Enio Lins

Adeus, 2023: que o ano novo nos seja de boas novas!

Enio Lins 30 de dezembro de 2023

2023 findou. Em grande estilo, pode-se dizer. Impactante até nas tragédias – aqui e alhures, principiado com tentativa de golpe de Estado no Brasil, o primeiro escândalo internacional no ano: uma intentona miliciana-bolsonarista, mas derrotada no mesmo dia, 8 de janeiro, para gáudio da Democracia no planeta.

Em 2023, deu chabu a subversão bolsonarista, pois as instituições reagiram a tempo e detonaram a vagabundagem da turma do Jair, prendendo algumas das mais proeminentes figuras que tentaram cumprir as orientações do falso messias. Como resultado dessa luta contra os podres, os Poderes se fortaleceram e a Democracia brasileira idem.

2023 teve seu crepúsculo banhado pelo sangue palestino, numa tragédia humanitária e política acobertada por boa parte do autodenominado mundo civilizado – o mesmo mundo livre que acobertou, silente, os primeiros e decisivos passos na tragédia humanitária perpetrada pelos nazistas alemães contra o povo judeu a partir de 1939.

Em 2023, o mundo assistiu a reencarnação da prática nazista do extermínio em massa de uma população considerada indesejada e “subversiva”. Numa ironia trágica, o Estado de Israel, que usa a Estrela de Davi em lembrança dos horrores sofridos sob o nazifascismo, aprofunda seu papel nazifascista contra civis palestinos refugiados no Gueto de Gaza.

2023 teve avanços científicos importantes, como a sintetização da primeira vacina (acessível) contra a malária, segundo a BBC. Criada na Universidade de Oxford, Inglaterra, é a segunda vacina desenvolvida conta a maleita, mas com uma capacidade de produção gigantescamente maior, e a fabricação já está em curso na Índia, pelo Instituto SERUM.

Em 2023, porém, não sumiram do mapa as ideias obscurantistas contra as vacinas, muito menos as demais tendências negacionistas, armamentistas e fascistizantes que assolaram o Brasil entre 2018 e 2022. Apenas foram afastadas da faixa presidencial.

2023 teve avanços fundamentais para a economia brasileira, que começa a sair do poço sem fundo mitológico (liberal fake), e sobe duas posições na tabela “Top 20 - 2023” do FMI, retomando o posto de 9º maior PIB no mundo, retornando ao “Top 10”.

Em 2023, economicamente falando, noticia O Globo, “Pela primeira vez desde 2017, preço dos alimentos fecha o ano em queda” e, destaca Mirian Leitão, “o grupo alimentação no domicílio está com os preços em média 2,4% menores no acumulado até novembro, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acompanha o custo dos produtos para famílias que ganham de um a cinco salários-mínimos, do IBGE”.

2023 teve seguimento a estrambólica alteração na correlação de poderes entre Executivo e Legislativo, com este invadindo atribuições daquele. Este processo foi iniciado em 2015, com aprovação da Emenda 86, criando o Orçamento Impositivo, vezo ampliado em 2019 pela Emenda 100, na prática impondo um “semipresidencialismo” ou “semiparlamentarismo”, ampliando a força do Congresso para muito além do que seria sua função precípua, a legislativa. O ápice dessa degenerescência institucional se dá com a criação do famigerado “Orçamento Secreto”, em 2020, garantido opacidade absoluta para o manuseio de verbas públicas pelo parlamento. Essa deformação democrática seguirá em cartaz.

2023 findou. Como em todos os anos, com coisas boas e coisas ruins no balanço. Como para todos os anos-novos, desejamos e planejamos para 2024 mais coisas boas e menos ruindades. Oxalá. Deste ano que finda, no item pessoal, destaco pessoas queridas que se foram antes da hora: Ana Fon, Arlindo e Azis Cabús, Beto Normande, Eduardo Bomfim, Fátima Menezes, Marlon Jorge, Mary Guimarães, Paulo Caruso, Plínio Lins, Reynaldo de Barros, Sávio de Almeida, Zélia Maia Nobre... meus tributos, minha saudade.

Feliz 2024! A luta continua.