendo dúvidas da população, incluindo trabalhadores formais e informais, sobre a importância das vacinas e a necessidade de manter o cartão de vacinação atualizado. Nessas ocasiões, os estudantes também desmistificaram informações equivocadas e alertaram sobre os perigos de acreditar em fake news relacionadas às vacinas.

Campanhas do Projeto de Extensão Saber + Saúde no Centro de Maceió (Foto: Divulgação)


"Como extensionista, notei que a população muitas vezes está receosa em relação às vacinas. Em nossas conversas, consegui fornecer informações confiáveis e muitos entenderam a importância da vacinação e buscaram dados mais seguros. No entanto, percebi que a vulnerabilidade socioeconômica está fortemente ligada aos baixos índices de cobertura vacinal, e a influência das ‘fake news’ tem um papel significativo nos comportamentos de saúde”, acrescentou a estudante de medicina Larissa Varella.

“As iniciativas do PESMS estão alinhadas com o Pacto Nacional pela Vacinação, uma iniciativa que o Ministério Público do Estado de Alagoas aderiu em maio de 2024, junto com outros órgãos estaduais e federais”, contextualizou a professora Amanda Macêdo. Segundo ela, o pacto, liderado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), busca fortalecer a consciência vacinal e garantir uma proteção eficaz contra doenças preveníveis.

O PESMS, alinhado com os objetivos do pacto, reforça a importância de uma abordagem educativa e científica para combater a desinformação e garantir que a população esteja protegida. “A conscientização sobre a segurança e eficácia das vacinas é essencial para prevenir o retorno de doenças erradicadas e garantir a saúde pública”, concluiu a coordenadora do projeto de extensão.

A iniciativa do PESMS, da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), conta com a parceria da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp), por meio do Núcleo de Eventos e Qualidade de Vida no Trabalho (NEQVT) e da Supervisão de Atenção à Saúde e Bem-estar (Sasbem).