Bartpapo com Geraldo Câmara

NÃO FAÇO IDEIA

Bartpapo com Geraldo Câmara 14 de março de 2025

De verdade. Réu confesso. Não faço a menor ideia do que vou escrever neste artigo principal de minha coluna. Busquei um assunto que possa interessar a todos, mas sinceramente estou com a mente vazia. Vazia? Bem começo a duvidar porque nunca fiquei de mente vazia, até porque como os antigos já diziam “mente vazia casa do cão”. E não sou eu quem vai permitir este tipo de inquilino em minha cabeça. Mas aí começo a pensar que os neurônios foram feitos para trabalhar e se eles estiverem preguiçosos no dia de hoje alguma coisa está errada e tenho então a necessidade de exercitá-los ao máximo que puder. E neste exercício começo a enxergar que o mundo às vezes para ou não anda direito porque os neurônios dos dirigentes estão atrasados e isto não pode acontecer. Como um relógio é preciso que se dê corda – eita que relógio antigo ainda de corda – para que o tempo passe sem esvaziamentos mas na procura de conhecimentos que levem à razão e da razão à ação transformando coisas, reformulando ideias, reagindo ao negativismo e construindo futuro da melhor maneira possível.

Pausa. Penso. E se penso é porque acho que estou funcionando de novo e que as ideias começam a aflorar. Mas que ideias? Ora, ora, você já está lendo. A defesa de que nós todos precisamos nutrir nossos cérebros, buscar trabalho, fazer pesquisas mentais, pensar nos outros, na vida, nas fórmulas certas e nas erradas, buscar compreensões, entrar no âmago das guerras e nas negociações da paz. Ainda que seja utopicamente falando, mas precisamos ler mais, conhecer melhor as coisas do mundo, trocar ideias e conhecimentos, fazer experiências ainda que não deem certo, mas continuar vivendo o mundo porque não viemos aqui para sermos hóspedes silenciosos e cerimoniosos. O mundo quer ser pesquisado. As pessoas, as diferenças de todos os gêneros e matizes porque são elas as diferenças que acabam por construírem um mundo melhor. Porque com elas e por elas se pesquisa, se busca melhorias de vida, de aproveitamento de tudo o que tentamos aprender. Já dizia um gênio, não sei qual que a gente nasce sem falar, daqui a pouco estamos falando, mais tarde ainda aprendendo avançamos nos anos e vamos professorando e quando chegamos a idade da velhice somos sábios. E aí morremos. Uma verdade incontestável que nos leva a crer que precisamos continuar trocando ideias entre nós todos. Porque sempre será essa troca de experiências que nos levará a tão desejada sabedoria.

Hoje, comecei dizendo a vocês que nem tinha ideia do que ia escrever e de repente descubro que a simples palavra ideia nos leva a reflexões as mais variadas, nos aprofunda em nossas perspectivas, nos leva a dizer por aqui que talvez estejamos juntos, leitores e eu, vivendo uma experiência interessante onde afastamos o vazio do não saber o que fazer com grandes revelações de que só não fazemos o que não quisermos. Só não teremos ideias se não as desejarmos ter. Nosso cérebro, sem dúvida, se o quisermos, jamais será preguiçoso e irá sempre buscar no fundo de suas experiências o material de que tanto precisamos para nos comunicarmos com o mundo e até conosco mesmo. Acho mesmo que este artigo – ah! Virou artigo! - nasceu exatamente desta compreensão, dessa formidável integração do não ter ideia de como começar até a de que ainda nem sabemos por onde terminar. Porque, como dizia um publicitário americano em um Congresso a que compareci em Acapulco no México, “uma ideia nova não existe. O que existe é uma nova conjugação de velhos elementos”. Pensando assim, como ele e transmitindo a vocês encerro buscando sempre velhos elementos para a incessante busca por novas ideias. Para aqui e para a vida.


FOTONOTAS

JOSÉ RUBENS – Conheço Zé Rubens desde que me conheço em Alagoas lidando com o serviço público e com quem o pratica de maneira correta como é o caso dele. De uma empatia com as pessoas fora do comum, todas as vezes que se encontra comigo brinca me relacionando a um bordão que foi muito conhecido na televisão: Geraaaallllldoo! E eu sempre rio com ele. Zé Rubens é estimado por todos que o cercam e aproveita isto para dar mais dedicação aos cargos que ocupa. Até pouco tempo era o diretor adjunto de Engenharia do TCE. E sempre equilibrado e competente. Valeu. Zé!

CLÁUDIA DE BULHÕES – Gosto muito de Cláudia pela sua atividade ímpar. A mulher não pára com uma intensa atividade cultural que só pode fazer o bem a todos os que têm a oportunidade de estar ao seu lado. Ora com um programa de televisão, ora nas palestras que promove e sempre esbanjando competência e simpatia. Conheço-a há muitos anos e todas as vezes que nos encontramos sou levado a admirá-la mais ainda por sua simpatia e até uyma verve que lhe dá um tom engraçado nas suas falas. Cláudia de Bulhões, um nome respeitado.

PARE PRA PENSAR (do meu livro do mesmo nome)

Equilibrado é o cara que usa a cabeça no lugar e na hora certos fazendo funcionar o que tem dentro dela.

ALERTAS DO DIA

* Audiência Pública sobre empreendimento na Lagoa da Anta foi o que aconteceu na última terça-feira na Assembleia Legislativa e vem muito mais discussão por aí. Na verdade, o que está faltando, acho eu, é um esclarecimento total sobre o empreendimento mostrando a altura real dos prédios (chegaram a falar em 50 andares), a localização correta e até que ponto pode ou não prejudicar a Lagoa da Anta. Só assim poder-se-á discutir o projeto e até que ponto vai realmente prejudicar a estética ou sei lá mais o que da geografia urbana da Jatiúca. O mais é chover no molhado e perder tempo.

* Guarda Municipal vai ser Polícia Municipal de Maceió sem militarização do seu efetivo. A finalidade, assim disse o prefeito, é fazer a segurança da capital com efetividade. A mim me parece mais uma rixa política para criar embates com a política de segurança do estado. Acho que não precisa nada disto e que os dois, estado e município podem até vir a se completarem num processo que é necessário para qualquer cidade. Na verdade, acho que a transformação não pode ser de nome mas de experiência e capacidade. O efetivo terá que ser treinado para as funções. Não tenho dúvida.

* Uma das coisas mais visíveis na cidade de João Pessoa é a sua arborização fazendo com que a cidade fosse considerada a segunda mais arborizada do mundo perdendo apenas para Paris. A importância disto está sobretudo na ventilação mantendo a capital da Paraíba num clima normalmente agradável. Acho que o exemplo deveria ser seguido em todos os lugares o que também seria uma grande contribuição para a preservação das condições climáticas, assunto tão debatido ultimamente em níveis mundiais.

* Uma das coisas mais especuladas ultimamente é a posição discreta do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Vitor e que é segundo na linha de sucessão do governador. Dizem os mais entendidos que ele está se preparando para ser candidato ao governo em 2026, não sei se como “tampão” inicialmente, se Ronaldo Lessa abrir mão ou se o governador se incompatibilizar. Não sei se poderá ser o candidato depois do tampão, mas será quase impossível. O fato é que o nome do deputado-presidente está em alta em todos os corredores da política alagoana.

POR AÍ AFORA

# É preciso ter nervos de aço para aguentar as ameaças de super taxação do nosso aço brasileiro nos casos de exportação para os Estados Unidos. Somos um dos mais se não formos o mais importante país exportador de aço para aquele país e assim mesmo o paranoico presidente americano insiste em querer nos dar um tratamento como se fossemos calouros na atividade. Aliás, ele é useiro e viseiro em dar um passo à frente e depois dois atrás. Chega de gracinha, presidente. O tempo de colégio já passou e estamos aqui para dar aulas também.

# Aliás, a propósito dessas idas e vindas do Trump, o acordo que foi aceito pela Ucrânia para um cessar fogo e dependendo da Rússia para uma trégua que possa levar ao fim da guerra, a meu ver é mais uma trama do presidente americano com a única finalidade de explorar os minérios em grande quantidade contidos em solo ucraniano. Quando da famigerada visita de Zelensky à Casa Branca, o tom de humilhação deixou claro que negociações para a paz só viriam com as minas ucranianas à disposição. O resto é balela pra boi dormir.

# O senador francês Claude Malhuret subiu à tribuna para fazer o seguinte discurso, na semana passada: “A Europa está em um ponto crítico de virada em sua história. O escudo americano está escorregando, A Ucrânia corre o risco de ser abandonada, e a Rússia está sendo fortalecida. Washington se tornou a corte de Nero: um imperador incendiário, cortesãos submissos, e um palhaço sob efeito de cetamina encarregado de purgar o serviço público.

O “BARTPAPO com Geraldo Câmara” agora é exibido para os estados de Alagoas e Rio Grande do Norte. Na BAND, canal 38.1 aberto; NET CLARO, canais 18 e 518; BRISANETE, canal 14; VIVO, canal 519. Das 9 às 10h da manhã. Assista e inscreva-se também pelo Youtube no canal “canal Bartpapo”. Fale conosco pelo [email protected] ou pelo Whats’App 82 99977-4399