Enio Lins
Crescer com firmeza, distribuir com justeza
Em matéria distribuída ontem cedinho, a agência Reuters noticiava declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando – entre outras coisas – que “não há contradição entre equilíbrio fiscal e crescimento econômico”.
Mais adiante, a reportagem cita outras frases de Haddad, como “temos que olhar para a qualidade do que se gasta, para o retorno do que se gasta”, “não existe uma política monetária desvinculada da política fiscal, mas sim uma política econômica”.
Segue: “não estou dizendo que todos os riscos estão ultrapassados. Temos que olhar o dia todo para os riscos que existem”, “governo sério é sempre localizar os riscos fiscais. A gente mapeia até os riscos judiciais”, e por aí foi.
Está indo bem a condução de Fernando Haddad no ministério da Fazenda, reassumindo a pasta a função de ponta-de-lança na política econômica federal – e isso é muito bom para todo mundo, especialmente para as camadas mais sofridas.
Como sempre, o bom desempenho econômico continua sendo a questão mais importante para o sucesso governamental. Se a economia vai bem, o resto vai muito bem (salvo incompetências gerenciais de alto coturno).
Repetido uma máxima execrada pela esquerda, “é preciso o bolo crescer para ser dividido”. Sem pirão na panela, prato não se enche sozinho, pois é preciso ter o que compartilhar. Boas intenções não enchem a barriga de ninguém.
Assim caminha a humanidade, assim se desencaminham os melhores projetos. Se a economia não está bem, todo o resto vai mal e apenas a perversidade prospera. Não se esqueçam que da falência econômica da República de Weimar nasceu o Nazismo.
Lula e Alckmin precisam acertar na política econômica para que o Brasil possa ser devolvido aos trilhos do desenvolvimento e para que as estações sociais possam ser alcançadas, reduzindo novamente a pobreza brasileira.
Caso Lula e Alckmin falhem, a hiena do fascismo segue como a bocarra escancarada cheia de dentes, à espreita, esperando a menor chance que seja para reimplantar os desmandos que desgraçaram o Brasil entre 2019 e 2022.
Fernando Haddad tem, portanto, a missão mais importante nesta quadra de tempo. Não pode falhar. Está indo muito bem, repito e aplaudo. Mas precisa não só manter o ritmo, é necessário melhorar mais ainda, e o povo tem pressa.
HOJE NA HISTÓRIA
15 de setembro de 1944 – Sob o comando do general Mascarenhas de Moraes, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) manda seu principal contingente para a frente de combate da II Grande Guerra Mundial, coroando a participação iniciada em julho do mesmo ano.
Desde o início da II Guerra, em 1939, o governo Vargas manteve o Brasil oficialmente neutro, embora a notória simpatia da ditadura do Estado Novo fosse para com os Nazistas, chegando inclusive a entregar a comunista alemã Olga Benário, judia e esposa de Prestes, à Gestapo (grávida, ela foi executada depois de ter a criança). Comenta-se que os submarinos alemães circulavam com desenvoltura pela costa brasileira e se abasteciam livremente de água potável e gêneros alimentícios em nosso litoral.
Hábil negociador, Vargas articulou com o governo americano uma série de vantagens (como a construção da Companhia Siderúrgica Nacional) para entrar na guerra ao lado dos aliados e concordar com a instalação de bases militares ianques nos Nordeste brasileiro.
Antes da FEB partir para a Itália, entretanto, brasileiros já estavam engajados nos combates na Europa, através de militantes comunistas – como Apolônio de Carvalho e Jacob Gorender – que serviam como voluntários na luta contra o fascismo desde a Guerra Civil Espanhola.
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Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.