Sérgio Toledo
Cirurgia segura.
Indicação precisa. Bem estudado o caso. Condições clinicas ideais ou as melhores possíveis para o paciente. Nada de pressa. A não ser que seja algo de urgência ou emergência.
Um cirurgião já falecido, de Recife, quando lá eu estudava, dizia que não havia erro ou engano com o nariz. Porque era um só. Explico: temos dois membros superiores e dois membros inferiores. Claro, no caso dos ortopedistas e traumatologistas.
O mesmo esculápio um dia iniciou uma cirurgia de colo do fêmur direito. Ao passar o dedo para encontrar a fratura viu que a mesma estava no lado esquerdo. Quem teve que dar explicações à família foi o cirurgião residente, sobre as duas incisões.
Outro caso foi o do paciente que havia fraturado o cotovelo. Seria operado do local chamado olécrano. Teve os seus cabelos da caixa craneana raspados pois acharam que seria operado do ole o crâneo.
Hoje após 50 anos de formado as coisas mudaram muito em todos os sentidos. Acredito que as regras de cirurgia segura estão cada vez mais apuradas e corretas para não haver nenhuma dúvida. Envolve todo o pessoal da área de saúde que tenha contato direta ou indiretamente com o paciente. É a semelhança do voo de uma aeronave realizado um “checklist”.
Nome da paciente checado no prontuário. Exames complementares que definem a necessidade da cirurgia. Marcar com tinta ou esparadrapo o lado a ser preparado com tricotomia e assepsia. Na sala de operação todos, inclusive o anestesista, precisam saber o nome do cliente, a sua patologia e o porquê será submetido a uma cirurgia. E qual é a cirurgia.
O cirurgião deve ser o mesmo que acompanhou a paciente, o paciente no pré-operatório. Conversar com a mesma. O que implica em chegar antes da anestesia ser realizada.
Sim, pode acontecer de o esculápio ser outro. Então mais ainda o chefe da equipe terá que fazer o já falado “cheklist”!
Sérgio Toledo
Sobre
Médico ortopedista e do esporte. Pioneiro no alongamento ósseo, transplante de tendões e neurorrafia, como também no tratamento por ondas de choque.
Formado em 1972, pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco, hoje UPE.
Pós graduação no IOT (Instituto de Ortopedia e Traumatologia) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Concursado do antigo INAMPS, hoje Ministério da Saúde, já estando aposentado. Atendeu por muito tempo no PAM Salgadinho.