Enio Lins

O mau está vivo e segue planejando o mal alheio

Enio Lins 16 de fevereiro de 2023

Logo depois da afobada fuga do mito fecal para as vizinhanças da Disneyworld, muita gente escreveu que o desertor estaria liquidado, não mereceria mais atenção e que a preocupação agora seria a extrema-direita e a direita. Errado.

Aventou-se, em seguida,
em vaticinar que o bolsonarismo buscava, ou buscaria em breve, uma nova liderança para assumir o bando e tanger o gado; e se partiu para descobrir quem ocuparia o lugar do mito “semimorto politicamente”. Errado.

Na busca pela nova
personalidade mitológica, falou-se em Tarcísio, governador de São Paulo, comentou-se sobre Zema, a anta mineira – ambos recheados de votos em 2022; até dona Micheque foi especulada como provável mita. Errado.

No desenvolvimento
da tese de que o mito-fujão estaria trucidado, foi largamente defendido que nem mais nele se deveria falar e, sim, no lugar do nome do bandido escrever “direita” e/ou “extrema-direita”, pois aí moraria o perigo verdadeiro. Errado.

É-se necessário
entender o bolsonarismo como degenerescência da própria direita, algo distinto, e que segmentos das ditas direita e extrema-direita têm se posicionado contra esse mal, ajudando na derrota eleitoral e no desbaratamento dos golpes do Jair.

Não citar o nome
mais conhecido do meliante é coisa parcialmente certa no que toca às ferramentas de busca e multiplicação de visitas na Internet. Tem importância, mas não é o centro da batalha em curso – o errado é achar que isso liquida o verme.

Jair Messias, o capitão-fujão
, como todo covarde, correu para fugir ao combate direto, mas segue à espreita; acumula forças para tentar um golpe qualquer, uma marmota de algum tipo, movimento à sorrelfa que, novamente, bata a carteira da democracia.

Mitos são mentiras
que se perpetuam, independem deles próprios, pois vivem no corpo de quem acredita neles; o bolsonarismo é uma mitologia do mal, tal qual o nazifascismo: se incrusta em corações e mentes, resistem ao tempo e à verdade.

É o bolsonarismo
uma cisticercose ideológica e moral, uma “Taenia Solium” que vem do porco e se aninha nos intestinos e nos cérebros das pessoas, com a particularidade que as vítimas da “Taenia Solium Bolsonarium” são voluntárias, amam o parasita.

Esse verme voltará
mais cedo ou mais tarde ao Brasil, seu coito estadunidense é temporário, e o “esquecimento” de seu nome só o fortalece. Deixem de grafar o sobrenome midiático, tá certo; mas nunca ousem achá-lo “morto” e/ou “em busca de substituição”.

HOJE NA HISTÓRIA

16 de janeiro de 2018 – Decretada a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, a primeira desde a promulgação da Constituição de 1988. Temer, então presidente da República, toma essa decisão com a justificativa de conter a violência no Estado.

Desde o início, o processo foi marcado por precipitações, erros, omissões e muito marketing. O plano que deveria embasar a intervenção só foi apresentado em 29 de maio (!) apesar da realidade carioca ser fartamente conhecida pelos interventores desde sempre.

Os resultados foram pífios, sendo alardeada alguma redução nos assaltos de rua, veículos e cargas, mesmo assim todos esses índices ficaram acima da média histórica entre 2008 e 2018; entretanto, o número de pessoas assassinadas pelas polícias cresceu 36,1%.

O acontecimento mais marcante desse período foi o duplo homicídio da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, na noite de 14 de março. Marielle tinha como desafeto notório o vereador Carlucho, mais conhecido como Zero-Dois.

Comandou a fracassada intervenção o general Braga Netto, depois premiado com dois ministérios pelo Jair, e de quem seria candidato a vice na chapa derrotada em 2022. Os assassinatos de Marielle e Anderson seguem sem identificação da autoria intelectual.

Leia mais em:

https://www.infoescola.com/historia/intervencao-federal-no-rio-de-janeiro-em-2018/

https://jus.com.br/artigos/69394/a-intervencao-federal-no-rio-de-janeiro