Ano de 1975. Voltando de residência médica, pós-graduação em ortopedia e traumatologia e com título de especialista em ambas, através do Hospital das Clínica de São Paulo da Faculdade de Medicina da USP e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Fui chamado por um colega que não queria mais trabalhar em regime de plantão no Serviço de Pronto Socorro de Maceió, situado onde hoje está a urgência da Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Assumi o plantão aos sábados. Várias noites sem dormir. Movimento grande. Estrutura precária. Fazíamos mais do que podíamos.

No Hospital das Clínicas de São Paulo, urgência era uma coisa. Pacientes internos e cirurgia sequencial ou programada, outra coisa.

Explicando: após o atendimento de urgência e emergência os pacientes eram direcionados para suas respectivas especialidades. Não ficavam no Pronto Socorro.

Comecei a falar sobre o fato desde 1975. Já se vão 48 anos. Aqui em Maceió a situação continua a mesma. Nada mudou. Leio que foram realizadas várias cirurgias no hoje HGE, em ortopedia e traumatologia. Nunca a solução acontecerá e tudo ficará como antes!

Algo melhorou quando o Hospital José Carneiro começou a receber em suas enfermarias os pacientes da Unidade de Emergência Dr. Armando Lages. Os que necessitavam de cirurgia lá seriam operados. Os que não necessitavam após alguns dias teriam suas altas. Os leitos deveriam ser evoluídos pelos professores da Escola de Ciências Médicas, Ecmal. Nada evoluiu. Continua da mesma forma. O hospital de pronto socorro de Maceió continuará superlotado e sem ter o seu uso para a sua principal razão de ser a urgência / emergência.