Enio Lins

Antecipando 2026 com um ataque em larga escala

Enio Lins 03 de maio de 2023

Mudanças chamativas foram feitas nos postos mais importantes da Prefeitura de Maceió, despertando a atenção do distinto público quando da posse das três dezenas de pessoas ocupantes dos cargos de primeiro escalão ou equivalente.

Equivocado é o entendimento de que essa movimentação seria uma arrumação da casa para garantir reeleição mais tranquila para JHC. Nada disso: esse inchamento é uma preparação, óbvia ululante, e ousada, para 2026 e não para 2024.

Reeleger-se é uma regra, estabelecida desde quando FHC introduziu esse dispositivo na legislação, pois a quem ocupe o posto executivo (em qualquer nível) está garantido um balaio de vantagens em relação a quem queira se chegar.

Não se reeleger é exceção, como no caso do energúmeno que melou a faixa presidencial durante quatro tristes anos – e, mesmo com todas as animalidades praticadas, ainda amealhou praticamente metade dos votos para presidente no 2º turno de 2022.

JHC já estava firme e forte para se reeleger, muito antes dessa agregação de forças extras, pois além dessa regra de ouro, faz uma gestão muito bem avaliada desde os primeiros dias, mantendo sólida vantagem contra quaisquer concorrentes para o próximo ano.

Ouso dizer – ora, convicção já serviu até como prova processual – que essas estrelas todas vindas a JHC não lhe acresce número significativo de votos para prefeito além de seu potencial anterior, pois boa parte do eleitorado dessas lideranças chegantes já votaria nele.

Tamanho somatório sinaliza uma frente amplíssima contra o MDB em 2026. “Frentona” essa articulada, desde agora, para abocanhar simultaneamente o governo do Estado e as duas vagas no Senado. Essas são as joias árabes. O resto é bijuteria.

Mas o mais instigante em política é que nenhuma partida é 100% decidida antes do apito final, pois assim como no futebol, à escalação do time e às estratégias do escrete favorito, sem dar explicações, imprevistos acontecem (como Brasil 1x7 Alemanha).

Assim, olhando para 2026, JHC e Arthur Lira montaram uma tripulação pesada demais para a embarcação em 2024 – com nível mínimo de perigo, mas se algo der errado no próximo ano, essa nau naufragará antes da hora e sem chances de salvação futura.

HOJE NA HISTÓRIA


3 de maio de 1491 –Nkuwu Nzinga, rei negro do Congo, se converte ao catolicismo e se faz batizar por padres portugueses, em grande solenidade, adotando o nome cristão de João I. A partir daí os negócios de exportação de escravos congoleses se multiplicam.

Se estima que nessa primeira fase, até 1536, 25 mil congoleses (incluindo angolanos) teriam sido capturados e exportados como escravos para as Américas, com escala na ilha de São Tomé, para “armazenamento” e contabilidade.

João I, mais tarde, abandonaria o catolicismo por conta do veto à poligamia, porém manteve sua corte em aliança com os portugueses na exportação de escravos, e seu filho e sucessor, o rei católico Afonso I, seguiu adiante.

Em parceria com reis e líderes tribais africanos, os portugueses dominaram o mercado negreiro-escravocrata até 1755, quando o catastrófico terremoto de Lisboa destruiu boa parte da capital lusitana e afetou radicalmente a administração do reino. A partir daquela data, os ingleses passaram a controlar o infame tráfico, entretanto mantendo parcerias com Portugal.