Enio Lins
Tarda, mas às vezes não falta: eis que a Justiça está chegando
Fez-se Justiça, ainda que mais ou menos tardia: Deltan Dallagnol, principal cúmplice do ex-juiz Moro nas armações políticas da Lava-jato, teve confirmada pelo TSE a (óbvia) incapacidade de ter sido candidato nas eleições de 2022 por ser ficha-suja.
Como se pode acompanhar com detalhes nas muitas reportagens sobre o caso, esse indivíduo tentou burlar a legislação ao pedir renúncia de seu posto como procurador para escapar a processos que lhes eram movidos por ocorrências várias.
Amplamente denunciada à época, a manobra foi desconsiderada em julgamentos muito camaradas nos tribunais paranaenses. Um drible aqui, outro ali, e o moço do powerpoint manteve a candidatura e amealhou mais de 300 mil votos.
Aparentemente a eleição “perdoaria” os muitos delitos dos quais era (é) acusado em pelo menos 15 processos – essa era a convicção do notório político que abusou de fazer politicagem num cargo onde isso é terminantemente vetado. Mas a Justiça chegou.
Deltantan, como é também conhecido, tentou uma tríplice manobra no ano passado: 1) sair do armário como ser político-partidário; 2) renunciar ao cargo público para evadir-se das responsabilidades; 3) ganhar fácil uma cadeira parlamentar pelo voto do gado fanatizado.
Impunidade era a meta. Imunidade um objetivo. Quase conseguiu 100% de resultados, como se sabe. Lutará tremendamente para preservar seus privilégios e seguir no caminho lucrativo da demagogia e da armação ilimitada. Mas sofreu um tremendo revés.
Quadriênio da corrupção e da impunidade, o período mitológico de 2019/2022 foi antecedido pelo período da intensa manipulação política/eleitoral da justiça brasileira cujo epicentro foi a Lava-jato, iniciada em 2014, comandada pela dupla Moro-Deltan.
Fama, dinheiro e armação política/eleitoral foram os objetivos de um grupo que, usando das prerrogativas legais de seus cargos e da investigação sobre delitos verdadeiros, mentiu e urdiu um tremendo golpe (Lawfare) contra a Democracia.
Moro e Deltan foram os mais célebres nomes dessa grande vigarice, mas não foram os únicos. Os dois assumiram abertamente seus papeis na politicagem, ganharam imunidade parlamentar. Um caiu. Mas mais gente segue ilesa e impune – até sempre?
HOJE NA HISTÓRIA
18 de maio de 1291 – Acre, fortaleza dos cruzados na “Terra Santa” é retomada pelos mulçumanos mamelucos, encerrando a longa e sangrenta aventura cristã na Palestina.
Situada na baía de Haifa, a cidade fortificada de Acre era o principal porto da região. Em 1104 foi invadida e ocupada pelos cruzados europeus. Com as idas e vindas dos invasores cristãos, e depois de sucessivas derrotas, a cidadela tornou-se o derradeiro e mais importante reduto para templários, hospitalários e outros guerreiros.
As invasões dos cruzados europeus continuaram por mais tempo na Palestina, assediando Jerusalém, mas depois da perda de Acre o poder cristão não conseguiu jamais voltar a ter o “Reino dos Cruzados” em qualquer área significativa da região.
https://conhecimentocientifico.com/queda-de-acre-cerco-de-acre/
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.