Enio Lins

Provas de um crime anunciado e praticado à luz do dia

Enio Lins 06 de abril de 2023

Lembram-se que um ex-presidente já foi , sem provas, com base num gráfico patético em powerpoint? Pois a pilha de documentos, provas até prova em contrário, encontrada com o ex-ministro Anderson Torres está sendo tratada como coisa à toa.

Então ministro da Justiça, essa criatura simplória, Anderson Torres, armazenou levantamentos sobre os locais em que Lula havia ganhado no primeiro turno de 2022 e, na condição de autoridade, teria coordenado ações ilegais nesses pontos a favor do mito.

Esses estudos e essas iniciativas do então ministro indicam ter redundado no criminoso conjunto de tentativas de manipulação eleitoral – a favor do mito – no dia 30 de outubro, marmotas essas cujo destaque foi a inusitada interferência da PRF.

Essa ação tresloucada, mas muito bem-organizada, teve como executor o então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, tornado réu, por solicitação do Ministério Público Federal à Justiça Federal, no dia 25 de novembro de 2022, quanto tentava se esconder em férias.

Às pressas, o tal Sivinei foi liberado de seu posto pelo então presidente Jair Falso Messias no dia 20 de dezembro de 2022 e três dias depois aposentado (magicamente) aos 47 anos de idade. Lembram-se disso? Na época ninguém se lembrou do ministro Torres.

Pois na véspera do jovem Sivinei barbarizar no segundo turno, seu então superior hierárquico, ministro da Justiça (bolsonariano) Anderson Torres foi à Bahia, para uma inexplicável reunião (não agendada) com direção regional da Polícia Federal.

Suspeita-se que Torres, em sua incursão baiana, teria pressionado a PF local para barrar eleitores de Lula nas áreas onde o petista teve mais votos no primeiro turno. Segundo O Globo, essa denúncia está sendo investigada pela própria Polícia Federal.

Numa sequência de aparelhamento e desmoralização das forças federais de segurança, um dia antes da viagem – supostamente intimidatória – de Torres para a Bahia, o ex-deputado bolsonarista Roberto Jefferson havia atirado contra a PF.

Tamanha era a desfaçatez da quadrilha bolsonarista que, uma vez deixado o ministério da Justiça, Torres foi homiziado na Secretaria de Segurança do Distrito Federal, de onde teria participado ativamente da organização do atentado terrorista de 8 de janeiro.

No dia da grande vagabundagem bolsonarista, Torres estava em Orlando, ao lado do chefão, acompanhando, com toda segurança, de longe, a mitológica ação subversiva contra a Democracia. Não pode deixar de prestar contas à Justiça por tudo isso.

HOJE NA HISTÓRIA


6 de abril de 1930
– Mahatma Gandhi alcança a praia de Dandi, no Mar da Arábia, depois de uma marcha por 384 km, iniciada em Sabarmati Ashram, 25 dias antes. Conhecida como a “Marcha do Sal”, foi o mais expressivo ato da política de Resistência Pacífica pela independência da Índia.


A meta específica da marcha era conscientizar o povo indiano de sua capacidade de ser autossuficiente e capaz de destruir o monopólio do sal exercido comercialmente pelos britânicos. Ao longo desses quase quatrocentos quilômetros, Gandhi foi realizando preleções enquanto a quantidade de caminhantes aumentava.


Ao chegar à praia de Dandi, Golfo de Khambhat, Mar Arábico, Gandhi recolheu água salgada do mar e dessa quantidade de líquido foi produzido de forma artesanal e independente o sal tido até então como propriedade privada inglesa.


A Índia só se tornaria independente em 1947 e Gandhi foi assassinado em janeiro de 1948.


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