Enio Lins

Contra a censura, pela cultura e liberdade de expressão

Enio Lins 02 de junho de 2023

Sempre é alvissareira a defesa da liberdade de expressão, liberdade editorial, liberdade de imprensa; e, nesse sentido, a visita-relâmpago do presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, desencadeou raios e trovões estrepitosos das nuvens conservadoras.

Acusam, com vigor e indignação, nosso vizinho ao Norte como país onde impera a censura. Isso é coisa para se criticar mesmo, e com força. É necessário reconhecer que as notícias vindas do Norte indicam, sim, a existência de expressivos bolsões de censura editorial.

Segundo a BBC, o romance “O Olho Mais Azul” da americana Toni Morrison (1931/2019), escritora prêmio Nobel da Literatura em 1993, é “um dos livros adultos mais questionados” e perseguidos no país. E a censura segue avançando por lá.

Protestar é preciso, até para que os vícios de determinados países não se espalhem pelo continente. Ainda pela BBC, está registrado “um número inédito de questionamentos de livros em 2022, incluindo mais de 2,5 mil títulos individuais”. Assim é demais também!

“Em última análise, as tentativas de proibir livros são iniciativas para silenciar escritores que tiveram a imensa coragem de contar suas histórias”, diz a presidente da ALA, Lessa Pelayo-Lozada, ao tempo em que denuncia a censura.

Já ouviram falar na ALA? É a sigla da American Library Association. Sim, estamos falando aqui da censura nos Estados Unidos, tá oquei? A ALA acompanha os dados da censura na América do Norte há 20 anos.

Para Lessa Pelayo-Losada, “esses esforços para refrear a liberdade de expressão são parte da campanha em todo país [Estados Unidos] para incentivar a ansiedade e a raiva, com o objetivo de suprimir a livre expressão na educação pública”.

Pois é: o mais perverso nessa política de censura norte-americana é que ela tem como alvo principal o direcionamento da leitura para jovens em idade escolar, ocorrendo “em 32 estados americanos e afetando quatro milhões de crianças e jovens”, segundo a ALA.

Deve ser horrível morar num país com censura de livros para crianças e jovens.

HOJE NA HISTÓRIA


2 de junho de 1962 – Durante a Copa do Mundo, no Chile, o embate entre as seleções chilena e italiana resultou no jogo mais violento de todas as copas. O time da casa venceu por 2x0, mas o pau quebrou pra valer. Conhecida como a “Batalha de Santiago”, a partida foi de tal brutalidade que provocou estudos que, mais tarde, vieram a criar os cartões amarelo e vermelho.

Depois da “Batalha de Santiago”, o juiz britânico Ken Ashton declarou: “Pensei em terminar o jogo antes do tempo, mas não conseguiria garantir condições de segurança para os jogadores italianos nesse caso. Por isso, fui até ao fim, só não dei tempo de desconto”.

Nocautes não faltaram a italianos e chilenos. Vadiaram socos na cara e chutes onde a perna alcançasse e até pisão no pescoço foi registrado. A polícia teve de invadir o gramado mais de uma vez e até repórteres entraram na confusão.

Seguindo adiante, a seleção chilena conseguiu alcançar as semifinais, onde topou com a embalada seleção brasileira e dançou por 4x2. No frigir dos ovos, o Chile conseguiu o terceiro lugar e a Jules Rimet, pela segunda vez, foi levantada pelo Brasil, que derrotou a Tchecoslováquia, na final, por 3x1.

Mais em https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Santiago