Enio Lins

Crescer com firmeza, distribuir com justeza

Enio Lins 15 de setembro de 2023

Em matéria distribuída ontem cedinho, a agência Reuters noticiava declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando – entre outras coisas – que “não há contradição entre equilíbrio fiscal e crescimento econômico”.

Mais adiante, a reportagem cita outras frases de Haddad, como “temos que olhar para a qualidade do que se gasta, para o retorno do que se gasta”, “não existe uma política monetária desvinculada da política fiscal, mas sim uma política econômica”.

Segue: “não estou dizendo que todos os riscos estão ultrapassados. Temos que olhar o dia todo para os riscos que existem”, “governo sério é sempre localizar os riscos fiscais. A gente mapeia até os riscos judiciais”, e por aí foi.

Está indo bem a condução de Fernando Haddad no ministério da Fazenda, reassumindo a pasta a função de ponta-de-lança na política econômica federal – e isso é muito bom para todo mundo, especialmente para as camadas mais sofridas.

Como sempre, o bom desempenho econômico continua sendo a questão mais importante para o sucesso governamental. Se a economia vai bem, o resto vai muito bem (salvo incompetências gerenciais de alto coturno).

Repetido uma máxima execrada pela esquerda, “é preciso o bolo crescer para ser dividido”. Sem pirão na panela, prato não se enche sozinho, pois é preciso ter o que compartilhar. Boas intenções não enchem a barriga de ninguém.

Assim caminha a humanidade, assim se desencaminham os melhores projetos. Se a economia não está bem, todo o resto vai mal e apenas a perversidade prospera. Não se esqueçam que da falência econômica da República de Weimar nasceu o Nazismo.

Lula e Alckmin precisam acertar na política econômica para que o Brasil possa ser devolvido aos trilhos do desenvolvimento e para que as estações sociais possam ser alcançadas, reduzindo novamente a pobreza brasileira.

Caso Lula e Alckmin falhem, a hiena do fascismo segue como a bocarra escancarada cheia de dentes, à espreita, esperando a menor chance que seja para reimplantar os desmandos que desgraçaram o Brasil entre 2019 e 2022.

Fernando Haddad tem, portanto, a missão mais importante nesta quadra de tempo. Não pode falhar. Está indo muito bem, repito e aplaudo. Mas precisa não só manter o ritmo, é necessário melhorar mais ainda, e o povo tem pressa.

HOJE NA HISTÓRIA


15 de setembro de 1944 – Sob o comando do general Mascarenhas de Moraes, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) manda seu principal contingente para a frente de combate da II Grande Guerra Mundial, coroando a participação iniciada em julho do mesmo ano.

Desde o início da II Guerra, em 1939, o governo Vargas manteve o Brasil oficialmente neutro, embora a notória simpatia da ditadura do Estado Novo fosse para com os Nazistas, chegando inclusive a entregar a comunista alemã Olga Benário, judia e esposa de Prestes, à Gestapo (grávida, ela foi executada depois de ter a criança). Comenta-se que os submarinos alemães circulavam com desenvoltura pela costa brasileira e se abasteciam livremente de água potável e gêneros alimentícios em nosso litoral.

Hábil negociador, Vargas articulou com o governo americano uma série de vantagens (como a construção da Companhia Siderúrgica Nacional) para entrar na guerra ao lado dos aliados e concordar com a instalação de bases militares ianques nos Nordeste brasileiro.

Antes da FEB partir para a Itália, entretanto, brasileiros já estavam engajados nos combates na Europa, através de militantes comunistas – como Apolônio de Carvalho e Jacob Gorender – que serviam como voluntários na luta contra o fascismo desde a Guerra Civil Espanhola.

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