Enio Lins

MARTA, ALINE: MAGISTRAL

Enio Lins 17 de outubro de 2023
MARTA, ALINE: MAGISTRAL
Aline Marta - Foto: Reprodução

Pela segunda vez consecutiva, a alagoana Aline Marta Maia conquista o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro. No ano passado, trouxe o cobiçado troféu por “Casa de Antiguidades” (de João Paulo Miranda Maria) e neste ano, por “Pedágio” (de Carolina Markowicz).

Aline Marta, desde sempre, é uma das maiores atrizes brasileiras. Brilhou no teatro alagoano ainda muito jovem, no final dos anos 70 e segue estrela radiosa, agora com merecido reconhecimento nacional.

Viva Aline Marta! Voltarei ao tema e à personagem em breve. Por enquanto ficam essas linhas como registro.


CORAÇÃO ALAGOANO

“Sem coração”, filme rodado em Guaxuma e circunvizinhanças, ganhou dois importantes prêmios no Festival Internacional de Cinema do Rio, o 25º Rio de Janeiro Int’l Film Festival. Premiações que impulsionam enormemente o cinema alagoano e confirmam a excelência da arte de Nara Normande e Tião.

“Prêmio Felix” (melhor filme nacional no segmento LGBTQIAPN+, e “Melhor fotografia” foram as premiações conquistadas. Com concorrida pré-estreia em Maceió na sexta-feira, 13 de outubro, lotando duas sessões no Cine Arte Pajuçara, a expectativa de início de temporada comercial é grande.

Tendo crescido no circuito Guaxuma/Garça Torta, Nara Normande, desde cedo, soube trazer as próprias vivências para a telona e tem colecionado prêmios e aplausos em cada filme produzido, desde o curta “Sem Coração” a este longa de mesmo nome, passando por “Guaxuma” (uma animação excepcional feita com areia da praia).

Sobrinha de artistas como Beto (in memoriam) e Marcinha, filha de Eduardo Normande e Fátima, Nara soube extrapolar o berço e alçar voo próprio e – literalmente – ganhou o mundo, com obras aplaudidas em Cannes e Veneza, Rio e Recife, sem falar de Pajuçara, Guaxuma e Garça Torta. Uma leoa, essa Nara.



HOJE NA HISTÓRIA

17 de outubro de 1806 – Assassinado Jean-Jacques Dessalines, ex-escravo, proclamador da independência do Haiti e combatente ao lado de Toussaint Louverture (1743/1803), o maior líder da luta pela emancipação haitiana.

Toussaint Louverture, também ex-escravo, liderou a grande insurreição dos cativos negros na ilha de Saint Domingue, entre 1791 e 1801, quando tomou o poder e libertou os escravos, mas apostou em manter o vínculo com Paris, acreditando nos ideais da Revolução Francesa. Napoleão, entretanto, determinou sua deposição e prisão, em 1802.

Jean-Jacques Dessalines, um de seus generais, seguiu o caminho do líder, venceu as tropas francesas e proclamou a independência, em 1º de janeiro de 1804, mudando o nome do lugar para Haiti. Posteriormente foi traído e assassinado por dois de seus subordinados. A ilha revolucionária foi redividida em duas bandas (Haiti e São Domingos) e a pobreza e opressão se reinstalaram – até hoje – nos dois pedaços.