Enio Lins
Doação de órgãos: solidariedade salvando vidas
Reportagem publicada pela Tribuna Independente na edição do fim se semana (próximo-passado, como se escreveria antigamente), reafirma a importância do gesto humanitário da doação de órgãos.
Diz-nos a reportagem que José Cícero da Silva, autônomo e morador do município de União dos Palmares, autorizou a doação de órgãos de seu filho, Márcio Felipe, morto aos 19 anos num acidente com motocicleta.
José Cícero, em função de uma infeliz combinação de fatores, teria perdido cinco filhos num espaço de apenas um ano, mas não se tornou um ser desesperançoso e decidiu autorizar a doação, preocupado com a saúde alheia.
Cinco vidas foram salvas a partir dessa atitude de um pai castigado pela morte, em sequência, de cinco membros de sua família. Cícero declarou que havia ficado muito feliz por, com esse gesto, “ter salvado outras vidas”.
Depois dessa experiência, José Cícero da Silva declarou-se como doador de órgãos. “Se eu pudesse teria doado órgãos de todos os filhos que perdi. Se a gente puder salvar outras pessoas, isso é coisa muito importante”.
No passado recente foram realizadas campanhas nacionais pela doação de órgãos, e tempo houve em que essa autorização constava em documentos como a Carteira de Motorista. Iniciativas que deviam ser repensadas.
Como fez e disse José Cícero, a doação de órgãos salva vidas. Em verdade, multiplica a vida a partir de uma morte, como no caso de seu filho Márcio, que – depois de morto – salvou cinco pessoas desconhecidas.
Preconceito e desinformação, entretanto, se combinam para dificultar ações deste tipo, apesar de existir um eficiente sistema nacional de busca e acolhimento de órgãos, sempre atento à possibilidade de doação.
Recentemente, o caso do apresentador Faustão lembrou ao Brasil da existência de listas de pessoas candidatas a receber órgãos doados – cadastros de esperança pela vida, organizado e disciplinado pelo sistema público de saúde.
No caso de Fausto Silva, o País acompanhou a tensão de quem espera por uma doação salvadora. Quem prestou mais atenção ao noticiário conheceu um pouco mais sobre esse sistema e sobre os critérios na fila pela vida.
É hora de se retomar a política de divulgação, esclarecimento e estímulo à doação de órgãos no Brasil, pois isto significa espalhar esperanças e salvar vidas.
HOJE NA HISTÓRIA
5 de setembro de 1791 – Publicada a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, escrita pela intelectual e feminista Olympe de Gouges, uma das principais ativistas da Revolução Francesa.
Olympe de Gouges era o pseudônimo usado por Marie Gouze (1748/1793) e a Declaração dos Direitos da Mulher se colocava como crítica a posicionamentos machistas contidos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, publicada em 1789, e considerado um dos documentos mais importantes da história moderna.
Diz-nos a Wikipédia: “Déclaration des droits de la femme et de la citoyenne é um texto jurídico [escrito em 1789 e] publicado em 1791, exigindo status de completa assimilação jurídica, política e social das mulheres. Apresenta as reivindicações e a participação feminina na Revolução Francesa”.
Feminista, abolicionista, dramaturga, escritora, liderança destacada na Revolução Francesa, Olympe de Gouges foi tragada pelo próprio turbilhão das idas e vindas entre os grupos revolucionários que lutavam pelo poder. Foi guilhotinada aos 45 anos, em 3 de novembro de 1748.
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.