Enio Lins
MARTA, ALINE: MAGISTRAL
Pela segunda vez consecutiva, a alagoana Aline Marta Maia conquista o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro. No ano passado, trouxe o cobiçado troféu por “Casa de Antiguidades” (de João Paulo Miranda Maria) e neste ano, por “Pedágio” (de Carolina Markowicz).
Aline Marta, desde sempre, é uma das maiores atrizes brasileiras. Brilhou no teatro alagoano ainda muito jovem, no final dos anos 70 e segue estrela radiosa, agora com merecido reconhecimento nacional.
Viva Aline Marta! Voltarei ao tema e à personagem em breve. Por enquanto ficam essas linhas como registro.
CORAÇÃO ALAGOANO
“Sem coração”, filme rodado em Guaxuma e circunvizinhanças, ganhou dois importantes prêmios no Festival Internacional de Cinema do Rio, o 25º Rio de Janeiro Int’l Film Festival. Premiações que impulsionam enormemente o cinema alagoano e confirmam a excelência da arte de Nara Normande e Tião.
“Prêmio Felix” (melhor filme nacional no segmento LGBTQIAPN+, e “Melhor fotografia” foram as premiações conquistadas. Com concorrida pré-estreia em Maceió na sexta-feira, 13 de outubro, lotando duas sessões no Cine Arte Pajuçara, a expectativa de início de temporada comercial é grande.
Tendo crescido no circuito Guaxuma/Garça Torta, Nara Normande, desde cedo, soube trazer as próprias vivências para a telona e tem colecionado prêmios e aplausos em cada filme produzido, desde o curta “Sem Coração” a este longa de mesmo nome, passando por “Guaxuma” (uma animação excepcional feita com areia da praia).
Sobrinha de artistas como Beto (in memoriam) e Marcinha, filha de Eduardo Normande e Fátima, Nara soube extrapolar o berço e alçar voo próprio e – literalmente – ganhou o mundo, com obras aplaudidas em Cannes e Veneza, Rio e Recife, sem falar de Pajuçara, Guaxuma e Garça Torta. Uma leoa, essa Nara.
HOJE NA HISTÓRIA
17 de outubro de 1806 – Assassinado Jean-Jacques Dessalines, ex-escravo, proclamador da independência do Haiti e combatente ao lado de Toussaint Louverture (1743/1803), o maior líder da luta pela emancipação haitiana.
Toussaint Louverture, também ex-escravo, liderou a grande insurreição dos cativos negros na ilha de Saint Domingue, entre 1791 e 1801, quando tomou o poder e libertou os escravos, mas apostou em manter o vínculo com Paris, acreditando nos ideais da Revolução Francesa. Napoleão, entretanto, determinou sua deposição e prisão, em 1802.
Jean-Jacques Dessalines, um de seus generais, seguiu o caminho do líder, venceu as tropas francesas e proclamou a independência, em 1º de janeiro de 1804, mudando o nome do lugar para Haiti. Posteriormente foi traído e assassinado por dois de seus subordinados. A ilha revolucionária foi redividida em duas bandas (Haiti e São Domingos) e a pobreza e opressão se reinstalaram – até hoje – nos dois pedaços.
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.