Enio Lins

O SIONISMO COMO MALDIÇÃO MOSAICA PARA OS POVOS SEMITAS

Enio Lins 28 de setembro de 2024
O SIONISMO COMO MALDIÇÃO MOSAICA PARA OS POVOS SEMITAS
Benjamin 'Bibi' Netanyahu - Foto: Ilustração

Sob vaias, e retirada da maior parte do plenário da ONU, ontem, Benjamin “Bibi” Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, usou da palavra. Da minoria que permaneceu, ouviram-se uns poucos aplausos nervosos.


MATANÇA IRREFREADA

“Estamos vencendo”, jactou-se Bibi. Verdade óbvia, pois Israel é a maior máquina de guerra em todo Oriente Médio e adjacências. Essa superioridade em forças armadas formais, é acompanhada da supremacia absoluta em ações de espionagem e terrorismo – neste campo, certamente e infelizmente, é a maior potência mundial. Israel não só está vencendo os mal-armados palestinos e libaneses de hoje, mas tem vencido inapelavelmente todos os seus adversários desde 1948. Insistindo no aqui já dito e repetido: o moderno Estado de Israel foi parido imbatível, numa conjunção entre Estados Unidos e União Soviética, no crepúsculo da II Grande Guerra Mundial. Antes mesmo de 1948, quando se proclamou independente, Israel já estava pronto e armado para detonar quem bem quisesse em sua redondeza.


MÁQUINA DE GUERRA

Existe uma história romantizada, mas verdadeira, ambientada em setembro de 1948, sobre 50 aeronaves de guerra montadas na então Tchecoslováquia comunista, sob encomenda para formar a força aérea israelense e que, bravamente, voaram sobre 3 mil km, até Telavive, contando com uma escala para reabastecimento na Iugoslávia (em Nikšić), parada autorizada pelo Marechal Tito, apesar da briga entre Belgrado e Moscou. O fato é que não foi apenas o farto dinheiro vindo dos Estados Unidos a base bélica de Israel. A conjugação entre a “Cortina de Ferro” e Washington, apesar das objeções de Londres, é a origem da força bélica extraordinária de Israel, na construção de uma potência armada que nenhum outro país na região jamais conseguiu acompanhar, ou enfrentar. E, desrespeitando as decisões da ONU desde sempre, Israel avança sem pena sobre todo território palestino, expulsando ou eliminando seus habitantes originais – e quem ouse reagir é taxado de “terrorista”.


É SÓ APERTAR O GATILHO

Sem inimigos armados à altura, basta o alto comando israelense decidir onde, quem e quantos vão morrer, e apertar o gatilho. E até hoje nenhum ataque causou danos significativos a Israel. A exceção, em 7 de outubro de 2023, resultando em mortes e sequestros de israelenses, até hoje segue inexplicável – a não ser por conivência das Forças de Defesa com o ataque do Hamas. Tão absurdo foi esse acontecimento que, meses depois, em 22 de abril de 2024, o general Aharon Haliva, “diretor da inteligência militar de Israel”, pediu demissão por conta dessa falha incompreensível, mas utilíssima como justificativa para o massacre em Gaza. Há uma semana, foguetes disparados pelo Hezbollah, na madrugada do dia 22, não causaram dano significativo, servindo tão-somente como motivação para Israel bombardear mais intensamente o Líbano desde então. Apenas num dia (26, quinta-feira) as bombas israelenses mataram 92 pessoas e feriram 153, segundo a mídia internacional. Em um ano de bombardeios intermitentes feitos por Israel contra o Líbano, morreram 1.540 pessoas e 5.410 ficaram feridas, sem contar com os bipes explodidos nas orelhas dos militantes islâmicos.


CRIMES DE GUERRA

Não se trata de uma luta “contra o Hezbollah”, mas um massacre de civis no Líbano, assim como em Gaza está se praticando um genocídio e não “combate ao Hamas”. Netanyahu, em sua fala vaiada, citou um dos mitos judaicos para justificar sua matança: “Moisés nos disse que nossas ações determinarão se deixaremos às gerações futuras uma bênção ou uma maldição” – Bibi é a maldição do seu próprio povo e dos povos semitas.