Enio Lins
OUTRAS VISÕES SOBRE UMA VELHA GUERRA
Praticamente toda a chamada “grande mídia” segue a cantilena de noticiar e defender cegamente a versão israelense nos conflitos com os palestinos, restando a busca por outros ângulos em poucos canais alternativos, nem sempre de fácil acesso.
Em minha modesta opinião, entretanto, a BBC Brasil – ao menos – procura abordar a questão de forma mais ampla. Vale a pena ler “Por que o Hamas atacou Israel agora?” em [https://www.bbc.com/portuguese/articles/cw8xgx65j7vo] e “Guia rápido para entender o conflito Israel-Hamas” em [https://www.bbc.com/portuguese/articles/c84511x0jxvo].
Já no site Opera Mundi, vale a pena ler a matéria sobre filmes que abordam a opressão israelense sobre a Palestina em [https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia/83234/ataques-do-hamas-a-israel-cinco-filmes-para-entender-a-questao-palestina]
Igualmente, são recomendáveis visitas aos importantes sites https://www.aljazeera.com/
(árabe) e https://www.pazagora.org/
(judeu).
MORTES AOS MILHARES
Segundo o site Poder 360, citando reportagem do canal Al Jazeera, o atual capítulo da guerra entre israelenses e palestinos (iniciada, pelo menos, desde 1946) produziu, até 16 de outubro, 4.207 mortos. Destes óbitos, 2.807 palestinos e 1.400 israelenses.
Entretanto, a chamada “grande imprensa” brasileira e ocidental só destaca e detalha as baixas do lado israelense, ignorando tanto as agressões contra a população palestina anteriores a 7 de outubro (quando o grupo Hamas revidou com um contra-ataque violento) quanto os efeitos mortais da poderosa tréplica das forças armadas de Israel.
ACERTO DAS NAÇÕES UNIDAS
Noticia o colunista Jamil Chade, “com 4.200 mortos, mais de 1 milhão de pessoas deslocadas, impasse na ajuda humanitária e parte de Gaza transformada em escombros, a ONU eleva o tom de críticas contra os responsáveis pelo conflito no Oriente Médio”.
“[A ONU] denunciou as autoridades de Israel por terem promovido uma evacuação forçada de milhares de palestinos na Faixa de Gaza, por ataques indiscriminados contra a população e alerta que violações ao direito humanitário internacional estão ocorrendo ‘diariamente’. A entidade também condenou os atos do Hamas em Israel e pediu que os responsáveis das mortes e sequestros de israelenses sejam identificados e responsabilizados”, seguiu Chade, colunista do UOL, divulgando o acerto das Nações Unidas.
HOJE NA HISTÓRIA
18 de outubro de 1009 – destruição da Igreja do Santo Sepulcro, construída por volta do ano de 326, por ordem do imperador romano Constantino, atendendo ao desejo de sua mãe, Helena, cristã devota e colecionadora de supostas relíquias.
Flávia Júlia Helena (250-330), depois promovida a Santa Helena, visitou Jerusalém no ano 326 e determinou que um terreno onde existia um templo romano dedicado à deusa Vênus fosse considerado a área de crucificação e sepultamento de Jesus. Nesse perímetro foi construído o primeiro templo do “Santo Sepulcro”.
Terremotos, ataques e saques foram danificando a estrutura original e, em 1009, o califa Aláqueme Biamir ordena sua demolição, mantendo os pilares. Seu filho e sucessor, Ali az-Zahir, permitiu a reconstrução em 1048. Saladino, sultão do Egito e Síria, em 1187, proibiu destruição de igrejas na região.
Embora sem evidências históricas sobre o local da crucificação e sepultamento de Jesus, o Santo Sepulcro continua sendo um dos locais mais valiosos para turismo religioso mundial e uma das motivações para que a cidade de Jerusalém seja preservada como sagrada para as várias crenças e mantida sob administração internacional (e não reduzida unilateralmente à condição de capital de Israel).
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.