Enio Lins
Diria Göring: Endgültige Lösung der Palästinenserfrage
No dia 17 o exército israelense explodiu a última das instituições de ensino superior ainda em funcionamento em Gaza. As instalações da Universidade Al-Israa foram pelos ares em explosão filmada detalhadamente e divulgada pelo governo de Israel.
Segundo a Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), além da derradeira universidade explodida há uma semana, Israel destruiu, até agora, “70% das escolas [palestinas] que oferecem ensino infantil, fundamental e médio na região”.
ANIQUILAÇÃO DE UMA SOCIEDADE
Não se trata uma guerra contra “o grupo terrorista Hamas” ou qualquer outra organização armada, trata-se de dizimar a sociedade árabe nativa em todo perímetro da antiga Palestina para que a ocupação israelense alcance 100% da área.
Denuncia a FEPAL que regiões sem presença do Hamas estão sendo atacadas, “[no campo de refugiados de Tulkarm, Cisjordânia] tratores israelenses foram flagrados esburacando ruas e derrubando imóveis onde funcionam comércios e equipamentos públicos”.
SOLUÇÃO FINAL
“Endgültige Lösung der Judenfrage” (Solução Final para a Questão Judaica) foi como Hermann Göring determinou para Reinhard Heydrich, em carta de 31 de julho de 1941, a elaboração de um plano para resolver definitivamente o “problema judeu”.
Não queriam os nazistas prestar contas de seus crimes contra a população judaica, nem – muito menos – devolver sequer parte das riquezas roubadas das famílias e empresas de judeus na Alemanha e países ocupados. Exterminar os espoliados foi a meta.
Nesses dias está em execução o que o Reichsmarschall Göering definiria como “Solução Final para a Questão Palestina” (tradução Google: Endgültige Lösung der Palästinenserfrage): eliminação da população-alvo com expropriação absoluta de seus bens.
TERRORISMO DE QUEM?
Usando como justificativa “a guerra ao grupo terrorista Hamas”, Israel comete terrorismo e crimes de guerra, pressionando o resto do mundo para que lhe seja conivente, em semelhança do que a Alemanha fez em seu auge nazista.
Entre 1933 e 1939, o nazismo era visto e aplaudido como um guardião da civilização e combatente do “terrorismo judeu-comunista”. Desde os idos de 1946, o sionismo é tido como guardião da civilização e combatente do “terrorismo árabe-muçulmano”.
PRESSÃO PELA IMPUNIDADE
Naquele período de tolerância ao nazismo, a Alemanha bloqueava as denúncias contra suas atrocidades, e justificava suas violências por serem dirigidas contra “terroristas, comunistas e judeus” mesmo depois do início da guerra.
Em 1940, Chaplin foi pressionado nos Estados Unidos por conta do filme “O Grande Ditador”, onde denuncia Hitler e a perseguição aos judeus. O FBI chegou a investigar se ele era agente soviético, e judeu, cujo nome original seria “Israel Thornstein”.
MORDAÇA GLOBAL
Em cruel ironia, os sionistas repetem contra os palestinos hoje o que os nazistas ontem fizeram contra os judeus. Ignorando ou silenciando as denúncias contra seus crimes de guerra, Israel avança com sua “solução final” para a Palestina – que está sendo riscada do mapa, sob o silêncio da maioria do dito mundo civilizado.
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.