Enio Lins
Ora (direis) ouvir estrelas? São ecos do 8 de janeiro...
Definitivamente, 8 de janeiro de 2022 entrou para a História (com maiúscula). Cravou essa posição pela tentativa do golpe e sua derrota; e tem conquistado relevância adicional pelas ações subsequentes.
Entre as conquistas, ou reconquistas, cidadãs do pós-dia da avacalhação bolsonariana está o fortalecimento institucional, questão vital para a existência do Estado Democrático de Direito, com cada Poder e cada instituição assumindo seu papel, sua autonomia, e com força.
Poderes são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, expressos na Presidência da República, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal. As demais instituições e organizações são instituições e organizações, sejam civis ou militares. É óbvio ululante, mas tem muita gente que ainda crê ser Poder Constituído o que não é (esteja armado ou não).
Exemplo: Força Armada não é Poder, até porque é a detentora dos equipamentos bélicos da Nação e isso já é demais da conta. Farda não é sinônimo de invulnerabilidade legal, nem escudo para irregularidades, e a missão do STF de julgar militares por envolvimento no atentado do dia 8 causa arrepios em almas antidemocráticas.
Para desarrepiar (desculpem o neologismo) idólatras da farda, o presidente eleito do Superior Tribunal Militar, Ministro Joseli Camelo, falou e destacou como correta a posição do Supremo Tribunal Federal em julgar militares envolvidos no domingo terrorista. Ora, (direis) ouvir estrelas é coisa de bom senso, como versejou Bilac.
No STM desde 2015, o Tenente Brigadeiro do Ar Francisco Joseli Parente Camelo afirmou, do alto de suas quatro estrelas, para desespero do golpismo de plantão, que “li e reli a decisão do ministro Alexandre de Moraes e entendi que está muito bem fundamentada. Não vejo, no geral, que tenham sido crimes militares [os praticados no 8 de janeiro]”, arrematando: “Não há afronta de maneira alguma com a decisão de Moraes. Entendo que as decisões do STF
devem ser cumpridas e respeitadas”. Ouviram?
Imagina-se a tremenda pressão da ala golpista castrense para uma “passagem de pano” na participação fardada no terrorismo bolsonariano, pois o mito de que militares são uma casta imune à justiça comum é coisa que a direita, desde sempre, guarda no lado esquerdo do peito. “Apois” a harmonia institucional entre STF e STM é mais um raio de luz a iluminar a paisagem democrática brasileira, apesar de nuvens – como diriam os literatos barrocos – plúmbeas teimarem em pairar sobre o horizonte.
Hoje na História
2 de março de 1919 – Fundada a Internacional Comunista, ou Terceira Internacional, posto ser a tentativa número três de funcionamento de uma organização global revolucionária.
Também conhecida como Comintern, foi organizada por Lênin no calor do processo revolucionário bolchevique na Rússia (a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas só seria criada em 1920), para atender a alta demanda de revoluções no mundo.
A Primeira Internacional existiu entre 1864 e 1876 e teve integrantes notáveis como Marx e Engels; A Segunda Internacional, ou Internacional Socialista, atuou entre 1889 e 1916, chegou a realizar nove congressos e fragmentou-se por conta das divergências nacionais europeias frente à I Grande Guerra Mundial.
A Terceira Internacional atuou até 1943, quando foi extinta num gesto de Stálin para comprovar o empenho da União Soviética e dos partidos comunistas de todo o mundo na luta contra o Nazifascismo, afinal os vermelhos estavam na linha de frente ao lado das potências capitalistas (USA, Reino Unido...) na guerra contra o Eixo.
Até 1943, os partidos comunistas que surgiam mundo afora se definiam como “Secção da Internacional Comunista”, conferindo ao Comitern a feição de um único partido globalizado, o que atraía para Moscou um mundo de problemas e cobranças.Ora (direis) ouvir estrelas? São ecos do 8 de janeiro...
Definitivamente, 8 de janeiro de 2022 entrou para a História (com maiúscula). Cravou essa posição pela tentativa do golpe e sua derrota; e tem conquistado relevância adicional pelas ações subsequentes.
Entre as conquistas, ou reconquistas, cidadãs do pós-dia da avacalhação bolsonariana está o fortalecimento institucional, questão vital para a existência do Estado Democrático de Direito, com cada Poder e cada instituição assumindo seu papel, sua autonomia, e com força.
Poderes são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, expressos na Presidência da República, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal. As demais instituições e organizações são instituições e organizações, sejam civis ou militares. É óbvio ululante, mas tem muita gente que ainda crê ser Poder Constituído o que não é (esteja armado ou não).
Exemplo: Força Armada não é Poder, até porque é a detentora dos equipamentos bélicos da Nação e isso já é demais da conta. Farda não é sinônimo de invulnerabilidade legal, nem escudo para irregularidades, e a missão do STF de julgar militares por envolvimento no atentado do dia 8 causa arrepios em almas antidemocráticas.
Para desarrepiar (desculpem o neologismo) idólatras da farda, o presidente eleito do Superior Tribunal Militar, Ministro Joseli Camelo, falou e destacou como correta a posição do Supremo Tribunal Federal em julgar militares envolvidos no domingo terrorista. Ora, (direis) ouvir estrelas é coisa de bom senso, como versejou Bilac.
No STM desde 2015, o Tenente Brigadeiro do Ar Francisco Joseli Parente Camelo afirmou, do alto de suas quatro estrelas, para desespero do golpismo de plantão, que “li e reli a decisão do ministro Alexandre de Moraes e entendi que está muito bem fundamentada. Não vejo, no geral, que tenham sido crimes militares [os praticados no 8 de janeiro]”, arrematando: “Não há afronta de maneira alguma com a decisão de Moraes. Entendo que as decisões do STF
devem ser cumpridas e respeitadas”. Ouviram?
Imagina-se a tremenda pressão da ala golpista castrense para uma “passagem de pano” na participação fardada no terrorismo bolsonariano, pois o mito de que militares são uma casta imune à justiça comum é coisa que a direita, desde sempre, guarda no lado esquerdo do peito. “Apois” a harmonia institucional entre STF e STM é mais um raio de luz a iluminar a paisagem democrática brasileira, apesar de nuvens – como diriam os literatos barrocos – plúmbeas teimarem em pairar sobre o horizonte.
Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.