Edmilson Teixeira
O DEBATE COMO MÉTODO MAIS EFICIENTE
Luciano Siqueira, vice-prefeito do Recife por quatro gestões, militante de vasta experiência, chamou a atenção em seu blog (https://lucianosiqueira.blogspot.com/) para a normalidade dos debates internos na equipe do governo federal, salientando ser positiva a existência de posições diferentes sobre um mesmo tema.
Escreveu Siqueira sobre a questão dos preços dos combustíveis e as opções de tributação do produto. Mas, de início, o importante é, como o blogueiro bem avaliou, saudar o retorno à pluralidade de ideias e ao debate como processo de síntese.
No tragicômico, muito mais trágico que cômico, desgoverno bolsonarista, toda ideia que não fosse do mito era tida como traição e quem pensasse diferente era frito. Isso ocorreu, com mortais resultados, quando do Covid19, com fritura e demissão de dois ministros da Saúde que tentaram enfrentar a pandemia com base na ciência.
Para o Ministério da Saúde foi indicado um pau-mandado que se autodefiniu como seguidor da tese “um manda, outro obedece”, general da arma de Incompetência, e o resultado foi o genocídio pelo Coronavírus, sem debate. A coisa era assim.
Agora mudou. Óbvio ululante que a derradeira palavra é de quem ocupa a presidência da República, é para isso que a pessoa é eleita no sistema presidencialista. Mas a mudança está na revitalização dos debates internos – afinal é assim que funciona a democracia.
Naturalmente é incendiário, desde sempre, o tema “política para os combustíveis”. Não existe consenso e é certa a inexistência de uma solução fácil, ou que venha a agradar todo mundo. Além disso, a anárquica e irresponsável gestão bolsonarista nesse segmento simplesmente colocou fogo na bomba.
Para complicar a situação, a deplorável dupla Paulo Tchutchuca & Jair Fujão, buscando prejudicar os Estados e passando adiante o ônus pelo aumento desenfreado dos preços dos combustíveis, detonou a tributação via ICMS.
Penoso será recolocar o Brasil nos trilhos de uma política de preços dos combustíveis que responda simultaneamente aos interesses do desenvolvimento nacional, da acessibilidade popular, do lucro justo aos investidores em postos e acionistas da Petrobrás.
Será recolocada no rumo certo, sim, a política de combustíveis no Brasil, assim como tudo mais desarrumado durante o ignóbil desgoverno bolsonarista. Como disse Luciano Siqueira, a casa se rearrumará com base em um bom e produtivo debate. Sem fritar ninguém.
Hoje na história
1º de março de 1870 – Fim da Guerra do Paraguai, a mais sangrenta da América do Sul, com a morte do presidente paraguaio, Marechal Solano López, em Cerro Corá, depois de seis anos de combates que deixaram um rastro estimado em 400 mil mortes.
A guerra jogou o Paraguai, até então um dos países mais prósperos da América Latina, contra uma poderosa aliança formada por Brasil, Argentina e Uruguai. Muitas são as polêmicas desde então, sobre as reais motivações do conflito, mas o poder paraguaio pode ser comprovado pela duração de sua resistência em combate, que se estendeu de dezembro de 1864 a março de 1870.
No lado paraguaio foram registraram cerca de 220 mil mortes e na banda da Tríplice Aliança, aproximadamente 180 mil óbitos, números provavelmente maiores especialmente entre os derrotados. Mais da metade da população do Paraguai foi morta na guerra e aquele país jamais se recuperou do baque.
O recontro em Cerro Corá, rigorosamente, não pode ser chamado de “batalha”, pois cerca de 500 paraguaios famélicos foram cercados por 2.600 homens do exército imperial brasileiro. O Marechal López, encurralado, teria recusado se render e foi morto, em relato pouco preciso, com indicação do lanceiro Chico Diabo como autor do golpe fatal, seguido de um tiro de misericórdia desferido por João Soares. O fato é que ali findou a guerra.
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51693818
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Paraguai
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/guerra-paraguai.htm
https://outraspalavras.net/outrasmidias/guerra-ao-paraguai-espinho-cravado-em-nossa-garganta/
Edmilson Teixeira
Sobre
É jornalista graduado pela UFAL 1998 e pós-graduado em Assessoria de Comunicação e Marketing, pelo CESMAC 2011