Enio Lins
O esgoto bolsonarista transborda e escorre céu aberto

ALÉM DO FILHO 03 do capitão de milícias, outros personagens têm se esmerado em expor suas próprias tripas e os produtos delas advindos. Pútridos. E se regozijam ao fazer isso, em atos públicos de coprofilia política e ideológica. O falso patriotismo de Jair et caterva nunca enganou ninguém fora do bolhão mitológico deles, mas é chocante testemunhar um Dudu Bananinha, terceiro deputado federal mais votado em São Paulo, trombeteando sua traição nacional, em êxtase ao se apresentar como sabotador da economia brasileira. E um senador capixaba se jactando de ser cabueta dos serviços de informação dos Estados Unidos? Uma distopia patética e muito perigosa, convenhamos.
NUM ATO SEM PRECEDENTES, um parlamentar se homizia em país alheio, e cavalgado por governo estrangeiro, promove agressões que causarão danos enormes na economia de sua nação original. Esse extremo-entreguismo não tem paralelo no mundo atual, embora possam ser localizados exemplos de traição nacional parecidos no passado remoto. Na história antiguíssima, tempo onde as lendas se misturam com a realidade, existe a triste figura de um traidor chamado Efialtes, um espartano (deficiente físico, segundo as crônicas), que procurou o rei persa Xerxes, a ele se vendeu, e guiou as tropas persas numericamente superiores para surpreender o rei de Esparta, Leônidas, derrotando a resistência espartana na Batalha das Termópilas (veja o filme “300”), em agosto de 780 a.C. Hoje, Dudu e seus asseclas, Efialtes contemporâneos de físicos bombados, são aleijões morais. Ah, sim: No caso da traição aos espartanos, ao fim e ao cabo, a superpotência persa perdeu a guerra.
ALÉM DO DEPUTADO DUDU, um senador bolsonarista viajou aos Estados Unidos, desrespeitando decisão anterior do STF, e de lá desacatou a suprema corte brasileira em postagens atrevidas. Mas “se surpreendeu” ao ter as contas bloqueadas, assim como vetado seu acesso ao pix. O político está respondendo a processo sobre sua participação na tentativa de golpe e por, supostamente, tentar intimidar agentes federais. Em agosto de 2023, sofreu um bloqueio de R$ 50 milhões em suas contas e bens, o que parece não ter o afetado. E informa o site metrópoles.com/brasil: “Antes de ir para os Estados Unidos, contrariando determinações do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Marcos do Val se gabou ao Metrópoles ter um visto “categoria S” para o país norte-americano. Esse tipo de documento é utilizado pela Casa Branca para permitir a entrada de estrangeiros que fornecem informações consideradas valiosas”. É isso mesmo: o sujeito (senador e milionário) se gaba de ser cabueta (forma alagoana de falar “acaguete”)!
MAS O PIOR NESSA meleira toda é o eleitorado brasileiro eleger duas feridas como o Zero-três e o cabueta assumido. E não se diga que foram eleitos por algum processo fraudulento. Não. As urnas eletrônicas eliminaram essa antiga chaga no nosso sistema político, modernidade tecnológica que chateia enormemente o bolsonarismo que, insatisfeito com a quantidade de votos recebidos, acha melhor jair urdindo a restauração do fraudável voto em papel para adulterar para mais seus resultados. Infelizmente para o Brasil, as invioláveis urnas eletrônicas atestaram a representatividade desses deletérios: Dudu, o traidor da pátria, abiscoitou 741.701 votos paulistas (3,12% dos votos válidos) em 2022; Val, o alcagueta, amealhou 864.359 votos capixabas (24,08% dos votos válidos) em 2018. Construir uma nação soberana, com esse número de eleitores votando em traíras, não é fácil. E olhe que Dudu Bananinha perdeu 1,1 milhão de votos entre 2022 e 2018!
DENUNCIAR ESSA CAMBADA de traidores é a principal tarefa democrática nesta quadra de tempo. A meta é informar à população nome por nome dessa súcia para que essa bancada lesa-pátria seja eliminada – pelo voto – do cenário nacional.

Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.