Enio Lins

O esgoto bolsonarista transborda e escorre céu aberto

Enio Lins 30 de julho de 2025

ALÉM DO FILHO 03 do capitão de milícias, outros personagens têm se esmerado em expor suas próprias tripas e os produtos delas advindos. Pútridos. E se regozijam ao fazer isso, em atos públicos de coprofilia política e ideológica. O falso patriotismo de Jair et caterva nunca enganou ninguém fora do bolhão mitológico deles, mas é chocante testemunhar um Dudu Bananinha, terceiro deputado federal mais votado em São Paulo, trombeteando sua traição nacional, em êxtase ao se apresentar como sabotador da economia brasileira. E um senador capixaba se jactando de ser cabueta dos serviços de informação dos Estados Unidos? Uma distopia patética e muito perigosa, convenhamos.

NUM ATO SEM PRECEDENTES, um parlamentar se homizia em país alheio, e cavalgado por governo estrangeiro, promove agressões que causarão danos enormes na economia de sua nação original. Esse extremo-entreguismo não tem paralelo no mundo atual, embora possam ser localizados exemplos de traição nacional parecidos no passado remoto. Na história antiguíssima, tempo onde as lendas se misturam com a realidade, existe a triste figura de um traidor chamado Efialtes, um espartano (deficiente físico, segundo as crônicas), que procurou o rei persa Xerxes, a ele se vendeu, e guiou as tropas persas numericamente superiores para surpreender o rei de Esparta, Leônidas, derrotando a resistência espartana na Batalha das Termópilas (veja o filme “300”), em agosto de 780 a.C. Hoje, Dudu e seus asseclas, Efialtes contemporâneos de físicos bombados, são aleijões morais. Ah, sim: No caso da traição aos espartanos, ao fim e ao cabo, a superpotência persa perdeu a guerra.

ALÉM DO DEPUTADO DUDU, um senador bolsonarista viajou aos Estados Unidos, desrespeitando decisão anterior do STF, e de lá desacatou a suprema corte brasileira em postagens atrevidas. Mas “se surpreendeu” ao ter as contas bloqueadas, assim como vetado seu acesso ao pix. O político está respondendo a processo sobre sua participação na tentativa de golpe e por, supostamente, tentar intimidar agentes federais. Em agosto de 2023, sofreu um bloqueio de R$ 50 milhões em suas contas e bens, o que parece não ter o afetado. E informa o site metrópoles.com/brasil: “Antes de ir para os Estados Unidos, contrariando determinações do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Marcos do Val se gabou ao Metrópoles ter um visto “categoria S” para o país norte-americano. Esse tipo de documento é utilizado pela Casa Branca para permitir a entrada de estrangeiros que fornecem informações consideradas valiosas”. É isso mesmo: o sujeito (senador e milionário) se gaba de ser cabueta (forma alagoana de falar “acaguete”)!

MAS O PIOR NESSA meleira toda é o eleitorado brasileiro eleger duas feridas como o Zero-três e o cabueta assumido. E não se diga que foram eleitos por algum processo fraudulento. Não. As urnas eletrônicas eliminaram essa antiga chaga no nosso sistema político, modernidade tecnológica que chateia enormemente o bolsonarismo que, insatisfeito com a quantidade de votos recebidos, acha melhor jair urdindo a restauração do fraudável voto em papel para adulterar para mais seus resultados. Infelizmente para o Brasil, as invioláveis urnas eletrônicas atestaram a representatividade desses deletérios: Dudu, o traidor da pátria, abiscoitou 741.701 votos paulistas (3,12% dos votos válidos) em 2022; Val, o alcagueta, amealhou 864.359 votos capixabas (24,08% dos votos válidos) em 2018. Construir uma nação soberana, com esse número de eleitores votando em traíras, não é fácil. E olhe que Dudu Bananinha perdeu 1,1 milhão de votos entre 2022 e 2018!

DENUNCIAR ESSA CAMBADA de traidores é a principal tarefa democrática nesta quadra de tempo. A meta é informar à população nome por nome dessa súcia para que essa bancada lesa-pátria seja eliminada – pelo voto – do cenário nacional.