Enio Lins

Quando judeus denunciaram o terrorismo israelense

Enio Lins 01 de novembro de 2023

Albert Einstein e Hannah Arendt, em dezembro 1948, juntamente com um grupo de judeus proeminentes, encaminharam ao New York Times uma carta denunciando a existência de “uma organização terrorista, de direita e chauvinista”.

“Entre os fenômenos políticos mais perturbadores do nosso tempo está a emergência, no recém-criado Estado de Israel, do Herut, o ‘Partido da Liberdade’, agremiação política fortemente aparentada, em sua organização, métodos, filosofia política e apelo social, a outras organizações políticas nazistas e fascistas”.

Referem-se aquelas notáveis personalidades judaicas ao que se originara da organização terrorista (sic) Irgun, liderada pelo notório Menagem Begin, o partido Herut – que se transformou, décadas depois, no atual Likud.

Bibi Netanyahu, novamente no poder, lidera o Likud, partido cuja alma está na “agremiação política fortemente aparentada, em sua organização, métodos, filosofia política e apelo social, a outras organizações políticas nazistas e fascistas”.

Em dezembro de 1948 já era visível a orientação nazifascista de grupamentos assassinos defendendo a imposição de um estado sionista em toda Palestina e Cisjordânia, expulsando de lá suas populações nativas.

Uma das motivações da carta de 1948 foi a visita do terrorista Menagem Begin aos Estados Unidos naquele ano, em busca de mais recursos financeiros e mais apoio político às ações de expulsão ou massacre dos palestinos.

Na carta era denunciada a chacina realizada pelos terroristas israelenses de Begin na vila palestina de Deir Yassin, em abril de 1948, onde foram executadas cerca de 240 pessoas, entre homens, mulheres e crianças.

Citando reportagem do próprio New York Times, a missiva lembrava que, entre as vítimas do Irgun em Deir Yassim, foram mantidos “alguns deles vivos para que desfilassem como prisioneiros pelas ruas de Jerusalém”.

“É em suas ações que o partido terrorista denuncia seu verdadeiro caráter; por meio de seus atos passados é possível julgar o que podemos esperar que ele faça no futuro”, dizia a carta dos judeus pacifistas, acertando na previsão.

Leia mais em [https://camat.ime.usp.br/boletime_post/2023/08/14/carta_de_albert_einstein_alertando_para_o_fascismo_sionista_em_israel.html]

HOJE NA HISTÓRIA


1º de novembro de 1503 – Guiliano della Rovere é eleito papa, adotando o nome de Júlio II. No aniversário de nove anos de sua escolha como Sumo Pontífice, 1º de novembro de 1512, ele inaugura a pintura do teto Capela Sistina, trabalho espetacular de Michelangelo.

Explica a Wikipédia: “O teto da Capela Sistina é constituído por um extenso afresco, concebido por Michelangelo entre 1508 e 1512. O trabalho, feito a pedido do Papa
Júlio II, é considerado não só um marco da pintura da Alta Renascença, mas também uma das mais famosas obras da história da arte e um dos maiores tesouros da Santa Sé”.

Papa de 1503 a fevereiro de 1513, Júlio II foi pontífice que sancionou o Tratado de Tordesilhas, em 1506, dividindo o mundo a ser descoberto entre Espanha e Portugal. Era sobrinho e “afilhado” de Sisto IV (Francesco della Rovere), que ocupou o dito trono de São Pedro entre 1471 e 1484, e determinou a construção da Capela Sistina.