Enio Lins
Está bom, mas não é para se comemorar demais
Pesquisa feita pelo Ipec (antigo Ibope) revela que Lula, aos seis meses de governo, alcançou o maior nível de confiança – desde 2012 – da população brasileira, cravando 50 pontos numa escala que varia de zero a 100.
Além de ser o maior patamar em 11 anos, esse índice “está nove pontos acima do registrado em 2022” assinala a Rede Brasil Atual. Foram 2 mil entrevistas presenciais, em 127 municípios, com margem de erro de 2 pontos percentuais, e confiança de 95%
Justa é a comemoração por parte de quem apoia Lula e/ou o governo. É uma posição importante conquistada há apenas seis meses de uma tentativa de golpe de Estado e do recebimento de um país destroçado por quatro anos de desordem.
Mas o ideal é deixar a comemoração para depois, e buscar neste momento criar condições, em termos de apoio da opinião pública, para que o governo federal apresse o passo e possa avançar mais e mais nas propostas e compromissos de campanha.
Sempre é bom lembrar que Dilma alcançou 60 pontos nessa escala, no seu primeiro ano de mandato, em 2011, mas não conseguiu segurar a barra cinco anos depois. Ao fim e ao cabo, o desempenho da economia e a articulação política são definidores.
Considerando todas as adversidades, Lula & Alckmin estão bem na economia e na articulação política – destaco os dois porque a concepção de governo de coalizão não pode ser esquecida, e Alckmin é, desde a primeira hora, um parceiro firme e correto.
Firmeza, correção e amplitude política são essenciais a qualquer tempo, mas são mais indispensáveis ainda num cenário onde fascistóides do mais baixo calão arrebanharam 49,10% dos votos válidos para a presidência da República.
Num cenário como esse, articular politicamente é manter a Democracia viva, e isso Lula & Alckmin têm conseguido fazer com sucesso – mesmo com o País contaminado perigosamente em sua saúde democrática em 49,10%, como se viu no exame mais recente.
Ceder espaços no governo federal para a necessária ampliação da base parlamentar é missão indeclinável e permanente, durante quatro anos. Compreender e apoiar isso é a garantia de que avanços políticos, econômicos e sociais possam se concretizar.
50 de 100 é pontuação muito boa, quase ótima. Mas essa partida só está começando.
HOJE NA HISTÓRIA
20 DE JULHO DE 1944 – Claus von Stauffenberg, coronel do exército alemão, tenta assassinar Hitler usando uma bomba. Mas, apesar da potência da explosão, o famigerado Führer foi salvo por conta de uma pesada mesa que lhe serviu involuntariamente como escudo.
Aquele não foi o único atentado cometido contra Adolf Hitler, mas foi o mais importante e o que teve todo um plano montado para a subsequente tomada do poder por militares alemães. Era a Operação Valquíria, que previa para depois da morte do comandante supremo a prisão dos demais líderes nazistas. Tendo sobrevivido, com ferimentos leves, Hitler determinou a imediata prisão e execução de todos os envolvidos. No dia seguinte ao atentado, Stauffemberg e outros líderes foram fuzilados sumariamente.
Claus von Stauffenberg era de origem nobre e herói de guerra, havia perdido o olho esquerdo e a mão direita num bombardeio, em 1943, quando lutava na África. No cinema, sua história foi retratada, como protagonista, em dois filmes: “A noite dos generais” (1967) e “Operação Valquíria” (2008, com Tom Cruise no papel principal).
Leia mais em https://pt.wikipedia.org/wiki/Claus_Schenk_Graf_von_Stauffenberg
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.