Enio Lins
Cancelados decretos que facilitavam armas ao crime organizado
Muito acertadamente, em 30 de junho deste ano, o STF suspendeu definitivamente a farra armamentista patrocinada pelo ex-ocupante da presidência da República. Quase ninguém notou porque todas as atenções estavam focadas no TSE naquela mesma data.
Ressalte-se que a libertinagem bélica do Jair encontrou forte resistência desde 2019, quando seu projeto original – verdadeiro acinte à segurança pública – recebeu tantas críticas que o próprio presidente/meliante se viu forçado a recuar em vários pontos.
Um dos absurdos itens do projeto original liberava o porte de armas de fogo em aviões comerciais, o que contraria a legislação internacional para o setor, confrontando as normas mundiais antiterrorismo. Contrariado, recuou nesse quesito.
Outra grande polêmica, entre 2019 e 2021, foi o calibre/potência do armamento a ser autorizado para civis. Queria o despresidente jair liberando geral os fuzis de assalto e, conforme reportado pela BBC, um objeto do desejo seria o semiautomático T4, da Taurus.
Usado por forças especiais militares, o T4 tem capacidade para disparar entre 650 e 900 tiros por minuto e virou peça de propaganda feita incessantemente pelo então deputado Jair Messias, que chegou a posar com essa arma em 2017, no estande da fabricante.
Mesmo sem os absurdos que defendeu inicialmente, o presidente/meliante emitiu decretos conspurcando a legislação existente, tornando uma brincadeira a compra de armas e munições, benefício que o crime organizado comemorou.
Se estabeleceu um carnaval de armas de fogo, até 2021, quando o STF, cumprindo sua missão constitucional, recolocou alguma ordem na zona criada pelo messias do ódio. Mas a questão ficou pendente até o dia 30, quando os decretos da morte foram cancelados.
Na alçada do Poder Executivo, o presidente Lula, cumprindo compromisso de campanha, havia revogado as normas bélicas-libertinas em 2 de janeiro de 2023, no dia seguinte à sua posse. Mas faltava o Poder Judiciário jogar a pá de cal sobre esse despautério.
Essas revogações não afetam a prática do tiro esportivo, nem cassam o direito da pessoa comum comprar e portar armas de fogo, muito menos elimina o colecionismo de armas – apenas restabelece a seriedade da legislação pertinente.
Até então vigoravam mitológicas normas, na prática, voltadas à legalização de armamento (e muita munição) para
o crime organizado.
HOJE NA HISTÓRIA
5 DE JULHO DE 1687 – Isaac Newton publica Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, obra revolucionária com suas pesquisas sobre física e mecânica. Em latim, língua usada para teses e tratados naquele tempo, o título ficou assim: “Philosophiae naturalis principia mathematica”. Ali estão as famosas “Leis de Newton” e muito mais.
Aqui vai um resumo preciso feito pela Wikipédia: “[é] provavelmente o livro de ciências naturais de maior influência já publicado, contém as leis de Newton para o movimento dos corpos, fundamentação da mecânica clássica, assim como a lei da gravitação universal. Newton demonstrou as leis de Kepler para o movimento dos planetas (que haviam sido obtidas empiricamente)”.
Prossegue a eficiente Wiki: “ Na formulação de suas teorias da física, Newton desenvolveu um campo da matemática conhecido como cálculo. Entretanto, a linguagem do cálculo foi deixada de fora do Principia. Em vez de usá-lo, Newton demonstrou a maioria de suas provas com argumentos geométricos”. O tratado é dividido em três volumes: Volume I e II – Sobre o movimento dos corpos (De moto corporum); Volume III – Sobre o sistema do mundo (De mundi systemate).
https://super.abril.com.br/comportamento/principios-matematicos-da-filosofia-natural
https://www.ghtc.usp.br/Biografias/Newton/Newtonprincipia.htm
https://pt.scribd.com/document/384688825/Isaac-Newton-Wikipedia-A-Enciclopedia-Livre#
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.