Enio Lins
O Dia do Patriotário foi pro lixo, mas segue vivo esse ideal criminoso
Uma das maiores vergonhas municipais de repercussão nacional foi remediada e despachada para a lata do lixo da história. A memória da brava capital gaúcha se livrou de uma patética decisão de sua Câmara Municipal.
Em julho, por proposta de um edil bolsonariano, a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou o 8 de janeiro como “Dia Municipal do Patriota”, numa clara provocação à Democracia e louvação aos patriotários que tentaram um golpe de Estado.
Cumprindo sua obrigação constitucional, o Supremo Tribunal Federal, devidamente provocado pela PGR, obstou essa louvação ao crime organizado e ao golpismo de Estado. Em seguida, a própria Câmara Municipal de Porto Alegre revogou o despautério.
Fica, novamente repetida, a lição de que a sanha antidemocrática, a vertente criminosa bolsonariana está bem viva, muito articulada e segue à espreita, atocaiando a Democracia para tentar novo golpe na primeira oportunidade.
São muitos os recados da organização criminosa bolsonarista comprovand força, organização, desfaçatez, abundância de recursos e de disposição para sabotar o Estado Democrático de Direito – pela via um golpe miliciano.
Não é exato, nem correto, considerar o objetivo bolsonariano como um golpe militar, mesmo com a comprovada participação de fardados de alto coturno nessas movimentações, pois a essência do mito Jairzinho Beira-Golpe é o milicianismo.
Jairzinho Beira-Golpe nunca teve, jamais terá, estofo para compreender o militarismo – por pura aversão à disciplina, à hierarquia e ao estudo (mesmo que seja mínimo) e sua alma miliciana é o espírito que permeia todo gado bolsonarista.
Esse ectoplasma criminoso encarna em civis e militares, ricos e pobres. É alma penada, espírito de porco que baixa nos quatro cantos do país, querendo não só assustar, mas efetivamente sabotar a ética e a Democracia.
O Dia do Patriotário, em Porto Alegre, não foi uma triste brincadeira, e sim mais uma provocação orquestrada, articulada por um núcleo central criminoso, miliciano, que intensifica suas articulações para voltar ao poder central.
HOJE NA HISTÓRIA
30 de agosto de 70 – As tropas romanas conduzidas por Tito encerram o Cerco de Jerusalém, derrotando a revolta judaica dos Zelotes e destruindo o Segundo Templo, remodelado e ampliado por Herodes, o Grande (rei judeu entre 37 a.C. e ano 1) e cujo vestígio emblemático contemporâneo é o Muro das Lamentações.
Conhecida também como a Grande Revolta Judaica, a insurreição sacudiu a então província da Judéia contra a ocupação romana iniciada em 63 a.C., depois da conquista da área através do general Pompeu. Quase um século depois dessa anexação, no ano 66, revoltados com o poder romano por conta de questões religiosas e altos tributos, os nativos judeus se rebelaram sob o comando de um grupo conhecido como Zelotes.
O final da revolta foi trágico, com as ocorrências posteriormente relatadas por Yosef ben Mattityahu, rebelde judeu capturado vivo e que, em seguida, assimilado pelos romanos, mudou seu nome para Flávio Josefo, tornou-se alto funcionário de Roma e historiador conceituado, sendo autor dos clássicos livros “A Guerra dos Judeus”, escrito em 75, e “Antiguidades Judaicas”, datado do ano de 95.
Na internet não falta material sobre esse acontecimento, podendo ser pesquisado o tema a partir do verbete https://pt.wikipedia.org/wiki/Fl%C3%A1vio_Josefo
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.