Enio Lins
Momento que exige grandeza e visão de estadista
Da reunião convocada por Lula para tratar da questão Braskem versus Maceió, três coisas chamam a atenção: 1) a importância de um presidente para uma República; 2) o gigantismo de um problema ambiental e econômico; 3) os perigos da pequenez política.
1) Durante mais de quatro anos, desde o surgimento das rachaduras no solo do Pinheiro, em fevereiro de 2018, Michel Temer e Jair Messias não tomaram atitudes dignas de nota, deixaram a tragédia correr solta. Naqueles tempos o País esteve presidencialmente acéfalo. Lula, presidente de fato e de direito, apesar dos 11 meses de atraso no caso Braskem x Maceió, retoma a obrigação do Chefe de Estado assumir responsabilidades frente às tragédias de relevância que ocorram em quaisquer pontos do território nacional. Aplausos!
2) Na atabalhoada entrevista coletiva concedida pelo ministro Rui Costa, ao final da reunião, entre as inconclusões anunciadas, doeu nos ouvidos tanto a repetição da palavra “solução” (no sentido de algo possível em breve), como a ausência do nome “Braskem”. Sim: não existe solução a curto, nem médio, prazo para o grave crime ambiental causado pela Braskem. Sim, a empresa tem esse nome, já se chamou de Salgema e Trikkem, tem matriz baiana, sendo a derradeira joia da coroa da ex-gigante Odebrecht; é indústria de enorme poder e importância nacional, com relevância internacional – e esse poderio econômico, financeiro, industrial e estratégico age e reage naturalmente em defesa dos próprios interesses (com tremenda eficiência) e o pós-reunião comprova isso.
3) Para que essa tentativa da presidência da República possa produzir resultados positivos serão necessárias posturas majoritárias, estratégicas, por parte dos demais agentes políticos envolvidos no processo (além de Luiz Inácio) – desde o poderoso núcleo baiano onde se destacam os ministros Rui Costa e Jacques Wagner, até as lideranças locais como Paulo Dantas e JHC, passando naturalmente pelos próceres alagoanos de projeção nacional como Renan Calheiros e Arthur Lira. Caso prevaleçam as pequenezas políticas/eleitorais, o buraco sem fundo da Mina 18 será o destino desse esforço.
HOJE NA HISTÓRIA
14 DE DEZEMBRO DE 1812 – Napoleão inicia sua retirada da Rússia, a maior operação militar do século XIX e fato histórico que impactou o mundo ocidental, provocando uma mudança radical na escalada da França pós-revolucionária.
Gênio militar, Napoleão Bonaparte sacudiu a Europa, implantando e consolidando mudanças radicais decorrentes da Revolução Francesa (de 1789). Líder militar e de massas, o imperador francês tentou a mais ousada invasão de seu tempo, marchando com seu exército invicto de Paris até Moscou, vencendo em tempo recorde os 2.830 km que separam as duas capitais.
Marcha vitoriosa até alcançar Moscou, onde a maré muda por conta da tática russa de isolar o exército francês num território abandonado e parcialmente destruído pelos próprios defensores. Sem mantimentos e frente à chegada do terrível inverno, Bonaparte reconheceu o baque e marchou de volta os quase três mil quilômetros até a capital francesa numa derrota que, ao fim e ao cabo, destruiu seu poder.
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Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.